Capítulo 29-Passional

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"Se não for uma loucura, passional e extraordinário, é uma perda de tempo. Existem muitas coisas medíocres na vida e o amor não deveria ser uma delas".

(Anne Alves)

Luna

Verifico as horas novamente, apenas para me preocupar um pouco mais. Ricco disse que estaria de volta para jantarmos com o Ramon e o Ivan, mas até agora ele não chegou e não é do seu feitio se atrasar sem pelo menos dar uma satisfação para o atraso.

Ligo para ele novamente, e novamente vai para a caixa postal. Penso em ligar para o Ramon, talvez ele tenha notícias. Só que se ele não souber de nada vou preocupá-lo. Vou aguardar um pouco mais, caso ele não apareça... Estarei oficialmente autorizada a surtar.

Devo ter adormecido em algum momento, pois desperto assustada quando ouço a porta se abrir abruptamente, verifico a hora, já passa de uma da manhã.

A figura que aparece lá xingando e praguejando tem o rosto do Ricco, se parece com ele, mas não pode ser ele.

– Porra! Puto infierno! Suelta carajo!

Observo assustada a figura que lança seu ataque de fúria contra a chave que parece presa à porta.

O que pode ter acontecido, Deus?

Nunca o vi assim antes. Ricco está completamente bêbado e encharcado, mas tão sexy ao mesmo tempo, seu cabelo está arrepiado e a camisa transparente e grudada ao corpo esculpido e sarado. Está pingando água por todo o chão.

Está mais quente aqui ou sou eu?

– Ricco? – testo seu nome ainda atônita com a cena.

Ouço-o xingar e amaldiçoar baixinho com a testa contra a porta como se tivesse sido flagrado. Sua luta com a chave termina e sem acender a luz ele caminha até mim.

– O que você faz acordada? – ele repreende tropeçando nas palavras.

– O que eu faço acordada? Isso é tudo o que tem para me dizer? – devolvo sua repreensão. – E por que você está encharcado? Não está chovendo.

Ele se joga ao meu lado no sofá de couro e começa a tirar os sapatos, o que não seria uma tarefa complicada normalmente, mas para esse Ricco caindo de tão bêbado parece ser uma nova batalha. Aproveito a proximidade para observar seu corpo em busca de ferimentos e me distraio um pouco, é difícil manter o foco com um homem desses, vulneravelmente bêbado e deliciosamente molhado.

Já faz um longo tempo desde a última vez que nos tocamos!

– Fui a um lugar horrível. Tive um dia... péximo. – espreme o rosto com as mãos fazendo as palavras saírem engraçadas.

Ele leva as mãos para o primeiro botão da camisa quase em câmera lenta me fazendo salivar, involuntariamente passo a língua nos lábios e mordo um gemido de desejo. Logo recobro o juízo, não vou deixa-lo sair dessa facilmente.

– Talvez se você tivesse atendido ou retornado as minhas ligações eu saberia como foi o seu dia. Estava surtando aqui sozinha. Não faça mais isso Ricco.

– Tá bom, mamãe! – debocha e sorri longe do seu jeito educado.

– Ricco! Estava muito preocupada com você, quase chamei a polícia, te liguei mil vezes.

Ele retira o celular do bolso com alguma dificuldade e sorri com cinismo para a tela.

– Não exagere. Hipérboles só são bonitinhas para as crianxas – embola a palavra. –Você me ligou apenas vinte e três vezes, então não chegou nem perto de mil, aliás, não chegou nem mesmo perto de cem.

Ele Vai Ser MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora