A hora que eu morresse, eu imaginava uma luz estonteante assim que abrisse meus olhos novamente, uma luz muito forte que me cegasse por certos momentos e me fizesse tentar entender onde estava. E me veria num campo plaino, só com o gramado, nada de arvores ou flores, só grama, a grama e o céu extremamente azul em cima de mim.
Eu tinha que conversar com alguém provavelmente, sei lá. Uma pessoa importante no limbo, Deus? Não, acho que não Deus, ele é ocupado demais para me atender. Talvez Dumbledore, é porque não o Dumbledore?
Eu me lembro do Harry, ele me dizia que acordou na estação de King's Cross, estava nu, e conversou com Dumbledore. E isso está totalmente errado, porque eu não estou na estação de trem, se bem que acho que isso deve ser algo relativo, depender de pessoa para pessoa, eu não faço ideia se estou nu e... bem, não tem ninguém aqui para conversar comigo. Muito menos Dumbledore.
Toda aquela baboseira que escutamos quando vamos morrer, ou se morrermos para não fazer, como a sua vida toda passar pela sua mente, insiste para não atravessarmos uma luz branca. A questão é, onde está essa tal luz branca que não devo atravessar?
Eu não vejo absolutamente nada, está tudo preto, não sinto absolutamente nada, mas escuto vozes. A voz dela:
- Alguém ligue para o pronto atendimento!
Oh, sim, não devo ter morrido ainda.
Eu devia estar sentindo alguma dor lancinante ou sei mais o que certo? Não estou sentindo absolutamente nada. Na verdade me sinto até bem fisicamente.
- Hermione? – ainda consigo ouvir algumas vozes, e essa é de uma mulher.
- Mãe... – a garota dos meus sonhos respondeu com a voz embargada.
O que fiz deu certo. Quase consigo sorrir. Tudo valeu a pena no fim.
- Abra os olhos Ronald, abra os olhos – sinto alguém bater algo em minha costela.
- É ta na hora de dar seu último lance nesse jogo de xadrez – outra voz faz coro.
Tento abrir minhas pálpebras e acho isso fácil. Tudo que consigo ver são Marvin e Miller parados na minha frente.
- Isso "mensageiro" resolveu acordar – diz o Marvin com um sorriso tosco nos lábios.
Eu queria perguntar se havia morrido que tipo de brincadeira bizarra é essa sendo que eles estão me recepcionando numa espécie de limbo. Ou que lugar estou já que não enxergo absolutamente nada, só uma luz estonteantemente branca. Mas tudo que consegui perguntar foi:
- Porque estão sempre comendo? –apontei meu indicador no sanduiche que Miller carregava.
- A gente tem fome ok? – respondeu Miller nervoso – e somos extremamente sem tempo, precisamos comer enquanto trabalhamos.
- Em que exatamente estão trabalhando?
- Aqui – Marvin me entrega um novo envelope.
"Ah, não, ah não" – penso me arrepiando inteiro.
- Sua última missão, desejamos que vença esse jogo Ronald e precisamos nos despedir – continua o Miller.
- Despedir? – pergunto abalado, o envelope que seguro em minha mão tremendo.
- E lhe dizermos uma coisa: "É agora ou nunca" – o Marvin expeliu as palavras como se não fossem nada.
Agora ou nunca, agora ou nunca, agora ou nunca? Tudo que consigo pensar é na Hermione.
- Por favor, já que estamos nos despedindo, me digam quem manda essas mensagens? Por favor, olhem onde fui me meter, eu morri, ou sei lá que isso seja. Aliás vocês morreram também?
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Mensagens
FanfictionUm mês depois do fim da guerra Rony alimenta um ódio enorme por Voldemort, tudo porque o cara de cobra acabou com o mundo que ele vive, sua casa está de pernas pro ar e um dia ele grita olhando para cima que quer mudanças, que faria todo o possível...