Contrato - Luan Santana

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Rafaela: que isso?
Junior: doce de leite
Rafaela: com chocolate?
Junior: sim -rindo
Rafaela: Junior -soletro cada palavra do nome dele- eu te amo
Junior: eu sei -me entrega o pote- afoga suas mágoas ai nesse pote
Rafaela: eu não to magoada -com a boca cheia
Junior: eu sei que tá Rafa - senta ao meu lado e passa a mão no meu cabelo
Rafaela: olha só vai ser difícil no começo mas pensa só são seis meses, passa muito rápido e logo logo eu vou estar livre de tudo isso
Junior: mas você não precisa fazer isso
Rafaela: mas vou fazer - enfio uma colher daquele manjar dos deuses na boca enquanto Junior me observa- aliás já fiz e agora pra desfazer só com um milhão e eu não tenho, você tem?
Junior: não, mas qualquer coisa que ele fazer e você não gostar me diz ta
Rafaela: ah Junior qual é, o cara não deve ser tão ruim
Junior: não sei,  não conheço ele
Rafaela: nem eu, mas ele pode ser legal
Junior: tomara -passa o braço sobre meus ombros e me abraça forte- eu odiaria te ver mal por isso
Rafaela: você não acha que eu?
Júnior: acho qualquer coisa
Rafaela: eu nunca me entregaria pra ele até parece que você não me conhece
Junior: ta bom desculpa

Junior escora ás costas no sofá e eu deito a cabeça no ombro dele

Rafaela: obrigada por cuidar de mim ta
Junior: é meu dever sou seu irmão mais velho
Rafaela: isso ai
Junior: nao vai comer tudo isso ai formiguinha
Rafaela: ah me deixa
Junior: me deixa -me imita

Reviro meus olhos e continuo no meu pote de doce de leite com chocolate. Meu doce predileto, aliás um dos únicos doces que gosto. Detesto chocolates e brigadeiros. Desde criança enquanto minhas amigas comiam bala eu comia maçã, isso logo ajudou na minha magreza hoje em dia, na verdade não me sinto tão magra e sim o corpo de uma menina normal. Pelo menos é o que vejo

A tarde passa tranquilamente, nós olhamos uns dois ou três filmes e quando ficou noite pedimos uma pizza e tomamos cerveja, uma típica noite de quinta-feira que não temos nada pra fazer e ficamos em casa. Quase uma tradição nas noites de quinta.

Quando o relógio marca 22:47 eu subo pro meu apartamento e vou pro banho.
Volto pro meu quarto e encontro minha cama na mesma bagunça que deixei hoje de manhã, minha mãe faz falta as vezes. Deito na minha cama, me acomodo e pego meu celular, volta e meia aparece uma notificação nova no Instagram. Prometi pra mim mesma que não veria nada disso hoje mas não resisto e dou uma espiadinha, a foto já passa de oito mil likes e dois mil comentários, coisa anormal pra mim que tinha uma rede social praticamente privada. Meus seguidores que antes somavam pouco mais de três mil agora estão em cinco mil e isso em uma tarde, praticamente dobrou, isso me assusta um pouco. Abro alguns comentários da foto e não me surpreendo nem um pouco, não esperava menos xingamentos, tinha conhecimento que as fãs teriam ciúmes e que iam ficar bravas mas isso ainda me deixa cabisbaixa, afinal não não todos os dias que eu sou chamada de vadia por pessoas que mal me conhecem.

Vou bloquear o celular e ir domir já passa das duas da manhã. Fico olhando pro teto por alguns minutos quando finalmente o sono me invade e eu pego no sono.

Sou despertada pela voz do Bieber como todas as manhãs acontecem, Gustavo e Junior sentem uma necessidade matinal de me ligar não entendo esses dois.
Olho pro meu celular e avisto um número estranho, deixo tocar afinal nunca atendo números estranhos, vi uma reportagem na televisão que quadrilhas ligam pra pessoas e quando elas atendem eles clonam dados do seu celular. Mas por algum motivo hoje resolveram me ligar, atendo um pouco sonolenta ainda.