- Como uma criança eu apenas consegui ficar em choque, não podia acreditar que a pessoa que mais amei no mundo, meu irmão, estava me tratando daquela maneira, aquilo foi como facas cravadas em meu coração.
Arthur passou furioso pela a sala, em seus olhos marejados algumas lágrimas começaram a escorrer e limpava rapidamente com a palma da mão.
Zoe ficou tão preocupada ao ver a cena de Arthur chorando e passando como raio em sua frente em direção a parte de fora da casa.
- Arthur?... onde você está indo? -- Disse Zoe preocupada, enxugando as mãos molhadas e indo atrás de meu irmão que só a deu o silêncio.Foi tudo muito rápido, Zoe não teve chance de alcancar Arthur que rapidamente arqueou suas asas e como um fash tomou Vôo se perdendo por toda imensidão do céu azul.
Zoe decepcionada e preocupada voltou correndo para dentro de cada e foi até o quarto onde eu estava.
Sem cerimônias Zoe abriu rapidamente a porta do quarto e foi até mim que tinha um choro engasgado na garganta.
- Ian?... você está bem? - Ela me disse se aproximando e me olhando.
Logo Zoe se abaixou e me olhou nos olhos.
- O que aconteceu aqui? Por que Arthur saiu daquele jeito? - Ela me perguntava e insistiu algumas vezes na mesma pergunta e eu não a conseguia a responder.
Eu estava sem voz, com medo, o choro estava preso em minha garganta, eu ao menos conseguia me mover e ela sentiu isso... e logo me abraçou forte.
- Pode chorar... não precisa ser forte o tempo todo - Disse Zoe me abraçando forte e apoiando minha cabeça.Não me aguentei, simplesmente aconteceu... entrei em desespero e choro, enquanto repetia a frase.
- Arthur me odeia, ele disse que matei nossos pais -.Eu desmoronei, poxa eu ainda era apenas uma criança para ter que ouvir e passar por tal acusação.
Zoe se manteve em silêncio enquanto eu me acabava e repetia a insistente frase que a culpa era minha.
Aos poucos fui me acalmando e aos poucos o choro desesperado foi se tornando leves suspiros em meio às lágrimas.- Ian... escuta... você não é o culpado pela a morte dos seus pais, Arthur estava nervoso, vocês ainda são pequenos e é muita informação de uma vez para a cabeça de vocês.
Tenho certeza que Arthur se arrependeu do que lhe disse. - Disse Zoe calmamente secando as lágrimas que ainda escorriam pelo o meu rosto.
- Eu não quero mais ver o Arthur... eu não quero vê-lo nunca mais - Eu disse para Zoe irritado.
- Não diga isso Ian... ele é seu irmão e você tem que perdoa-lo, você verá logo logo ele vai estar de volta e vai dizer o quanto te ama. - Disse Zoe me confortando.Talvez aquela foi a maior mentira que a Zoe já havia me contado.
O Natal passou... Um novo ano se iniciou e nada do Arthur.
Fiquei por dias e meses olhando pela a janela na espera de ver meu irmão pousar em frente a casa que eu estava, mas... tudo não passou de uma grande ilusão.
Como um anjo em treinamento e em evolução, logo eu já não aparentava mais ter 8 anos.
Passei pelo os 12... pelo os 15... pelo os 18 e cheguei finalmente aos 22.
Tudo em questão de 1 ano, foi tudo meio corrido para mim, mas sempre tive a Zoe ao meu lado para me guiar e me saber lidar com essa nova casca que eu havia me tornado com aparência de 22 anos.Com o tempo e por não ter mais contato com Arthur, sua lembrança em minha mente foi sendo apagada, Zoe disse que isso era normal pela as mudanças, pois Arthur também já não tinha mais a aparência de um garoto de 12 anos.
Se eu o visse naquele momento eu já não o reconheceria mais.
Fui criado durante todo esse período por Zoe que foi literalmente como uma mãe, entregou seu tempo e amor inteiramente a mim, mas... nunca me esqueci dela dizendo que Arthur voltaria... algo que nunca aconteceu e alimentou uma certa raiva dentro de mim.Como eu disse agorinha, Zoe foi me adaptando com minha nova casca... os Anjos não como os homens, somos luzes e sons extremamente celestiais, mas para nos manter intacto aos humanos e para os animais que possam nos ver, usamos cascas que são bem semelhantes aos seres humanos, até para que possamos caminhar em meio a eles sem que nenhum seja ferido ao nos olharem ou ao nos ouvir falar.
