Capítulo 74

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Por que a droga desse garoto tem que morar tão longe? Eu estava inquieta dentro daquele táxi, pedia sempre pro motorista ir mais rápido ele já estava se irritando comigo.

Rafaela: moço, não tem como ir mais rápido mesmo? -parecia que a qualquer momento eu sairia do banco de trás e pularia no motorista e o faria dirigir mais rápido.

Motorista: moça, você é famosa mas não é a dona do mundo. Se irmos mais rápido além de correr o risco da polícia nos seguir, ficamos mais propensos a acidentes. Então se acalma -ele gritou comigo. Fiquei feliz por ele ter me reconhecido, mas ao mesmo tempo impotente. Queria impedir o Luan de ficar com a menina que ele estava mas o tempo e a distância iam contra mim e eu não podia fazer nada.

Me atirei no banco e bufei, queria que o Luan notasse em mim pelo menos uma vez queria gostar de alguém que gostasse de mim. Todas as minhas experiências amorosas eram rasas, superficiais. Eu até queria sentir algo mais forte, intenso. Queira olhar nos olhos de alguém e trocar um eu te amo sincero.

O táxi para em frente a casa do Luan e eu me apresso, dou o dinheiro ao taxista e nem espero o troco, saio correndo e quase caio ao chegar perto e porta. Bato e logo a Bruna abre a porta passo direto por ela sem nem olha-la.

Rafaela: cadê ele Bruna? - entro na sala e vejo dona Marizete, quando me vê ela parece surpresa - Onde ta o Luan dona Mari?

Bruna: Calma Rafaela, você vai infartar desse jeito - ela se aproximou  de mim.

Rafaela: eu só vou me acalmar quando ver ele Bruna. - me dirijo a escada - Onde ele está? No quarto dele, né? Eu vou la.

Bruna: não espera - ela gritou e eu parei, olhei pra ela - deixa que eu vou chamar ele. O que você vai ver pode não ser legal.

Rafaela: deixa Bruna, eu quero ver! - falei tão calmamente que ela entendeu. Assentiu com a cabeça e eu voltei a subir, quando eu olhei pra frente o vi no topo da escada.

Luan: o que você ta fazendo aqui? -indagou-me parecendo muito surpreso

Rafaela: pensei que não precisasse de aviso prévio pra ver meu namorado. - fui irônica o bastante pra atingi-lo. Ele olhou pra mãe e pra irmã dele e em seguida fez uma careta pra mim.

Desceu os degraus que nos separava e pegou meu braço com força, me levou até o quintal de sua casa e me soltou.

Luan: pensei que não queria mais me ver, tinha me mandado embora.

Rafaela: bem que eu queria. Mas quer que eu te lembre de um tal contrato - falei alto mas não o suficiente pra que alguém ouvisse, foi somente pra irritar mesmo

Luan: cala a boca. - se aproximou de mim- para de brincadeira e agora me conta o que você está fazendo aqui

Rafaela: tem uma menina aqui e eu sei. Vim conhece-la. -praticamente gritava.

Luan: você? Com ciúmes? Engraçado.  - ele começou a rir.

Rafaela: não é ciúmes garoto. Você mesmo disse que tínhamos que ser fiéis apesar de tudo e agora traz mulher pra dentro de casa.

Luan: quando são seus amigos você não pensa assim - estava irritado.

Rafaela: agora quem ta com ciúmes é você - minha vez de rir.

Luan: não é ciúmes, Rafaela - colocou as duas mãos no meu rosto - é vontade de cuidar de você. - minhas pernas ficaram bambas, ele deu alguns passos pra  longe de mim - você está longe da sua família, brigou com seus amigos, queria ser alguém pra você. Mas parece que sempre tem algo pra me afastar de você. Nunca da certo.

Fiquei em silêncio, não queria me iludir com mais nada, mas ouvir ele falando assim ficava difícil de controlar. Será que meus sentimentos eram recíprocos da parte dele? Ou será que ele só sentia pena de mim pelo fato de estar quase sozinha aqui nessa cidade tão grande?

De repente ouvi alguns passos atrás de mim, uma voz extremamente feminina o chamou. Quando virei pra trás vi a menina que tinha o nome de amor no celular do Luan.

Luan: Tainá, vai embora, vai. - ele falou tão carinhosamente com ela que senti um aperto no peito.

Tainá: mas Luan...

Num momento de ciúmes doentio fui até eles. Ele estava de frente pra ela, então me abracei na cintura dele e o puxei pra mim. Ela me olhou assustada e o que mais feria meu ego era que mesmo com a cara de espanto ela continuava linda. Com um rosto angelical logo dava pra justificar a voz tão irritante.

Rafaela: você não ouviu ele? Vai embora. Agora eu to aqui, ele não precisa mais de você.

Contrato - Luan SantanaOnde histórias criam vida. Descubra agora