Todo romance segue uma espécie de script. O herói da história sempre vence uma batalha difícil e no final, tem sua amada nos braços. Vemos isso desde pequenos, nos contos de fadas. Quem nunca ouviu falar do forte príncipe que enfrenta bruxas más, dragões enormes e criaturas místicas para salvar a princesa? E nos dias atuais? Como os romances acontecem? Aposto que não há mais lindos cavalos brancos para cada um homem ir buscar sua amada. É para isso que estou aqui, escrevendo. Vou provar que apesar dos empecilhos postos pela vida, uma boa história de amor pode ser bem engraçada e atrapalhada (até começar errado). O segredo é não desistir! Mesmo que no começo, não seja o que queremos. Certo, vamos por partes...
Tudo começou com o pior dia de uma adolescente: o primeiro dia de aula. Eu realmente não gostava desses dias. Apresentações demais, uma confusão para os alunos novos e muita falsidade entre algumas garotas. Sai da escola cansada psicologicamente. Para minha sorte, Evie, Charlotte e Mike me acompanharam até a rua do meu apartamento. Evie era uma das minhas melhores amigas. Uma magrela, alta e de olhos castanhos enormes. Seus cabelos eram médios e pretos como carvão. Uma das coisas que mais admirava nela era sua calma diante de situações complicadas. Mas não se deixe enganar, ela era brava quando queria. Ela morava com sua mãe, padrasto e seu pitbull branco. A outra era a Charlotte. Um metro e cinquenta e cinco de pura personalidade forte e pavio curto. Seu cabelo ruivo era cortado em um channel que destacava seus olhos escuros. Ela morava com suas duas irmãs, pai, mãe e seu gato cinza (que particularmente adorava perturbar). Ela sim sai do sério muito fácil, mas sempre estava por perto quando precisávamos, tanto eu quanto Evie. Mike já era nosso melhor amigo fazia um ano. Era praticamente da minha altura e seus cabelos claros davam destaque aos olhos esverdeados. Tirando o Mike, nosso acoplado eramos um trio imbatível. Eramos a Trindade (como nos dominavam). Porém, esse não é o foco da história.
Subi os oito andares correndo, mesmo que o síndico tenha dito mil vezes para não fazer aquilo. Nunca o escutei e isso já faz nove anos. Cheguei ofegante na porta do apartamento. Peguei a chave e abri a porta. Mamãe tomava café na cozinha, enquanto a tv na sala está ligada no jornal. Ela era morena, assim como eu. Também tínhamos alturas semelhantes. Ela estava trajada com seu habitual uniforme de enfermeira. Tinha uma expressão cansada de tanto trabalhar, diminuindo o destaque dos seus olhos castanhos. Ela havia separado do meu pai há nove anos e desde então morávamos apenas nós duas em um pequeno apartamento em um bairro de classe média.Assim que me joguei no sofá, mamãe se aproximou.
- Como foi seu primeiro dia de aula? - perguntou ela.
-Como os outros dois últimos anos. Nada mudou no Amellius, mãe. As mesmas pessoas no mesmo lugar. - comentei.
- Vejo que já está habituada a essa rotina. Deixei seu almoço no microondas. Você faz a janta, não é?- interrogou novamente.
- O quê? Vai cobrir plantão de novo? - questionei, levantando do sofá.
- Vou. A taxa do apartamento aumentou e percebi que seus casacos estão pequenos, minha filha. Você sabe que tudo isso é temporário, não é? Só até nos estabilizarmos financeiramente. - contou ela, triste.
- Você fala isso há anos. Fazer o quê?! Já estou acostumada a essa desculpa. Você consegue chegar antes que eu vá para a escola? - perguntei.
- Estarei aqui às quatro da manhã. Prometo. Agora vem aqui me dá um abraço de despedida. - pediu ela.Levantei e a abracei. Ela segurou meu rosto com as duas mãos e sorriu.
- Você é tudo para mim. Sabe que faria de tudo para o seu bem. As coisas vão melhorar, Elisa. Você verá. - confirmou ela.
- Se você está dizendo. - ironizei.
- A listinha está na geladeira e mais tarde a Irene vem dá uma olhadinha em você para mim. Só para conferir se você não está dando uma festa enquanto estou fora. - brincou ela.
- Droga! Vou ligar para o pessoal e desmarcar tudo. Deu ruim a festa de boas vindas as aulas. - falei, rindo e pegando o telefone nas mãos.Ela riu e saiu. Suspirei e meu sorriso se desmanchou.
- É. Aqui estamos nós casa. Só tu e eu. Dona Kate já se foi. - comentei, indo para a cozinha.
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Written In The Stars
Teen FictionElisa é uma garota comum. Está no seu último ano escolar e vive tranquilamente com sua mãe num apartamento em um bairro de classe média. Porém, sua vida mudou drasticamente quando um garoto entra em seu quarto. Trevor só queria liberdade e fugir d...