Capítulo 10-Amnésia

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"A leitura é uma forma de chegar ao conhecimento e de enriquecer a nossa sabedoria."

(Rúben Algarve)

Ricco

Porra!

Todos começaram a se aglomerar lá na frente, ouvi um grito feminino. Foi tudo tão rápido. Meu coração parou pelo que parecia uma eternidade. E quando voltou a bater parecia uma britadeira querendo sair do meu peito. Os cenhos franzidos fizeram com que eu ficasse mais apreensivo. O que aconteceu com ela?

Deus. Por favor, permita que ela esteja bem.

A noite estava tranquila. A conversa fluiu agradavelmente, se eu não mencionar os episódios do meu tio me envergonhando. Mas tudo aconteceu melhor que supus. Após a turbulenta noite de ontem e o frustrante dia de hoje, acredito que merecemos isso. Ela ainda mais que eu.

Depois do nosso desentendimento na delegacia sai de lá tão possesso de raiva por me sentir um idiota em acreditar que uma mulher estaria realmente preocupada com outro ser humano além dela. Não consegui conter tudo que senti. Ela é a única pessoa que me deixa totalmente transtornado.

Sou controlado e frio para as situações mais intempestivas. Perco a calma sim, mas é raro. Mas essa garota, Llena de marra com certeza consegue me levar além do limite. O simples fato de ela respirar me deixa nervoso. Eu não sei o porquê, só me sinto diferente ao seu lado.

E então quando estou pensando o pior dela, sua amiga Jô me liga e explica tudo. Ela não fez aquilo por ela. Fez por mim. Por isso tive que me redimir chamando-a para beber alguma coisa e tentar apaziguar o clima.

Sua amiga disse que ligou para sua mãe, mas que Luna não deve saber. Não entrou muito em detalhes, mas disse que "soltou os cachorros" na tal Laura que é a mãe da Luna. Eu não faço ideia do motivo que a levou a me contar isso. O que ficou claro é que mãe e filha possuem uma relação complicada. Perguntei o motivo para Jô, que se esquivou e disse que só a Luna pode me contar, mas reiterou o que disse na minha casa. Que o passado dela não foi fácil.

Antes de desligar, ela me deu uma única informação. Disse que o que ela mais temia estava acontecendo. Uma mudança no processo judicial que envolve a Luna e isso seria como uma bomba na vida de todos. E pediu para que eu ficasse de olho nela porque ela vai precisar de vigilância, mas com discrição. Luna não pode nem desconfiar dessa mudança no processo.

Acredito que essa garota Jô esteja confundindo as coisas. Só porque eu interferi na coisa toda com o merdinha na boate, não significa que agora serei íntimo dela. O que será que eu tenho que fazer para que ela entenda isso? Eu só desejo distância do sexo feminino. E agora tenho que bancar a babá secreta.

Por hora tudo bem, ela se pôs em risco por mim e aprecio isso. Sua coragem é admirável. Eu poderia ter perdido muito com esse assalto. Tudo poderia ter dado errado com sua loucura. Nunca a indicaria para o cargo. Mas se mostrou bem esperta afinal, apesar de ter sido ingênua na boate. Ela é uma incógnita para mim.

Depois que aceitou o convite e fomos para o PUB que eu havia marcado com meu tio, um peso saiu da minha consciência. Ela estava se divertindo. Não só sorriu como também gargalhou e isso me fez sorrir.

Ela estava linda demais. Sua pele perfeitamente morena contrastou com o branco do vestido. Sua boca num vermelho escarlate me instigou a noite toda. E seu perfume era um doce convite para que me aproximasse de seu pescoço e roçasse meu nariz por todo o caminho até a nuca e depois enfiasse a língua em sua boca, mordendo-a e chupando-a até que estivéssemos tão conectados que não poderiam dizer onde um terminava e o outro começava.

Ele Vai Ser MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora