Capítulo 36

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Rafaela: sério?
Luan: não, mas ouvi que você parou de chorar.
Rafaela: besta, ridículo -seco minhas lágrimas.
Luan: você quer saber o que eu acho?
Rafaela: sim
Luan: eu acho que você está fazendo um drama desnecessário. O cara não te quis, beleza. Mas você já parou pra pensar que o problema não precisa necessariamente ser você?
Rafaela: você não tem vocação pra psicólogo querido -tinha a voz embriagada pelo choro.
Luan: mas fiz você parar de chorar.
Rafaela: obrigada -sorri.

Luan e eu conversamos mais alguns instantes e ele me convenceu de que a culpada não era eu. Me sentia mais leve, já tinha a voz normalizada e conseguia rir das bobagens que ele dizia. Infelizmente ele precisou desligar pra ir pro show. Tomei banho e me vesti. Me encarei no espelho como a muito tempo não fazia e quer saber? Me achei linda. Dei um sorriso malicioso e sai do meu apartamento. Fechei a porta e sai caminhando lentamente pelos corredores do prédio, desci até o apartamento do Júnior e toquei a campainha. Não demorou muito e ele veio atender.

Junior: o que você faz aqui?
Rafaela: sempre te visitei
Junior: mas a essa hora?
Rafaela: aham -levei meus braços até seu pescoço- tem alguém aí?
Junior: o que? Não
Rafaela: ótimo

O puxei pra dentro e o beijei, fui o guiando até seu quarto e o atirei emcima da cama, cai sentada no colo dele sem romper o beijo. Ele se assustou e se afastou.

Junior: o que significa isso Rafaela?
Rafaela: já que não somos mais amigos nada nos impede disso acontecer.

Voltei a beija-lo e ele não resistiu, devolveu os beijos passando suas mãos por mim.

Junior: isso não é certo.
Rafaela: o errado é resistir as nossas vontades quando nada nos impede.

E aconteceu...
Foi a noite mais intensa da minha vida. Teve carinho recíproco, além de olhares cúmplices. Nos entregamos de corpo, alma e coração. E no final o que restou foram dois meninos que aos seus vinte e poucos anos ainda tinham medo de se entregar um ao outro. Não deviam nada a ninguém mas mesmo assim tinham medo de entregar-se, mas essa noite perderam o medo, se amaram como nunca.

Era manhã quando me acordei, movi na cama e ouvi ele acordar. Sorri e o abracei, ele devolveu o abraço e logo levantamos. Tomamos café da manhã, conversamos pouco mas riamos um pro outro.

Junior: já vai? -estava escorado na mesa da cozinha.
Rafaela: aham -cheguei próxima a ele e fiquei encarando seus olhos.
Junior: precisamos conversar.
Rafaela: fala.
Júnior: é sobre ontem -coloca uma mecha do meu cabelo pra trás da orelha.
Rafaela: pode falar

Contrato - Luan SantanaOnde histórias criam vida. Descubra agora