Marvin e Miller

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Me olho no reflexo da cabine telefônica.

Estou com imensas olheiras.

Era de se esperar, pois não durmo direito há tempos.

Na verdade não sei o que é dormir desde o sexto ano em Hogwarts.

Minhas costas estão quebradas, minhas pernas acabadas, isso porque quem correu o dia

todo foi a Gina e não eu.

Acabei de ouvir a voz da Mione.

O que é um verdadeiro estimulante.

Queria resolver as coisas pendentes entre nós dois, mas há um buraco enorme que nos separa. A dor.

E ela me disse que meu telefone foi o ponto alto de seu dia.

Não posso deixar de sorrir enquanto caminho pelas ruas da Londres Trouxa procurando um beco escuro para aparatar sem ser visto.

Acho que vou aparatar para a casa dela, a Hermione vai ficar tão surpresa que vai me dar um beijo na boca e vou retribuir de tal forma a levantando do chão.

"Não Ronald, VOCÊ vai tomar a iniciativa de beijá-la. Ela espera isso"

"Ela espera isso?"

"É lógico que ela espera isso".

Até começo a assobiar uma música andando com as mãos no bolso do jeans.

Estou feliz e acho que finalmente hoje vou chegar em casa e dormir, como não durmo a meses. Se tiver mais sorte à próxima carta vai estar em cima do meu travesseiro com a peça de xadrez me dizendo qual a próxima pessoa que devo salvar.

Foi neste momento glorioso de meu dia que aconteceu.

Sabe aquela teoria maluca que diz que os acidentes acontecem quando tudo parece bem?

Quando tudo está perfeito?

Desta forma, enquanto andava distraído na rua deserta da Londres Trouxa, não me dei conta que estava sendo seguido por dois caras.

Eles andavam sorrateiros em minhas costas e só pude notá-los quando passei ao lado de um poste e vi suas sombras projetadas na parede.

Parei de chofre e eles, notando que os havia visto, levantaram a varinha apontando para mim. Apalpei meu bolso do jeans me virando.

Só pude ver a luz vermelha lançada das duas varinhas me acertarem no peito.

Cai desacordado no chão pelo feitiço estuporante.

xx

Acordo com pingos caindo em minha testa.

O liquido vermelho berrante escorre no meu rosto e sinto seu gosto quando atravessa minha boca.

Ketchup.

Ketchup?

Estou deitado no chão duro de um lugar escuro, olho para cima e vejo uma mesa.

Estou deitado debaixo dessa mesa.

Vejo duas pernas e um cara sentado numa cadeira, na sua mão , lá em cima vejo um sanduíche.

Bom já sei de onde veio o Ketchup.

Tento me levantar, mas não consigo.

Parece que tem uma força invisível que me prende no chão.

Meus olhos estão fechando.

Caio na besteira de tentar me lembrar do que aconteceu.

Minha mente vai se desligando, se transportando.

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