Felipe: tem certeza que quer ficar aqui? -perguntava um pouco nervoso
Rafaela: claro. O pessoal ta animado ne? -via as pessoas dançando e bebendo felizes e sentia vontade de me enturmar.
Felipe: você que sabe...
Paula: oi lindos -veio toda sorridente com um vestido preto e olhos bem marcados
Rafaela: oi amiga.
Paula: desistiu de curtir o dia dos namorados fora da data?
Rafaela: prefiro não comentar sobre... -engulo seco.
Paula: ah ta que eu vou aceitar isso. Depois você vai me contar tudo sim senhora.
Rafaela: ta, ta.
Falei tentando faze-la mudar de assunto. Na verdade não contaria nada, afinal por onde começaria? Olá meu namoro com o cantor famoso é uma farsa. Acho que parece um pouco chocante. Mas confesso que ultimamente meu desejo balança entre a vontade disso tudo acabar e seguir minha carreira e/ou continuar com o Luan. A vida solteira e a "namorando" me dividem muito mesmo ambas sendo ilusões.
Paula: vocês querem beber alguma coisa? -bebericava em um copo verde
Felipe: sim.
Rafaela: não.
Paula e Felipe: não? -pareciam surpresos e me constrangi.
Rafaela: não. Quero curtir essa noite sóbria e lembrar de tudo amanhã.
Paula: a coisa deve ter sido feia mesmo. Bom Lipe a mesa de bebidas é ali, pode pegar o que você quiser.
Felipe: ta bom, ja venho -disse saindo
Paula: aham, vai lá.
Assim que ele saiu, Paula me olhou com uma cara de cumplicidade e também de conte-me-tudo-não-esconda-me-nada. Me fiz de desentendida e comecei a me balançar no ritmo da música a ignorando. Felipe logo voltou e começou a dançar também, encarei Paula que logo entendeu o recado e saiu dali deixando-nos a sós.
Felipe: a única coisa boa hoje aqui é você, sabia? -gritou sob a música.
Rafaela: que? -perguntei mesmo tendo ouvido
Felipe: você. É. A. Melhor. Coisa. Aqui -disse pausadamente para que eu pudesse entender.
Rafaela: ah -sorri em resposta.
A música ficou mais alta e mais agitada. Estava já entediada de estar onde estávamos, então o puxei mais pro centro onde tinha mais gente dançando. Logo nos animamos com a dança.
Dancei, pulei, desci até o chão e subi de novo. Não me importava se tinha gente me olhando, apenas queria me divertir. E o que mais me surpreende em tudo isso é que fiz sem ingerir uma gota de álcool sequer. Me sentia mais viva que nunca. Minha única vontade era viver aquele momento até o fim.
Já não pensava mais em Luan, nem obrigações e a essa altura já nem me lembrava da presença do Felipe ali. Só pensava em mim mesma. E é muito bom se sentir assim.
Não lembrava da presença do Felipe, até ele me puxar pra si, em uma música mais calma reposei minha cabeça em seu peito e nos balançamos calmamente no ritmo daquela bela canção.
Felipe: ta gostando? -falou em meu ouvido.
Rafaela: tu nem sabe quanto.
Levantei minha cabeça e olhei em seus olhos. Fui aproximando nossos rostos até nossos lábios se encontrarem. Selamos um beijo com muito carinho e foi ai que o puxei pra rua.
Rafaela: me leva pra casa -segurava em sua mão
Felipe: pensei que tivesse gostando, quer acabar com a noite por aqui?
Rafaela: me leva pra casa -sorri.
Felipe: tudo bem -um pouco desanimado.
Felipe não dirigiu à palavra a mim nenhuma vez durante o trajeto festa à minha casa. Fiquei em silêncio também, olhando a grande cidade iluminada pela janela do carro, me sentindo mais leve do que podia imaginar.
Quando chegamos em frente ao meu prédio, Felipe abriu a porta do carro pra mim e ficou esperando eu sair. Sorri pra ele e então o abracei em clima de despedida.
Rafaela: não quer me levar até a porta do meu apartamento -o olhei.
Felipe: por que?
Rafaela: to tonta.
Felipe: como se você não bebeu nenhuma gota? -parecia contrariado.
Rafaela: a música muito alta, estávamos perto demais do som. Isso me deixa zonza.
Felipe: tudo bem!
Caminhei sempre a sua frente, contando os passos para parecer realmente tonta, mas na realidade estava ótima.
Quando chegamos em frente a porta do meu apartamento eu a abri e fiquei de frente pra ele com um meio sorriso nos lábios.
Felipe: bom, está entregue ne! -um pouco constrangido.
Rafaela: aham.
Felipe: ja vou indo então, tchau!
Ele nem esperou minha resposta, simplesmente virou as costas e saiu caminhando. Mas antes que se afastasse de mim o puxei pelo braço e colei seu corpo no meu, encontrei seus lábios e o beijei. Beijei com vontade e ele correspondeu da mesma forma. O puxei pra dentro de casa e fechei a porta, sem romper o beijo o levei pro meu quarto onde o sentei na cama e subi pro seu colo.
As vezes agimos de cabeça quente, deixamo nos guiar pelo momento, pela raiva e isso nos causa grandes arrependimentos depois. Mas você ja parou pra pensar que as suas maiores lembranças na verdade são arrependimentos? Um acontecimento, um feito, uma palavra dita, uma lágrima em hora inoportuna... pensamos que a nossa vida seja uma árvore de Natal e que cada lembrança seja um enfeite da árvore. Por que os pisca pisca não podem ser nossos arrependimentos? Uma árvore sem luzes não deixa de ser bonita, mas também não tem graça. Nossa vida segue a mesma linha.
Por mais que eu me arrependesse na manhã seguinte, me entreguei ao Felipe naquela noite e ele também se entregou a mim.
Olá meus queridos!!
Lendo os últimos comentários de vocês aqui me dei conta que vocês estão insatisfeitos com a loucura de nossa querida Rafaela. (O que é uma pena por que eu adoro o jeito doido/desastrado dela de ser).
Então venho por meio desse os informar que tenham paciência com nossa querida (ou nem tanto) personagem por que ela é doida mesmo e ainda vai fazer besteira.Obrigada por estarem acompanhando e espero do fundo do coração que estejam gostando.
Att: a autora.
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Contrato - Luan Santana
Storie d'amoreSe houvesse um prêmio para histórias complicadas essa aqui com certeza estaria no top 3. Rafaela com seus 20 anos nunca sentiu um amor que lhe causasse frio na barriga. Cantora em uma banda de garagem terá a chance de mudar sua vida e a de seus trê...