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Ele parou na minha frente e ficamos nos encarando. Eu olhei pra garrafa de whisky em sua mão, ele sorriu, eu ergui uma sobrancelha como sinal de "tá esperando o que querido?" e ele entendeu o recado pois estendeu a garrafa pra mim. Enquanto eu tomava um gole atrás do outro como se fosse simplesmente água ele me olhava e sorria.

- Virei palhaça e não to sabendo? - falei enquanto limpava o canto da minha boca com o polegar.

Ele riu de novo. Mas que viadinho.

- Prazer, alcoólatra, me chamo Gustavo. - ele estendeu a mão pra me cumprimentar.

- Desculpa queridinho mas não fui eu que brotei de trás dos arbustos com uma garrafa de whisky na mão e cheirando a cigarro. Isso não é proibido aqui? - Ele encarou o chão e sorriu. - A propósito, me chamo Jade.

Eu ia dar outro gole no precioso aqui na minha mão quando ele me puxou rápido para trás do arbusto mais próximo.

- Se você encostar em mim eu vo-

- Shiiiii.... - ele tampou minha boca com a mão e por impulso dei uma joelhada no mesmo que gemeu de dor por um tempinho. - É só... a senhorita Selina... ela sabe que muitos alunos vêm pra cá beber, fumar ou fazer qualquer coisa escondido. Nós mudamos de esconderijo sempre e sempre ela descobre, isso é um saco. - ele cochicha no meu ouvido e espia pra ver se a senhorita Águia ainda estava lá.

- Que amadores vocês, hein?! Não sabem nem se esconder dos inspetores! - falo baixinho.

Ele revirou os olhos e me olhou aparentemente sem paciência.

- Alguém já te disse que tu és bem irritante? - disse ele já saindo de trás do arbusto me fazendo segui-lo.

- Irritante é meu sobrenome, queridinho. - mandei um beijo no ar pra ele enquanto pegava e dava outro gole no whisky e já me sentia um pouquinho tonta.

Tomei outro longo gole, fazia um tempo que não bebia assim. Eu tava quase secando a garrafa quando o Gustavo tirou a mesma da minha mão.

- Ei, vai com calma novata! Eu acho que você não deveria abusar tanto do álcool.

- Foi mal aí, papai! - naquela altura eu já estava rindo que nem uma foca com tosse. - Não me dê sua opinião, me dê vodka da próxima vez. - peguei rapidamente a garrafa da mão dele... ou pelo menos tentei porque ele desviou e eu cambaleei pro lado. Quase caí mas ele me segurou.

- Ok, bonitinha, chega por hoje. Se alguém te ver assim você ferra nós dois. - ele me carregou nos braços e jogou a garrafa em cima de uma árvore e eu xinguei alguma coisa. Merda, como eu sou fraca pra bebida... - Qual o número do seu quarto?

- Acho que o 36.

Ok, agora é sério Jade, PARA DE RIR CACETE!

Andamos por uns corredores até chegar no quarto que tinha o número 36 na frente. Ele abriu abriu a porta que eu nem tinha trancado quando saí, me deitou na cama, procurou um cobertor pra colocar em cima de mim, enfim... cuidou de mim. Olhei pro relógio digital que dava 23:43. Olhei pro outro lado e consegui ver algo que parecia ser minha colega de quarto dormindo. Meus olhos estavam pesados então resolvi parar de lutar contra meu sono. Acabei nem vendo o Gustavo sair mas se amanhã eu me lembrar de alguma coisa eu agradeço o mesmo por ter me ajudado. Agradeço pela garota do meu lado não ter me visto assim, não deixaria barato pra próxima pessoa que se desse a cara de pau de me chamar de alcoólatra.

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Hey! Não se esqueçam da estrelinha se gostaram do capítulo!

Jade. [PARADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora