Capítulo 65

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Rafaela: quem é você?
Paula: prazer, meu nome é Paula.
Rafaela: de onde você me conhece?
Paula: da televisão? Da Internet? Do radio? De shows? Tem várias opções.
Rafaela: ah, fã -revirei os olhos e sai andando
Paula: mas não como qualquer um -me virei pra trás pra poder olha-la, ela tinha uma cerveja na mão e um sorriso intimidador no rosto.
Rafaela: como assim?
Paula: vou ser a fã que vai tirar essa cara de velório do seu rosto
Rafaela: não preciso de ninguém que faça isso
Paula: o que você precisa é atender melhor seus fãs
Rafaela: ah desculpa -Um pouco constrangida- quer uma foto?
Paula: não eu quero levar você em um lugar. Esse bar não está com nada.
Rafaela: não saio com desconhecidos
P

aula: ah deixa de ser fresca menina

Ela me puxa pelo braço até a rua. Por conta da bebida eu mal caminhava, o chão ficava longe conforme eu dava alguns passos. Ela me leva até um carro e eu me recuso a entrar, mas ela tranca a porta e eu entro mesmo contra a minha vontade.

Rafaela: aonde eu tô indo?
Paula: você ja vai ver -dirigindo e olhando pra frente
Rafaela: vou ligar pra polícia e dizer que fui sequestrada
Paula: aposto que você nem lembra a senha desse celular aí

De fato, eu não conseguia desbloquea-lo, então me encolhi no banco do carona e esperei que nada de ruim acontecesse.
Rodamos cerca de uns vinte minutos, eu mal conseguia enxergar o caminho percorrido, tudo estava embaçado aos meus olhos e comecei a ficar aflita.

Paula: chegamos
Rafaela: onde?
Paula: onde você vai encontrar pessoas como você.

Ela desde do carro e faz a volta pra abrir a porta pra mim. Me estende a mão e eu empurro a mão dela, tento sair caminhando mas cambaleio ela me segura e eu me solto. Penso em sair correndo mas me lembro que minhas pernas não estão me obedecendo, consigo sentir que as odeio com isso.

O lugar parecia afastado da cidade, tinha uma musica alta e algumas vozes provavelmente conversando alto.

A menina que me trouxe aqui, não lembro seu nome, abre uma porta e dou de cara com um lugar escuro, iluminado por uma luz negra azul e várias pessoas dançando.

Paula: bacana né -gritou sob a música
Rafaela: acho que vou vomitar -falei normal
Paula: que? -gritou novamente
Rafaela: nada -gritei

Ela dançava e sorria como se sentisse vitoriosa, será que é porque estou aqui? Meu celular começa a vibrar e vejo na tela quem é. Está escrito Luan e um coraçãozinho que ele mesmo colocou, ignoro a chamada e coloco o celular no bolso.

Paula: quem é?
Rafaela: meu namorado.
Paula: o cantor sertanejo?
Rafaela: sim
Paula: engraçado né
Rafaela: o que?
Paula: uma menina como você namorar com ele

Fico em silêncio, acho que qualquer pessoa com o mínimo de cérebro percebe que o Luan e eu não temos nada a ver. Mesmo sendo meu amigo e eu gostando bastante dele, não temos nada a ver.

Paula: vem! vamos! -me puxa
Rafaela: aonde? -grito
Paula: beber, você já está quase sóbria

Ela vai até uma mesa onde tem várias garrafas, enche um copo e me entrega. Bebo aquilo e sinto minha cabeça rodar e quando menos espero começo a me sentir a vontade naquele ambiente, tiro o capuz e começo a sorrir para as pessoas.

A menina enche mais um copo pra mim e me serve, bebo mais devagar. Sei que já bebi demais e que se continuar amanhã estarei de ressaca.

Um menino chega e cumprimenta Paula, eles começam a cochichar e ela fala algo pra ele, que sorri e me convida pra dançar. A olho aflita e ela me encoraja a ir. Mesmo não sabendo nada sobre ela, é a única pessoa que 'conheço' e confio.

Eu mal conseguia caminhar, ou seja, dançar era algo difícil pra mim, mas ele segurava minhas mãos e nós pulavamos juntos. Eu ria e ele também e logo eu me senti feliz.

Abro meus olhos, penso que isso já seja uma vitória. Olho pra cima e vejo uma meia luz que vinha da janela do meu quarto. Estou em casa! Respiro fundo. Mas sinto uma ânsia muito forte e corro pro banheiro. Vomito bastante e me sento no chão do frio, meus olhos tranquilizam e vejo que estou em casa realmente. Levanto do chão mesmo um pouco tonta e ligo o chuveiro, um banho frio me fará bem, tiro a roupa e deixo a água cair sob minha pele. Sinto um arrepio mas ao mesmo tempo me sinto bem. Desligo o chuveiro, me enrolo na toalha e volto pro quarto, levo um susto ao entrar na porta.

Paula: assusta não querida.
Rafaela: o que você ta fazendo aqui?
Paula: você acha mesmo que no estado que você tava ontem, você conseguiria vir sozinha pra casa?
Rafaela: eu bebi demais?
Paula: acho que uns dez litros sozinha, você deve ser forte por que outro em seu lugar estaria em coma e você nem precisou ir no hospital
Rafaela: não, isso não pode acontecer...
Paula: é prejudicial pra sua carreira -faz uma voz engraçada- eu sei você falou isso ontem o caminho todo

Me sento na beira da cama um pouco tonta ainda com a ideia de ter bebido tanto na noite passada, imagina se algum paparazzi ve? O falatório que seria sobre eu ter saído sozinha, ter bebido todas e o Luan? Meu Deus, ele me mataria.

Paula: olha só, aqui estão alguns vídeos da noite passada. Eu sei que você deve estar arrependida mas olha como você estava feliz
Rafaela: verdade -rio ao ver aquelas imagens- e quem é esse menino jogado por cima de mim?
Paula: ah o Paulo? Ele estava louco por você, até pediu seu número mas eu não tinha pra dar.
Rafaela: eu fiquei com ele?
Paula: acho que deve ter rolado um beijo, nada demais.
Rafaela: eu namoro sabia?
Paulo: sim, com o cantor sertanejo. Inclusive, ele ligou umas cem vezes aí eu atendi e falei que você não podia falar. Espero que não se importe.

Aí meu Deus, o Luan!!!

Contrato - Luan SantanaOnde histórias criam vida. Descubra agora