A Rainha

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– Mãe!

Eu gritava, caia uma chuva torrencial lá fora, tinha acabado de aparatar para a cozinha de casa com a Hermione em meus braços.

Ouvi passos apressados e logo depois minha mãe apareceu na minha frente. Sua feição uma mistura de alivio e raiva.

– Ronald Weasley! Onde estava?! – ela perguntou gritando, nem parecia ter notado a Mione em meus braços.

– Eu... eu estava...

– Sabe o que passei de preocupação? Procurei em todos os lugares possíveis que você estaria e nada. Onde estava Ronald?

Eu não conseguia responder, minha mãe falava rápido demais, o peso do corpo de Hermione em meus braços parecia aumentar, estava prestes a desabar no chão.

– Deixe-me ver o relógio – ela correu até a parte da cozinha onde nosso relógio era visível – PERIGO MORTAL! – gritou virando-se pra mim – O que está acontecendo Ronald?

– Mãe, mãe, me ajude, por favor, depois lhe explico tudo, eu preciso de você, a Hermione... – eu implorava, com voz rouca, meus olhos estavam banhados em lágrimas. Quando comecei a chorar?

– Oh meu Deus, o que aconteceu com ela? – reparou na Hermione pela primeira vez – A traga no sofá.

Eu obedecia a seguindo devagar até a sala, lentamente, com medo de algum movimento errado meu pudesse a ferir exteriormente mais que estava ferida interiormente, a deitei no sofá.

– O que aconteceu com ela? Primeiramente?

Não respondi a pergunta de minha mãe, sentei no tapete ao lado dela e comecei a acariciar seus cabelos da testa.

– Ronald, comece a falar agora! – ordenou – Você some, o relógio no "Perigo Mortal" volta sem explicação pro estado da Hermione. Sabe como está meu coração de mãe?

Levantei a cabeça e a encarei reparando em minha mãe pela primeira vez na noite, seus olhos vermelhos, profundas olheiras. Não aguentando mais levantei do chão e a abracei chorando.

– Você voltou mãe – dizia entre soluços.

Sempre pensei que este momento, aquele que minha mãe voltaria a ser minha mãe seria de glória e felicidade, não de choros presos na garganta pensando que as coisas jamais voltaram a ser como eram antes. A felicidade não pode vir depois do que aconteceu.

E ela me deixou chorar, sentia seu coração batendo acelerado, sei que era pela preocupação, sei que a falta de eu lhe dar noticias do que estava acontecendo era uma tortura pior que Cruciatus, mas eu não conseguiria falar, não agora.

Depois que me acalmei, sai dos braços de minha mãe. Ela, encenando perfeitamente seu papel, levou Hermione ao quarto de Gina sem fazer perguntas, lhe deu um banho e uma poção para dormir.

Voltando a cozinha, me viu com a cabeça escorada na mesa, cansado, abatido. Preparou um chocolate quente e colocou na minha frente.

– Dizem, que quando desabafamos nossos problemas é bom – me disse esperando eu começar a falar.

– Acabou tudo mãe – eu disse sinceramente.

E havia acabado certo? De que adiantava eu ter feito tudo o que fiz, de que adiantou salvar meu pai, o Percy, a Gina, o Harry, o Jorge, minha mãe, se a Hermione...

A Hermione jamais vai voltar a ser feliz de novo, se ela não voltar a ser feliz de novo eu jamais vou ser feliz de novo.

Isso soa exagerado, mas essa é a verdade, de que adiantou tudo que fiz no fim?

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