Capítulo 7-Delegacia

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"Podem as palavras, ditas ou escritas, machucar, mas jamais causarão dor maior que o silêncio."

(Marco Aurélio)

Luna

- Estou bem Nana eu juro.

- Minha querida. Fiquei tão preocupada. Depois de tanto esforço para... - diz com a voz embargada. - Então vem um infeliz desse e quase atrapalha todo seu progresso. Já liguei para o Henrique ele irá até a delegacia com você. Só precisamos que o rapaz que te ajudou testemunhe. Ele é seu vizinho não é? A Jô me contou tudo.

- Acho que isso não vai acontecer. Ele é conhecido e não pode correr o risco de parar na mídia de forma negativa.

- Como assim? Você conversou com ele? Ele não entende como isso é importante?

- Entende Nana. Mas ele não pode. Tá tudo bem. Vamos tentar do mesmo jeito.

- Se é assim... Fazer o que? Mas preciso conversar com esse rapaz e agradecê-lo mesmo assim.

- Por favor. Não peça mais nada pra ele. Sinto que você vai dar-lhe um ultimato. Eu te conheço dona Yolanda, a senhora não me engana. Prometa-me.

-Tudo bem. Eu prometo. Só que suas chances sem uma testemunha são quase nulas, se eu bem entendi.

- Desculpe Nana, mas não quero ser mais humilhada. Apenas deixe que eu cuide disso. Estou bem como já disse. Tomei um bom banho, Jô trouxe comida e estou recomposta.

-Ótimo! Ouça tudo o que Henrique disser Luna. Ele é um excelente advogado, sempre nos ajudou em tudo.

- Ok. Pode deixar. Eu te amo Nana. Tchau

- Te amo também minha menina. Até mais.

****

O interfone toca e suspeito que seja Henrique que esteja na portaria. Estou pronta há meia hora. O que foi bem difícil, porque a Jô liga ou passa mensagens de cinco em cinco minutos desde que foi embora.

Enquanto aguardava fiquei consultando vários sites para saber minhas chances. Não são boas.

- Oi!

- Srta. Luna. Sr. Henrique a aguarda.

- Tudo bem. Estou descendo.

Pego bolsa, celular e chave. Caminho para a porta enquanto faço uma pequena oração antes. Não quero encontrar o idiota egoísta.

E não encontro. O que melhora um pouco meu humor. Não preciso de um lembrete da minha estupidez, onde tive que ser salva por meu vizinho que me odeia. Bufo e balanço a cabeça para a minha atitude na boate. Mas também quem iria imaginar que o indigesto que foi um babaca a vida toda continuaria sendo uma peste? Pelo menos eu não cogitei isso.

Quando entro no elevador, recebo uma mensagem da Jô.

Jô: Estou no estacionamento da delegacia. Se um dia o babaca passar na frente do meu carro, posso fingir que tive um espasmo muscular e pisar no acelerador?

Sorrio e resolvo entrar na brincadeira.

Luna: Não. Porque assim ele não sofrerá todas as pragas que roguei pra ele. Espero que pau dele caia, ou pelo menos tenha uma verruga maior que um testículo de boi.

Jô: kkkkkk \o/ Minha garota. Que orgulho Frankenstein.

Luna: Obrigada Dr. Victor ;)

Ele Vai Ser MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora