Vinte e Um

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             Penny Stone

       Não sei quando aconteceu, mas quando percebi, estávamos no quarto que era reservado para Albrey sempre que ele dormia aqui.
       Ele estava deitado sobre mim, beijando-me com uma fome quase esganada.
      Desabotoei cada botão da camisa dele, e Albrey a sacudiu fora assim que pode. Deslizei meus dedos pelo seu peito, admirando a maciez da pele dura e fria. Ele estremeceu levemente, antes de voltar a me beijar.
        Seus dedos deslizaram pelas minhas costas nuas, a boca traçando caminhos até o decote e voltando. Ele deslizou o vestido pela minha cabeça, calmamente.
         Sua boca pressionou meu seio, dentes caninos arranhando minha pele com uma sensualidade pecaminosa. Sua outra mão se ocupou do mamilo livre, massageando-o suavemente.
        Cada sugada era uma pontada de prazer e calor que me tomava, até eu me ver louca. Sua mão desceu, procurando meu centro, e friccionando por cima do tecido da calcinha, evocando gemidos estrangulados de mim.
       Sua boca desceu devagar, enquanto ele puxava fora a calcinha. Ao primeiro toque de sua língua, perdi todo o meu controle. Lentamente, quase como uma doce tortura, ele trabalhou em mim, enquanto tudo o que eu podia fazer era gemer e tentar acompanhar o ritmo com meus quadris.
        Observei ele retirar o resto das roupas, antes de ficar sobre mim novamente. Sua boca procurou a minha, em outro beijo quente e profundo. Seus olhos normalmente azuis estavam prateados como minhas facas, brilhando na penumbra do quarto.
— Eu te amo, Penny. Diga que me ama, diga. Por favor.
       Ele me sentou sobre ele, enquanto o envolvia com minhas pernas.
— Sim, eu te amo. Sempre amei, sempre amarei.
        E assim, passamos o que restava daquela doce e eterna noite.

        Abri os olhos de uma vez e tive que protegê-los da luz que invadiu minhas pupilas.
       Havia um par de braços à minha volta, me abraçando confortavelmente. Braços pálidos e levemente mornos, por sinal.
         Ele me beijou, nos ombros, e descobri que devia ter sido aquilo que me acordou. Mais uma vez, e outra, e outra. Até meu coração estar tão acelerado que eu podia sentir ele batendo em meu peito.
— O que foi?
        O sussurro de Albrey foi impossivelmente perto, lançando arrepios por todo o meu corpo.
        Enfiei meu rosto nas mãos, envergonhada.
— Droga! Droga, droga!!!
— Penny, você está me assustando desse jeito!
        Abri dois dedos, olhando para ele por entre eles. Seu cabelo estava bagunçado e seus olhos na mais perfeita tonalidade de azul.
— Eu sou mãe! Sou uma rainha! E ontem me deixei levar por uns goles a mais! Eu devia ser mais responsável que isso!
          Os olhos de Albrey brilharam magoados, e ele retirou os braços de mim, sentando na cama.
— Desculpe, você devia ter dito que não queria aquilo quando comecei — ele falou.
       Sacudi a cabeça, enterrando o rosto nas mãos novamente.
— Eu sei. Eu devia estar muito bêbada mesmo. Meus filhos! Nem sei que rumos eles tomaram! Argh, eu sou uma mãe horrível.
         Sentei na cama, e me enrolando na coberta, caminhei até o banheiro, onde achei minhas roupas. Tomei um banho rápido, e quando voltei, Albrey não estava mais ali. Nem suas roupas.
         Em cima da mesinha tinha um bilhete.

        Seus filhos estão com Percy, que levou todos para o apartamento dele. Melinda quer falar com todos na casa dela, em uma hora. Perdão pela noite anterior. A.

        Dobrei o papel, lágrimas intrusas pulando em meus olhos.
       Ah, Albrey. Eu o amo tanto, mas nossa relação nunca deu certo. Não seria agora que daria. O melhor a se fazer era acabar com qualquer esperança antes que nossos corações fossem destruídos de novo.
          Como na última vez.

Alma SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora