Trevor estava completamente desesperado. Mal tinha chegado em casa e logo saiu, à procura de Elisa. Ele sabia que provavelmente ela estaria furiosa. Tudo era culpa de seu pai. Aquela pessoa. Trevor o odiava cada vez mais. Ele fazia aquilo; fazia com que seu próprio filho o odiasse com todas as forças. Contudo Federick não era burro, logo notou a mudança em seu filho; percebeu que algo tinha mudado. Trevor nem notou o detetive que seu pai colocara em sua cola e logo senhor o interrogou. Quem era a garota? Quais eram as intenções de Trevor com ela? O garoto até lembrava com todas as palavras da frase pretensiosa de seu pai: "Eu te conheço muito bem, Trevor. Sei o tipo de pessoa que você é. Só vai machucar essa garota. Não perca seu tempo e a deixe viver em paz." Trevor negou. Ele não queria se afastar de Elisa. Pela primeira vez depois da morte de sua mãe, ele se sentia em paz, acreditava que poderia ser feliz e que Elisa era parte do seu presente e futuro. Ele sabia que era egoísta em querer ela em sua vida, mas não conseguia evitar. Por isso, decidiu nunca machucá-la, mesmo que precise virar outra pessoa.
Foi assim que fez um acordo com seu pai: Ele deixaria as coisas como estavam, com Trevor visitando e convivendo com Elisa, contando que se dedicasse a empresa de forma integral. Trevor aceitou, sem pestanejar. Então, todos os dias, ele ia a empresa e fazia o que o velho pedia, com sua recompensa no final do dia: passar um tempo com Elisa. No entanto, tudo deu errado quando, Federick que tinha Trevor na palma da mão, deu uma ordem: Trevor iria viajar, no lugar de seu pai, representando-o no exterior. De início, Trevor aceitou, achando que seria apenas por poucos dias. Mas aquele senhor havia planejado tudo. Trevor estava proibido de se comunicar com Elisa ou seus amigos. Suas redes sociais e meios de comunicações eram constantemente monitorados. Federick disse: "Faça o que estou mandando. Será só um mês. Ela não morrerá se não te ver durante esse tempo. Se depois disso, essa relação continuar, não terei motivos para me opor. Você sabe muito bem que me beneficia muito mais se namorasse alguém do nosso meio e não uma garota comum." Claro, Federick jamais entenderia o sentimento de Trevor; nunca veria como Elisa era especial. E Trevor torcia para que isso nunca acontecesse; que seu pai não se beneficiasse com Elisa, mais do que já estava fazendo. Mesmo furiosos, Trevor fez as malas. Era pelo bem de seu namoro que estava fazendo aquilo. No final, faria de tudo para que Elisa entendesse.
Ele estava ofegante quando chegou na varanda da garota. Respirou fundo e se preparou, porém ante de tocar na maçaneta da porta que dava acesso ao quarto de Elisa, notou a escuridão e o silêncio do local. Ele até estranhou. Será que tinha errado o andar?Olhou novamente e viu que estava no lugar certo. Por que que se sentia tão estranho?
De repente, a luz do quarto acendeu e ele escutou uma voz aparentemente cansada:
- Sim. Eu só vim aqui em casa pegar algumas roupas para Elisa. - disse Kate. Então, houve uma pausa. - Sim. Ela está bem, na medida do possível, mas está com um humor horrível. Tem horas que só sabe brigar com as pessoas; outrora fica quieta, como se pensasse sobre tudo. Estou começando a ficar preocupada. Sei que faz apenas duas semanas desde o ocorrido, mas ela não parece a mesma. - outra pausa. - Fred? Ah, ele está ajudando bastante. Ele a acompanha para todo lado. Então, acho que mesmo que ela se sinta sozinha na casa da minha mãe, ele a faz sentir melhor. Certo, vou desligar, tchau.
Então, Kate também apagou a luz do quarto de Elisa e fechou a porta. Trevor estava atordoado. Elisa não estava ali. Será que não queria mais vê-lo? E quem era esse Fred? Seria um amigo de Elisa? Mesmo que fosse, Trevor se sentiu com ciúmes. Esse cara ficava muito tempo com Elisa; tempo que Trevor queria passar com a garota. Ele precisava conversar com Elisa, quanto antes. Ela estava na casa de sua avó? Onde seria? Sem pensar em seus atos, Trevor desceu da sacada e pensou sobre seguir Kate até a casa de sua mãe, porém isso só daria certo em filmes. Então, pegou o celular e abriu a aba de conversa com a Elisa.
Trevor: Qual é o endereço da casa da sua avó?
Não demorou dois minutos e a mensagem foi respondida:
Elisa: Eu realmente não sei se brigo com você ou dou graça a Deus por ter me mandado essa mensagem.
Trevor: Desculpe. Elisa, eu realmente sinto muito. Eu vou explicar tudo, mas precisa ser pessoalmente.
Trevor: Quero te ver.
Elisa: Não amoleça meu coração! Ainda estou brava.
Elisa: Não sei se é uma boa ideia nos vermos.
Elisa: Algumas coisas mudaram.
Trevor: Me dê pelo menos a chance de me explicar.
Trevor: Eu prometo que tudo fará sentido depois.
Elisa: A verdade é que ... eu não quero que me veja.
Elisa: Não, na situação que estou.
Trevor: Por favor.
Elisa: Certo.
Elisa: Rua XXXXX, N° YX, no bairro XXXXXX-XXXX. Última casa da rua.
Elisa: Não é difícil de achar.
Trevor: Obrigado. Te vejo amanhã.
Elisa: Espera.
Elisa: Você está bem, não é?
Trevor: Melhor agora que sei que te verei amanhã.
Elisa: Idiota.
Elisa: Não quero mais falar com você.
Elisa: Boa noite.Trevor riu. Ela parecia a mesma. Isso era bom. Depois de cinco minutos, outra mensagem.
Elisa: Até amanhã.
- Até amanhã. - respondeu a mensagem antes de decidir voltar para casa.
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Written In The Stars
Teen FictionElisa é uma garota comum. Está no seu último ano escolar e vive tranquilamente com sua mãe num apartamento em um bairro de classe média. Porém, sua vida mudou drasticamente quando um garoto entra em seu quarto. Trevor só queria liberdade e fugir d...