Estava sentado no meio da escada totalmente deprimido na noite do jantar. Toda minha família havia se recolhido, ou para sua devida casa, ou para seu quarto. A Mione havia ido embora, minha mãe continuava no nosso sótão e eu com a dúvida na minha cabeça.
"Como salvá-la?"
– Ei, Rony – ouvi a voz do Harry atrás de mim sentindo ele se sentar do meu lado na escada.
O Harry... Eu ainda não sei como ele aguentava isso, quer dizer, ser um herói e todo o resto, ter todos esperando que você vença o mal sem ao menos pedir por isso.
– Harry – o chamei num sussurro – Como você aguentou tudo isso?
– O peso nas costas quando tudo dá errado? – perguntou sabendo exatamente no que eu pensava – Ás vezes eu descontava em vocês gritando, às vezes engolia, ás vezes eu só esperava...
– Como eu trago vida a uma pessoa que morreu por dentro? – questionei desesperado.
– Sei lá, acho que está fazendo a pergunta errada.
– E qual seria a pergunta certa?
– O que te faz viver? – ele revelou a resposta como uma pergunta.
Automaticamente fechei meus olhos e deixei que a resposta aparecesse nítida no meu pensamento.
"O que me faz viver?"
Minha família reunida brigando e se divertindo ao mesmo tempo, todos juntos, os gritos da torcida num jogo de quadribol. Conversas sem a menor importância com o Harry nos tempos que nossa única preocupação era que mentira inventar no trabalho de "Adivinhação" em Hogwarts, as brigas com a Hermione que me tiravam do sério e me faziam sentir coisas que eu não fazia ideia de como chamavam, mas que agora sei que é amor.
Bom, não adianta nada eu saber o que me faz viver, se o problema principal é minha mãe não voltar a viver.
O que faz minha mãe viver?
Minha família toda reunida, mas isso eu já tentei. Eu já percebi que minha família jamais vai estar reunida por completo porque existem peças desse quebra-cabeça que se perderam para sempre.
– Sabe às vezes eu sentia um frio na barriga quando eu abria o mapa do maroto nos tempos de guerra e não achava a Gina andando pelo castelo. O medo se apoderava de mim – meu melhor amigo se pronunciou de novo me fazendo abrir os olhos – Como se sentiu quando deixou eu e a Hermione depois da nossa briga na barraca?
Porque ele está me fazendo lembrar de uma das piores memórias da minha vida?
– Eu lembro que assim que aparatei me dei conta da burrice que fiz, e vi como o mundo estava perigoso demais por causa daqueles sequestradores que tinham me achado. Eu me lembro que já na casa do Gui o que fazia era só ouvir noticias no rádio e torcer para não terem encontrado vocês dois. Eu queria encontrar jeitos impossíveis de encontrá-los porque eu estava apavorado. Morrendo de medo do pior, com medo de não me desculpar, medo de ser tarde demais.
– Isso Rony – ele confirmou com a cabeça como se eu tivesse encontrado finalmente a resposta – O medo te fazia viver?
Eu franzi a testa tentando entender o ponto que ele queria chegar.
– A vontade de encontrá-los por medo me fazia viver – respondi.
– Exato – ele sorriu levantando e dando um pequeno tapa nas minhas costas me deixando sozinho novamente.
Medo?
xx
Então eu fiz a coisa mais absurda que supôs fazer um dia e depois é claro que ia procurá-la.
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FanfictionUm mês depois do fim da guerra Rony alimenta um ódio enorme por Voldemort, tudo porque o cara de cobra acabou com o mundo que ele vive, sua casa está de pernas pro ar e um dia ele grita olhando para cima que quer mudanças, que faria todo o possível...