Capítulo 29 Flores Ao Vento

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-Não pode ser!-Sam fala sem acreditar olhando o papel.-Mas...mas ele disse que não poderia!-Ela sorri.

-Eu sei!-Digo sorrindo e chorando ao mesmo tempo. Ouço passos se aproximando.-Guarda tudo.-Sam se apressa em guardar os papéis em uma gaveta próxima.

Duas batidas na porta e minha mãe põe sua cabeça para dentro, Sam faz sinal para ela entrar.

-Oh! Você está tão linda minha filha!-Olho para ela que tem lágrimas nos olhos.

-Vai borrar sua maquiagem mãe.-Digo rindo e em seguida me viro para olhar no espelho.

O vestido azul claro está perfeito em mim. Suas mangas caídas tem pequenas flores rosas que enfeitam todo o busto do vestido, tudo nele é delicado. Sorrio ao pensar que em poucas horas estarei casada.
Escolhemos um casamento ao ar livre, na praia. Os tons escolhidos foram azul claro e dourado, tudo simples e gracioso.
Outra batida na porta e meu pai entra, ele chora ao me ver.

-Está na hora.-Ele diz e tenta sorrir.

-Eu vou ser muito feliz pai.-Sorrio tentando tranquiliza-lo.-Na verdade eu já sou muito feliz,essa felicidade vai apenas aumentar.

-Eu sei querida, e estou feliz, muito feliz por você. Mas é que dói ver que minha pequena já cresceu.-Ele me beija na testa.

-Falta a coroa de flores.-Digo. Meu pai a pega e a coloca em cima da minha cabeça, meus cachos ruivos estão soltos e caem em cascatas nas minhas costas.

-Vem Lana, se não nós duas vamos morrer de chorar aqui.-Sam diz puxando minha mãe para fora do quarto.

-Sua mãe parece uma manteiga derretida.-Meu pai ri.

-Sei que o senhor não é muito diferente.-Meu pai me dá o braço e eu entrelaço o meu no dele.

Chegou a hora. Passou somente quatro meses desde que Thomas me pediu em casamento. Nesse tempo fizemos infinitas coisas, como planejar todo o casamento e comprar uma casa para a gente. Falei que poderíamos morar na casa dele mas Thomas insistiu em comprar uma casa maior para quando adotarmos nossos filhos, e também tinha Max que precisava de um espaço para brincar, agora que já estava um pouco maior ele não parava quieto um minuto.

-Você está bonita.-Max olha para mim e sorri. Ele segura as alianças.

-Obrigada Max. Você está deslumbrante.

A música começa e as borboletas no meu estômago se agitam, minhas mãos suam.

-Ainda dá tempo de fugir.-Meu pai sussurra em meu ouvido. Olho para ele e faço uma careta, ele sorri.

Saímos de trás dos arbustos e entramos na pequena passarela que foi feita no jardim de frente para a praia. Os bancos são brancos e estão enfeitados de margaridas, minhas flores favoritas. Os convidados estão de pé e sorriem para mim. O sol começa se pôr atrás do bangalô e ao lado do padre está o amor da minha vida, o homem que eu agradeço à Deus todos os dias por ter conhecido. Thomas olha fixamente para mim e quando vê meu sorriso, parece relaxar e sorri de volta.
Meu pai para e antes de entregar minha mão para Thomas, deposita um beijo em minha testa, depois vai para o lado da minha mãe. Ao lado dela está Sam que não para de chorar no ombro de Rafa. Sorrio para os dois.
O padre começa a celebração, Thomas olha para mim quase o tempo todo o que me faz rir.

-Pode dizer seus votos Sr. Spilgmam. -O padre anuncia.

-Bom, não vou mentir, estou nervoso.-Todos riem.-Mas você me acalma Ingrid, como ninguém nunca foi capaz de fazer. Você apareceu em um momento em que eu não queria ninguém na minha vida, mas então você encheu tudo de cor outra vez e eu vi que precisava de você. Você é uma garota risonha e destemida, tímida mas que enfrenta de frente. Uma garota que eu descobri que tinha sido quebrada pouco antes mas que nem por isso se deixou levar. Eu amo todos os seus humores e suas variações repentinas. Amo a forma como seu cabelo fica quando acorda e como sorri ao ver um sorvete.-Thomas sorri enquanto lágrimas rolam por sua bochecha.-Amo a forma como você me ama e amo como você ama meu filho, que desde o princípio também é seu filho. Nem todas as palavras no mundo são capazes de expressar tamanho amor que eu sinto por você. Eu te amo apenas por você existir.

