"Fiz esse reggae pra você
Pra nunca mais se esquecer
Que eu ainda tô aqui
E que não tem por que fugir
E quando ouvir cê vai saber
Que nada foi em vão
Foi tudo por você
Deixa acontecer"(Onze:20 – Pra Você)
Precisaria ser cego para não notar que todas as mulheres presentes no restaurante queriam dançar com JP. Isso era um fato incontestável. Até as acompanhadas, comiam o cara com os olhos, fingindo não querer uma participação. Agora, se elas queriam aproveitar as habilidades profissionais dele ou se aproveitarem dele era uma dúvida.
Depois que o máximo de mulheres possível passou pelas mãos dele, deliciando-se com aqueles momentos, o ritmo das músicas mudou para o romântico. As luzes abaixaram, deixando o local mais íntimo e foi a oportunidade perfeita para muitos.
Ana e Fabrício desaparecem da mesa, cada um em seu tempo, mas claro que o tempo dos dois tornou-se comum em algum canto dali. Priscila estava beijando um rapaz musculoso do outro lado do estabelecimento, bem escondida... Quer dizer, tentando manter-se escondida, já que isso era difícil tanto pelo seu cabelo cereja como pelo porte do seu crush.
E Giuliana tinha consciência de que o local não estava mais tão divertido assim para Tati e Roberto. Casais curtem sair com os amigos, mas também querem seus momentos sozinhos e, provavelmente, já queriam ir para casa. Sabia também que sua prima não iria sem carregá-la junto para ter certeza de que nem mais uma gota de álcool cairia em sua boca, além daquela virada de atitude.
— Vamos – Giuliana propôs para testar a tese de que eles não queriam mais ficar por ali.
— Está bem. – viu?, ela pensou. Estava mesmo dando trabalho aos dois.
Roberto só faltou suspirar ao ouvir a proposta e levantou imediatamente, seguindo para o balcão afim de pagar a conta deles. Giuliana não teve a mesma empolgação porque ainda curtia a música ambiente, o fato de não precisar pensar na vida que a esperava do lado de fora no dia seguinte, mas acordou para a realidade, levantando-se e acompanhando a prima. Pegou um dinheiro na bolsa e o entregou para Tati com a intenção de dividir a consumação assim que pararam próximo à porta, aguardando Roberto retornar.
E, enquanto esperava, algo chamou a atenção da aspirante a professora, além da música "Pra Você", da banda Onze:20 que começava a tocar naquele instante.
— Nossa! Como eu amo essa música – impossível não externar aquilo, mesmo que soubesse que Tati nem a ouvira por estar ansiosa com o retorno do marido.
Aproveitou o momento "só" para voltar a fitar aquilo que prendera sua atenção. JP. Sentado no último degrau de madeira, relaxado, de novo com a camisa social. Seus olhares se encontraram. Ele descobriu que Giuliana o analisava, e ela deu seus próximos passos sem pensar muito. João Pedro levantou assim que notou que a irmã do seu melhor amigo estava indo mesmo em sua direção.
Giuliana subiu os degraus calmamente, olhando-o ainda, evitando uma observada ao redor porque não queria saber se Tati, a pitonisa, estava observando. JP chegou um pouco para o lado e permaneceu em silêncio.
— Nem conseguimos conversar – ela iniciou o papo, mas o som estava alto o suficiente para atrapalhar uma boa conversa. JP aproximou-se para que ela repetisse o que havia falado, e Giuliana aproveitou a oportunidade para acrescentar: — Não sei se lembra de mim.
Uma das pernas dele estava no degrau acima e a outra no mesmo nível que o de Giuli. Apesar de tentar parecer, JP não possuía mais a posição relaxada de antes.
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Genç Kız EdebiyatıGiuliana Gouveia, 22 anos, moradora da Tijuca, Rio de Janeiro. Recém-formada em letras busca uma vaga como professora de português. É dedicada, possui experiência em aulas particulares.... E blá... blá... blá... Nada disso estava sendo suficien...