"Autores são atores. Livros são teatros."
(Wallace Stevens)
Luna
Espero não me arrepender disso. Mas não posso ir adiante com algo que irá prejudicar a vida do Ricco. Eu nunca iria me perdoar por destruir a imagem de alguém que só fez o bem, no momento que mais precisei.
– Você terá que retirar a queixa agora. E caso continue fazendo essa imundície com as mulheres, eu vou arrumar provas cabíveis e irrefutáveis contra você. E não terá uma pessoa nessa terra que vá te livrar disso.
– Ótimo. Foi um prazer imenso fazer negócio com você. Mas caso você mude de ideia, eu saberei imediatamente. – Pedro muda o tom de comemoração para algo sombrio.
– Vamos entrar para você retirar a queixa. Mas aconselho não sorrir ou falar gracinhas na frente da Jô. – sorri com um olhar divertido enquanto sinaliza para um de seus seguranças.
Quando entro na delegacia, estão todos me procurando. Jô parte pra cima de Pedro, o segurança dele impede o soco que ela iria dar. Ricco e Henrique olham-me cheios de perguntas não pronunciadas.
– Vamos embora? – digo olhando cada um.
– Você tá louca Luna, esse cara tem que pagar – minha amiga esbraveja.
– Ele vai retirar a queixa. Foi tudo um mal entendido. Não é Pedro? – fuzilo-o com o olhar.
– Sim claro. Vou retirar imediatamente. – sorri e caminha para a sala onde vejo o delegado o cumprimentar e puxar a cadeira para que ele se sente.
Não há mais dúvida, o delegado é um dos "amigos" que o filho da trevas falou. Caminho em direção à saída, quando estou fora sinto uma enorme mão segurando meu braço.
– O que houve? Onde está o discurso de covardia e que mulheres não podem mais passar por isso? – Ricco pergunta com raiva.
– Ele tem todos nas mãos. O delegado, juiz, todos. Não iria adiantar nada, isso só iria acabar com... – pauso imediatamente. Não quero que saiba que fiz isso por ele. – Com a minha vida. Meus chefes veriam nos jornais e eu seria despedida.
– Eu resolvi vir porque você mostrou que se importa com outras pessoas além de você. E agora diz que não quer acabar com a sua vida?
– É. Não vale a pena.
– Eres como todas las mujeres. A bondade e honestidade tem um limite. Vocês são muy buenas e altruístas, até que sejam afetadas. Porque nesse momento vocês agem apenas com a natureza egoísta que possuem. – esbraveja fazendo assim com que eu transborde de raiva, alternando entre os idiomas sem saber que entendo o que diz.
– Y tu, eres un pene en culo! –arregala os olhos, não tenho certeza se é por eu saber seu idioma ou pelo o que eu disse.
– Boa tarde. Llena.
– É a VOVOZINHA. – berro para as suas costas enquanto se afasta.
Jô me abraça e diz que precisamos conversar. Balanço a cabeça concordando.
– Estou ouvindo coisas, ou você acaba de chamar Ricco Calazans de pau no cu? – sorrio para a expressão de desacreditada que ela faz.
– Ele mereceu. – falo e ela afirma com a cabeça.
Volto para a delegacia para confirmar se o panaca cumpriu com a sua palavra. Henrique confirma que a queixa foi retirada. E o canalha tem a pachorra de falar comigo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ele Vai Ser Meu
RomanceAté onde você iria para ter a pessoa que ama? E se essa pessoa fosse impossível para você? Quem conhece Luna toda cheia de vida e espirituosa não imagina as obscuridades que ela carrega. Sua vida passa por mudanças e ela conhece Ricco Calazans, u...