Capítulo 8 Sol

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Acordo com o barulho da campainha, me levanto e vou até a porta, quando abro fico paralisada.

-Espero que goste de piqueniques.-Thomas está parado com um braço apoiado no batente da porta sorrindo para mim.-Bom dia.

-Bom dia...-Ainda estou um pouco grogue.-Piquenique? Hum...eu gosto sim.-Digo depois que me desperto um pouco mais.

-Que bom.-Ele arruma a postura e coloca as mãos nos bolsos.-Mas acho que queira se trocar primeiro.-Diz isso me olhando da cabeça aos pés, estou vestindo apenas uma camiseta azul que não chega nem na metade das minhas coxas.-Mas eu não vejo problema em ir assim, fique à vontade.

-Cala a boca.-Digo rindo.-Entra, vou me trocar.

-Que pena.-Thomas diz ao passar.-Ia gostar mais se você fosse só com essa blusa.

-Fique à vontade.-Digo enquanto vou em direção ao quarto.

Arrumo rapidamente a cama e vou para o banheiro escovar os dentes e pentear o cabelo. Volto para o quarto e escolho uma saia preta com estampa floral solta, abotoo o sutiã e na hora que me viro para pegar o croped de manga comprida branco em cima da cama vejo Thomas me observando. Passo o croped pela cabeça e o ajeito no meu corpo, calço uma sapatilha bege.

-Estou pronta.-Falo me aproximando dele.

-Então vamos.-Ele pega na minha mão e vamos rumo à porta.

                               *
-Onde vamos?-Pergunto enquanto vejo a paisagem passar, o campo de lavanda está sendo banhado pela luz dourada do sol que está nascendo, pegamos a estrada a meia hora.

-Fazer um piquenique.-Ele desvia à atenção da estrada para me olhar e sorrir.

-Isso eu já sei, mas onde?

-Saberá quando chegarmos lá.-Thomas pega minha mão e beija.-Não falta muito.

Percorremos mais alguns quilômetros antes de virar à direita em uma estrada de cascalho rodeada por árvores, ele para o carro alguns metros depois e descemos. Thomas abre o porta-malas e tira de lá uma toalha xadrez e uma cesta e me mostra o braço livre onde eu seguro. Andamos pela trilha, o chão ainda está úmido por causa da chuva de ontem e percebo que as folhas estão começando a alaranjar anunciando o outono. Subimos um pequeno morro onde no alto tem uma enorme árvore, quando chegamos olho a paisagem à minha volta, fico sem fôlego por alguns instantes. Todo o nosso redor é coberto por planícies e no horizonte as montanhas apontam para o céu.

-Gostou?-Ele pergunta atrás de mim.

-Eu amei Thomas...é lindo.-Digo ao me virar. A toalha já está forrando o chão e a cesta está no canto.

-Vamos comer então, deve estar com fome. Bom, eu estou morrendo.-Diz indo se sentar e eu o acompanho.

Começamos a tirar os alimentos da cesta e arruma-los na toalha.

-Onde comprou?-Pergunto após dar uma mordida no bolinho de blueberry.

-O que?

-O café da manhã.-Ele sorri.

-Foi eu que preparei, e para sua informação, acordei de madrugada para fazer isso tudo.

-Sério?-Estou de queixo caído.

-Sério. Por que? Um homem não pode cozinhar?

-Claro que pode, mas você não tem cara de que sabe cozinhar.-O sol bate em seu cabelo castanho fazendo-o brilhar e deixando-o com uma áurea dourada em volta.

-Ninguém nunca reclamou.-Ele dá de ombros.-Por quê está sorrindo?

-Você fica bem de azul.-Thomas está com uma camisa polo de cor azul e uma calça jeans preta. Na verdade, ele fica bem de todas as cores.

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