Por meio de um dos meus treinamentos aquele seria o primeiro dia que eu teria contato com um mortal.
Eu estava bastante nervoso, como eu ia agir? E minhas asas? Era algo que eu precisava passar para conseguir meu protegido.
Zoe e eu pousamos em meio a algumas árvores em um pequeno vilarejo e como mágica nossas roupas de anjos se transformaram em roupas normais e nossas asas ficaram invisíveis.
- Cadê as minhas asas? - Eu a perguntei assustado.
- Calma... no mundo mortal elas desaparecem é por isso que usamos cascas mortais, os humanos não podem e não sabem que somos anjos e isso Ian é uma das coisas que devemos guardar total segredo, enquanto estivermos aqui com os humanos. - Disse Zoe seria e me olhando.
- Entendi...Começam os a caminhar pela a rua... eu estava maravilhado, como pode Deus ter criado seres tão semelhantes a nós anjos?
Acredito que essa foi a sua maior criação.
Me encantei com o sorriso das crianças brincando descalças na rua, pareciam pequenos anjos no pátio celestial.
Uma bola chegou a tocar meus pés e a abaixei para pega-la e uma menina linda de cabelos encaracolados e loiros aparentemente com 6 anos de iadade chegou até mim com um sorriso no rosto.
- O moço, quer brincar com a gente? - Ela me disse.
- Não, não minha linda, agora estou meio ocupado, mas depois brinco com vocês - Eu a respondi com um sorriso no rosto enquanto ela me olhava intensamente e com um sorriso no rosto.
- O senhor é anjo? Você é muito bonito - Ela me disse sorrindo e eu fiquei um pouco assustado e a entreguei a bola, rapidamente a pequena menina voltou a brincar com as outras crianças na rua.- Zoe... como ela sabia? - Eu perguntei a Zoe.
- Crianças Ian... são os seres mais próximos ao reino celestial.
Crianças tem uma inocência que as tornam puras e elas podem nos ver, mas... com o tempo toda essa inocência é perdida com todo o mal que existe nesse mundo, mas não se assuste. - Disse Zoe com um sorriso no rosto e voltando a caminhar.
Comecei a segui-la e olhava tudo em volta como o mundo mais incrível que pudesse existir.Os pássaros, a brisa, os risos das crianças, às mulheres e homens caminhando pela a rua como se o tempo fosse curto para as coisas, tudo isso pude observar.
- Meu Jovem... você pode me ajudar? - Ouvi uma voz me chamando e rapidamente me virei para trás me dando de cara com uma Senhora de idade.
- sim... no que posso te ajudar? - Perguntei com um sorriso.
- Não estou conseguindo pegar minha sacola de frutas que está ao chão, a idade está acabando comigo, só a coloque em meus braços e eu sigo até até em casa. - Ela me disse em tom de brincadeira e eu rapidamente me protifiquei a ajudá-la e colocar as sacolas que aparentemente eram bem leves em seu braço.
Zoe me olhou com sorriso e a Velha Senhora segurou minhas duas mãos.
- Obrigado meu querido, eu desejo que tenha uma grande vida e uma grande caminhada pela a frente - Disse a velha senhora apertando a palma de minha mão e nesse momento uma névoa preta adentra por minha mão, passando por minha veia.
Aquilo me incomodou, doeu um pouco, mas eu não vi o que tinha acontecido.
Logo ela me soltou e tomou seu caminho olhando algumas vezes para trás com um sorriso no rosto.
- O que foi Ian? -Perguntou Zoe.
- Não sei... senti algo estranho sobre aquela senhora. - Eu disse a Zoe.
- Alguns seres humanos são ruins, assim como os anjos, então talvez esse foi primeiro contato com alguém de mal coração. - Disse Zoe também caminhando e seguindo para onde estávamos indo.
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IAN - SPIN-OFF
FantasyAntes de "O Segredo Celestial" existiu ele. A história contada por outros olhos, Sua visão e sua própria versão de sua vida. IAN.