Acordei com a claridade entrando no meu quarto pela janela. Eu realmente odiava aquela luz. Sentei na ponta da cama, sentindo os braços de Trevor soltarem minha cintura. Um pequeno sorriso se formou no meu rosto quando o observava dormir. Era no silêncio e calmaria daquela manhã que eu senti que o mundo estava em paz. Eu queria realmente aquilo. Que não existisse guerras, crimes ou discussões; que apesar de ser 25 de dezembro, todas as pessoas pudessem sentir o sentimento bom que eu sentia, independente do natal.
Levantei e fui ao banheiro. Enquanto escovava os dentes, os acontecimentos da noite passada vinham na minha mente. Quem diria, eu? Namorando? O Trevor? Ah, se alguém me dissesse isso meses atrás, eu teria negado e falado que seria impossível. Como foi mesmo que o impossível se tornou verdade? Agora eu tinha um namorado. Aquele natal tinha sido mais do que eu pensei. Jamais esqueceria ele. Houve tantas coisas, tanto boas como ruins. Na balança, elas se igualavam, mas não se anulavam.
Quando finalmente sai dos meus devaneios, estava com a escova pendurada na boca suja de pasta e as mãos apoiadas na pia. Decidi apressar-me e terminar rapidamente minha higiene matinal.
- Elisa! - escutei Trevor me chamar.
- Presente!- falei, saindo do banheiro.Sorri e sentei ao seu lado. Trevor se inclinou na minha direção com a clara intenção de me beijar, mas minha mente travesa não deixou aquele momento romântico acontecer.
- Ah! Trevor, espaço! - pedi, levantando-me.
Na hora, ele pareceu levar um susto e sorriu, sem graça.
- Você realmente não aprende. - falei, rindo.
- Eu pensei que... espere um momento. O que aconteceu noite passada? - perguntou ele, sério.
- Bom. Eu preparei a ceia de natal, minha mãe não apareceu, discuti com a Irene, chorei um pouco, você apareceu, jantamos, jogamos alguns jogos e poucos minutos depois da meia noite, você pegou no sono no sofá. É, eu tive que arrumar a bagunça toda sozinha. Que deselegante, sr. Trevor. - contei, fingindo decepção.
- Mas... eu acordei na sua cama. Como? - continuou ele.
- Ah, fácil. Eu consegui te trazer para cá com muita força de vontade, por que a física me faltou. Você é pesado! Até acho que dei mal jeito na minha coluna. - menti, segurando a vontade de rir.
- Então, tudo foi um sonho? Faz sentido. - comentou ele consigo mesmo.Por longos três segundos, observei-o. Sua feição preocupada passou para uma triste e eu senti meu coração pesar. Mesmo assim não deixei de sorrir. Agachei na sua frente, ficando cara a cara com ele e lhe dei um beijo demorado.
- E sonhos são bons, não são? - perguntei, levantando-me. - Vou fazer um café para gente.Sai correndo na direção da cozinha. Sabia que logo viria atrás de mim. Então esse breve momento passava, coloquei a chaleira para esquentar, com água para o café. Trevor realmente foi rápido. Escutei seus passos ligeiro até a cozinha e quando me virei, fui surpreendida com um abraço forte.
- Não foi um sonho. - sussurrou ele, aliviado.Neguei com a cabeça e passei minha mão por suas costas. Ficamos assim por alguns segundos até ele tomar a iniciativa de me dar outro beijo. Foi calmo, mas não significa que meu coração não deu cambalhotas dentro de mim. Separei-nos assim que a chaleira começou a chiar.
- Preciso arrumar as coisas do café. - anunciei, afastando-me dele.Enquanto arrumava, Trevor ficou do meu lado, olhando cada movimento.
- Por que fez isso? - perguntou ele.Sorri, negando com a cabeça.
- Eu não sei direito. Parecia engraçado. - comentei.
- Assustou-me. - retrucou ele.
- Não é porque estamos juntos que eu vou tornar as coisas mais fácies para você. Sabe, minha mãe sempre disse que tudo que vale a pena, tem um sacrifício por trás, um esforço a mais. - confirmei.
- Ando me esforçando desde o começo do ano.
- E não valeu a pena?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Written In The Stars
Teen FictionElisa é uma garota comum. Está no seu último ano escolar e vive tranquilamente com sua mãe num apartamento em um bairro de classe média. Porém, sua vida mudou drasticamente quando um garoto entra em seu quarto. Trevor só queria liberdade e fugir d...