Estou chorando sem parar e sei que é a minha hora de falar meu votos. Limpo as lágrimas e a garganta. Tento encontrar voz em meio a emoção.

-Eu sou louca por falar com gente estranha em um bar, eu sou ainda mais louca por deixar esse estranho ir para a minha casa. Mas se não fosse essa loucura, não teria encontrado o amor da minha vida. Passamos por coisas ruins em nossa vida, e essas coisas eu as nomeio de testes. Foi um teste tudo o que eu passei até te conhecer Thomas, foi um teste porque a minha recompensa estava guardada. Você estava guardado para mim, assim como eu estava guardada para você. Sou uma bagunça para você, perante a certas coisas. E você é uma bagunça para mim, perante a certas coisas. Mas se fossemos iguais seria monótono e o que é monótono é sem graça e sem amor. E o amor que eu sinto por você Thomas jamais vai existir. Você se deu por mim e me deu um filho!-Sorrio e olho para Max.-Você me deu o simples e o complexo. Você além do mundo me deu o universo. E é por isso e outras mil coisas que eu amo você, por todo o sempre.

Depois das lágrimas enxugadas e das alianças trocadas, selamos nossa união com um beijo. Todo mundo levanta e aplaude, sorrindo e gritando.
Saímos pela passarela que entrei, as pessoas jogam arroz e flores em nós.

Estávamos todos reunidos na tenda montada onde seria a festa, as pessoas dançavam e bebiam, já tínhamos cortado o bolo e brindado. Precisava falar com Thomas. Ele se encontrava conversando com os colegas mais ao canto. Chego devagar.

-Olha a noiva mais bonita que já vi.-Fala Johnson.-Meus parabéns.-Diz me abraçando.

-Obrigada.-Sorrio.-Vão me desculpar mas preciso de Thomas um instante.

-Que isso. Fique à vontade.-Johnson fala e os outros dois homens sorriem.

Thomas entrelaça nossos dedos e eu o guio no meio da multidão. É difícil chegar ao jardim com todos os convidados nos parando para nos parabenizar e conversar, mas depois de algum tempo conseguimos.
A noite já tinha chegado e a lua banhava toda a praia e o jardim com seu brilho prateado, algumas estrelas pontilhavam o céu. Paramos a poucos metros da praia.

-Tenho um presente para você.-Digo ficando de frente para Thomas.

-Um presente?-Ele sorri maliciosamente.

-Mas você só irá vê-lo depois de nove meses.-Digo pegando suas mãos e as pondo em cima da minha barriga. Thomas fica confuso no momento mas em um segundo ele entende e me olha chocado.

-Não acredito! -Ele sorri e chora ao mesmo tempo.-Você não poderia engravidar, como...como aconteceu?

-Vai dizer que não se lembra! -Falo maliciosamente e começo a rir.-Eu também não acreditei. Estava atrasada algumas semanas e fui no médico achando que tinha dado mais complicações, fiz alguns exames e o médico também não acreditou quando viu o resultado.-Digo chorando.-Ele voltou para a sala e me falou que eu estava grávida.-Sorrio.-Eu estou grávida Thomas.

Thomas me pega e me gira no ar, nós dois estamos sorrindo. Quando ele me põe no chão vemos Max se aproximando.

-Vem cá meu filho.-Thomas pega Max no colo. Ele usa um terno e gravata borboleta que o deixa ainda mais irresistível, está igual ao pai.-Você vai ter um irmãozinho Max.

-Vou?-Ele olha espantado para mim e depois para Thomas.-Eba.-Seu sorriso se abre e ele começa a bater palmas.-É menino ou menina?

-Ainda não sabemos, pequeno.-Digo passando as mãos por seu cabelo.-Só daqui a alguns meses.

-Mas eu quero mais de um irmãozinho.-Max fala fazendo biquinho.

-Com certeza você vai ter.-Thomas diz me olhando maliciosamente.

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