Xeque-Mate

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E é lógico que a primeira pessoa que vejo assim que abro meus olhos é minha mãe.

– Rony! – ela exclamou aliviada.

Logo sou sufocado pelos cabelos dela em meu rosto enquanto me abraça apertado.

– Me diga que se lembra de tudo – ela voltou a falar ainda me sufocando em seus braços.

– É... é... mãe, eu preciso respirar... – disse com dificuldade.

– Vou chamar um curandeiro – e então antes que eu pudesse responder sua pergunta, de que sim, eu lembrava de tudo, ela saiu porta a fora.

Reparo em volta e tenho quase certeza que estou no Hospital St Mungus. Fechando os olhos tento assimilar tudo que ouvi nas últimas horas.

Descobri quem manda as mensagens, falei com Dumbledore, sou um personagem fictício. Devo estar doido mesmo.

Comecei a rir descontrolado na minha cama e as pessoas que dividiam o quarto comigo começaram a me encarar seriamente.

Mas ai ela chega. Aquela coruja cinza. Para na minha frente e me diz com seus olhos cor de âmbar "Acorde Ronald, isso é muito maior que possa imaginar".

Solto a carta de seu bico e tenho certeza do que tem dentro.

Eu já havia visto seu conteúdo.

Ou será que mudou?

Encaro o envelope, com a mesma letra de sempre escrito apenas meu nome.

Respiro fundo tentando criar coragem para abrir.

Afinal, se tudo aquilo tivesse mesmo sido real, as coisas já deviam ter terminado, a ultima jogada já havia sido lançada.

Fecho os olhos e lembro da última resposta dela para mim "Continue vivendo, são só as páginas que acabam por aqui"

Antes que eu concretize o ato de abrir mesmo a carta, minha mãe entra feito um furacão no quarto, junto de vários Curandeiros. Como se eu fosse tão importante assim.

Eles fizeram muitos testes em mim com feitiços e poções até se certificarem que eu estava totalmente bem. Logo chegou meu pai para me visitar, o Percy, o Jorge, o Gui e até o Carlinhos da Romênia. O que deu na minha família para virem todos? Só quando minha mãe foi convencida pelo meu pai de que precisava mesmo dormir que fiquei sozinho no quarto.

Quando ia abrir a carta, estando pela primeira vez em paz em horas, o Harry e a Gina apareceram.

– Ei Rony – Harry me cumprimentou sorrindo parado na porta do quarto ao lado da Gina.

Reparo no rosto da minha irmã, abatido, com imensas olheiras. Sem falar de seus cabelos que não veem pente há um bom tempo. Me pergunto o que terá causado isso nela. Fico com meus olhos presos na imagem amedrontada dela quando me dou conta que o Harry está do meu lado dando um pequeno soco em meu ombro fazendo minha atenção se voltar pra ele.

– Você estava sofrendo alguma espécie de crise de identidade? Já vivi isso, sabe?

– Por quê? – perguntei confuso pelo inicio da conversa que estava tendo com o Harry.

Minha irmã continuava parada na porta, escorada no portal, como que com medo de chegar perto de mim, seus braços estavam cruzados e sua expressão era de tristeza. Algo não estava certo.

– Bom, esse lance de se jogar na frente de um ônibus, eles não são como o dos Bruxos em que você ergue o braço e param na sua frente, o que esperava com tudo aquilo?

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