Treinamento

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"Pare de se lamentar" digo a mim mesmo "Você quase a beijou, devia se ater a este fato" enfatizo.

Estou no meio dos jardins esperando minha irmã chegar, o sol ainda nem nasceu.

Alguma coisa me diz que ela vai vir mais cedo. Mas o pior é que não consigo parar de pensar na Hermione.

Quer dizer que para ela eu sou só o Rony?

– O que está fazendo aqui?

A Gina pergunta assim que aparece nos jardins.

Sabia que ela viria mais cedo.

– Esperando você para a gente correr – esbocei meu maior sorriso.

– Ainda não desistiu? – ela perguntou decepcionada – Cheguei mais cedo para ver se escapava de você.

– Sorte que temos mentes interligadas, pois pensei que apareceria mais cedo para escapar de mim.

– Você chama isso de sorte?

Ela começou a correr em volta da casa se alongando, eu prontamente a segui.

– Andei treinando – menti.

Minha irmã começou a rir debochadamente.

– Ai Ronald, adoro o fato de não perder o bom humor.

Ela parou a corrida e começou a se alongar.

– Ta bom, eu não vou correr, não sou estúpido de cometer o mesmo erro duas vezes.

– Ótimo! Vá para dentro dormir e me deixe em paz.

– Ah não! – me espreguicei e sentei na grama – Vou ser seu treinador.

– Treinador? – perguntou indignada – Para sua informação irmãozinho, um treinador precisa saber mais do esporte do que o próprio atleta e no meu caso, você não sabe nada de corridas.

– Ta, eu posso não saber os aspectos físicos, mas eu posso te fazer correr mais rápido – respondi levantando as sobrancelhas de triunfo.

Ela parou de se alongar e olhou perplexa para mim:

– Como...como...como sabe que eu... – ela balançou negativamente a cabeça – Esquece.

Ela começou a correr em volta da casa, levantei do chão.

– Devia prender o cabelo! – gritei a vendo correr.

Gina não me escutou ou fingiu que não e continuou a correr.

– O cabelo atrapalha – insisti – Ele desvia o foco, desvia sua atenção da corrida, ou seja, diminui o ritmo.

Não sei de onde veio essa mentira, mas a Gina acreditou, pois parou de correr e usou o feitiço convocatório para pegar sua presilha no quarto e prender seu cabelo no alto.

– Não diga nada! – ela gritou apontando o dedo para mim voltando a correr.

Eu queria rir e gritar que meu plano estava dando certo, mas vesti minha melhor cara de treinador estressado e me postei no meio do caminho, impedindo ela de continuar a correr.

– Ronald! – ela gritou quando a parei.

– Escute – puxei um pomo de ouro no bolso do jeans e mostrei a ela – eu enfeiticei nosso velho pomo. Ele sempre vai voar na altura de seus olhos e sempre vai dar uma volta ao redor de casa.

– Você está dizendo que...

– Sim, que é para correr atrás dele.

– EU NÃO VOU CORRER ATRÁS DE UM POMO IDIOTA.

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