Capítulo 1 - Born.

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- A História nem sempre é contada da maneira certa ou então favorece quem deveria .
Cada pessoa, uma visão. A cada visão uma nova roupagem ao que está sendo descrito.
Mas, bem. Vamos voltar realmente ao início.
O reino celestial comemorava, nuvens extremamente brancas passeavam por toda a imensidão do céu azul.
Os anjos guerreiros continuavam seus treinamentos enquanto em outra parte os anjos completos recebiam seus primeiros protegidos.
Um choro de criança ao longe era escutado e aos poucos silenciado.
Nascia ali no dia 9 do mês de Dezembro mais um anjo celestial.
Um anjo aparentemente sereno, calmo e as vezes meio chorão, nada que uma criança normal não tenha.
Essa criança? Era eu... Ian Blake.
Meus pais? Bom... eram Alice Blake e Jensen Blake.
Eu tinha um irmão mais velho, seu nome? Pra quem já me conhece já sabe muito bem que me refiro ao Arthur.
Arthur por sua vez era apenas 4 anos mais velho que eu.
Nossa linhagem veio ao mundo celestial bem específica, não havia descendentes.
Meu Pai e Minha Mãe foram criados em intermédio a uma luz lunar com intuito de trazer ao mundo os dois anjos que venceriam um mal que caíria ao mundo mortal algum dia.
Ainda consigo sentir o modo com que ela me olhava, o modo com que me pegava ao  colo e como tratava a mim e ao meu irmão.

- Senhor e Senhora Blake, peço desculpas em estar atrapalhando, mas vocês são convocados ao imenso pátio agora mesmo. - Disse então com bastante destreza Aramis.
Aramis era um dos anjos mensageiros que sempre trajou um grande chapéu branco que remetia um chapéu de Cone, mas com mais delicadeza do que os convencionais.
- Estamos indo Aramis - Disse Jensen caminhando em direção ao anjo mensageiro.
- Querido... cuide de seu irmão, voltamos logo logo - Disse Alice enquanto colocava o pequeno bebê ao berço e em seguida se abaixava dando um sutil beijo na testa de Arthur.
Jensen estendeu o braço segurando na mão de sua esposa e seguiram caminho pelo o corredor de luz em direção ao pátio celestial.
Arthur vai até ao meu berço, que era dourado e conforme a luz o tocava refletia uma luz brilhante.
Arthur me olhava bastante e em silêncio e aos poucos teve seu primeiro contato segurando a minha pequena mão.
Soltei um leve sorriso que foi correspondido por meu irmão.

Lentamente todo o local começou a ficar frio o que não era comum para o reino celestial.
Por debaixo da porta uma névoa negra começou a passar e tomar conta aos poucos do chão do quarto.
- O que é isso? - Disse Arthur se soltando do berço e olhando para o chão, enquanto suas pequenas asas se mexiam.
A porta vagarosamente foi se abrindo e por ela uma perna de mulher com um longo vestido justo começa a adentrar o quarto.
A porta se abriu lentamente até que a misteriosa mulher estivesse por fim dentro.
Os passos se tornavam mais fortes ao seu salto alto e a porta do quarto se fechava rapidamente.
A névoa escura já tinha tomado conta de todo o quarto e Arthur já estava bastante assustado.

- Quem é você? - Perguntou Arthur se segurando ao berço, tentando me proteger que ali repousava.
Em um silêncio vago a misteriosa mulher caminhou e ao mesmo tempo estendeu a mão em direção a Arthur.
De seus dedos névoas percorreu o ar tocando rapidamente a pele de Arthur que se tornou branca.
O pequeno Anjo, aos poucos caiu ao chão parecendo que estava sem vida, enquanto toda a névoa cobria seu corpo.
A misteriosa mulher com seu pisar mais intenso, chega ao berço dourado onde então eu estava repousando.
Por toda a extensão do berço, sua unha percorria fazendo um barulho agudo de arranhão.

- Veja só... você nasceu - Sussurou a misteriosa mulher enquanto sua outra mão passava pelo o pequeno meu pequeno rosto.

Se afastando um pouco do berço uma fumaça vermelha em forma de homem se materializa em frente a mulher.
- É esse mesmo? - Uma voz sombria e grossa ecoou por todo o quarto.
- Sim,  Mestre. Esse é o garoto. - Disse a misteriosa mulher.
- Muito bem. Ele já tem o poder celestial da lua? - Perguntou rigidamente a estranha voz.
- Ainda não mestre, nem ele e nem o outro - Disse a mulher que voltava a caminhar até o berço e olhar a criança que a sorria de volta.
- RAIOS. - Gritou a estranha voz, tremendo todo o quarto e trazendo ao chão pequenas rachaduras vermelhas que por elas também saíam névoas negras.

Enquanto Alice caminhava pelo corredor de Luz sentiu algo apertando forte o seu peito, uma angústia, uma dor que só uma mãe poderia sentir.

- Jensen. Não estou me sentindo bem, tem algo apertando aqui no meu peito. - Disse Alice parando seu caminhar e colocando a mão no peito.
- Alice? - Disse Jensen preocupado que estava a frente e caminha até a esposa colocando o braço em volta a seus ombros.
- Tem algo acontecendo com meu pequeno Ian. - Disse Alice respirando fundo.
- Como assim? Algo acontecendo com nosso filho? - Disse Jensen agora muito mais preocupado.
- Não sei te explicar, eu apenas sinto - Disse Alice olhando em volta, enquanto Aramis os esperava.
- Calma. Não tem nada acontecendo, Arthur já teria vindo nos avisar. Isso é preocupação porque eles vão receber a luz. Esta tudo bem. - Disse Jensen amparando e clamando Alice  que aos poucos começa a caminhar.
Algumas vezes Alice desviou seu olhar para trás em direção ao quarto que já estava bastante longe e cada vez se afastava mais e mais.

Ainda no quarto a misteriosa mulher me pegou ao colo e ficou me olhando diretamente nos olhos.
- Você sabe qual vai ser sua missão de agora em diante, não é mesmo? - Ecoou a estranha voz em meio ao quarto que estava mais escuro e frio. 
- Sim,  eu já sei. - Disse a mulher que voltou a olhar para a fumaça que estava logo atrás dela.
- Com essa criança em mãos e com todo o poder que ela terá, não terá como não termos todo o mundo mortal em nossas mãos - Disse a voz com bastante convicção e força na voz, dando um ar de medo e arrogância.
- Sem dúvidas - Disse a misteriosa mulher colocando me colocando novamente ao berço.
- Está tudo agora em suas mãos Audrey. - Disse a Voz estranha revelando então a identidade da misteriosa mulher.
Com um imenso sorriso maligno no rosto Audrey ficou me olhando enquanto seus olhos se tornaram vermelhos como sangue e veias escuras saltaram por toda a extensão de seu braço.
Toda a névoa densa e escura fugiu pela a janela do quarto, um zumbido e assobio tomou conta do quarto e uma rajada forte de vento fez com que Audrey também desaparecer como areia soprada.
(Continua)

IAN - SPIN-OFFOnde histórias criam vida. Descubra agora