Enquanto eu tomava banho, Luan trocava de roupa no outro quarto. Por algum motivo eu estava eufórica, cantava e dançava no chuveiro, a idéia de retomar minha relação com o Luan me fazia bem.
Quando sai do banho Luan já tinha pedido as pizzas que comeriamos. Fui pra sala tentando disfarçar minha alegria, ele estava lá olhando a cristaleira repleta de bebidas alcoólicas.
- Já escolheu o que vai tomar? - O surpreendi com uma garrafa de whisky na mão.
- Você não vai beber mesmo? - Ele perguntou enquanto colocava a garrafa no lugar.
- Não, já disse. O dia é seu. Eu te cuido e você bebe. - Respondi sorridente me aproximando dele.
- Então você escolhe o que eu vou tomar. - Ele se afastou da cristaleira me dando passagem.
- Hum, tem algo que você não goste? - Perguntei admirando minhas garrafas.
- Ah não sei. Não bebo muito, você sabe. - Ele respondeu sem jeito.
Ri ao ouvir o você sabe, ele sabe o quanto eu o conheço bem. Rio também pensando no que ele pode fazer sob efeito do álcool.
- Quer um vinho? - Perguntei olhando a garrafa de cabernet mais cara da coleção.
- Pode ser. - Suspirou aliviado.
- Não entendi o suspiro. - Indaguei-lhe com a sobrancelha erguida.
- Sei lá, pensei que você ia inventar alguma bebida que misturasse tequila com whisky e outra coisa que faria provavelmente eu não lembrar nem meu nome amanhã. - Ele respondeu.
- Não é uma má ideia. A Paula me ensinou uma que o nome é apagão. - Brinquei.
- Vindo dela não quero nem perguntar por que apagão! - Rimos juntos.
- Não Luan, relaxa. Não vou te dar nem um porre e abusar do teu lindo corpinho. - Brinquei arrumando as garrafas.
- Acho bom, até por que se for pra você fazer isso prefiro estar consciente.
Ignorei e continuei organizando as garrafas, mas não posso negar que o que ele me disse me afetou.
Logo a pizza chegou, fiz questão de pagar. Lembrei da época do contrato onde eu vivia dura e o Luan pagava tudo, hoje que eu tinho condições faço questão de fazer isso.
Arrumamos uma mesa bem bonita, pratos e talheres próprios pra comer pizza, taças e até velas, tudo coisa da cabeça do Luan. Sentamos pra comer e eu abri a garrafa, vinho pro Luan, suco de uva pra mim. Conforme íamos comendo e bebendo ele começava a rir. Nunca tinha o visto beber nada além do normal, então as reações dele eram desconhecidas pra mim.
- Essa é a melhor pizza que já comi. - Luan todo mole falava.
- É? Que legal Luan. - Eu sóbria não via tanta graça nas coisas, a não ser nele.
- Você. - Segurou minha mão. - Você é a pessoa mais legal que eu já conheci.
- Você tambem é legal. - Falei em meio a risos.
- Vou te contar uma coisa. Eu sempre achei que você e eu íamos namorar e verdade, sabia? - Ele balbuciava embriagado enquanto meu coração disparava. - Mas você começou a fazer besteira.
- A culpa é minha por nós não termos dado certo? - Perguntei rindo apesar de sentir meu coração despedaçar.
- Claro. Você fazia besteira e isso fazia mal pra minha... - Pensou um pouco - Como é que fala mesmo?
- Imagem? - Sugeri.
- Isso, imagem. - Afirmou.
- Fazer o que né Luan. Nem tudo sai como a gente quer. - Falei pra conforma-lo mas parece que eu fazia isso pra mim mesma.
- Eu pensava que você gostava de mim também. Mas pelo visto óh, - Fez um gesto com a mão. - Era tudo ilusão. Por que depois você apareceu com outros.
Pensei em dizer que não, que eu realmente estava apaixonada por ele, mas desisti. Ele estava bêbado demais, com certeza amanhã não lembraria de nada, seria o mesmo que dizer pro nada.
Com um pouco de dificuldade consegui o levar pro sofá da sala. Ele se jogou por lá e ficou atirado esperando eu me sentar também.
- Rafaela. - Se abraçou em mim que estava sentada do seu lado. - Você está tão cheirosa, deixa eu ficar abraçado em você.
- Tudo bem Luan. Mas não me aperta tanto. - tentei me desvencilhar.
- Não quero que você fuja de mim. Me abraça também. - Ele pediu.
- Claro. Luan? - O chamei enquanto o envolvia com meus braços.
- Fala.
- Você ta namorando com a Tainá? - Perguntei um pouco receosa.
- Eu não. Por que? - Respondeu.
- Por nada ué. - Tentei parecer indiferente.
- Você tem ciúmes dela, né? - perguntou rindo.
- Claro que não. - Me soltei dele e levantei do sofá. - Só acho que a sua namorada ficaria com ciúmes se soubesse que você tá aqui.
- Vem cá. - Me puxou pro seu lado novamente. - O dia que você me der uma chance eu vou ser só seu. - Falava pausadamente embriagado.
Meu coração estava disparado. Ouvi-lo falar assim fazia renascer todos meus sentimentos, mas não podia levar em consideração, Luan tinha bebido demais, podia só estar delirando.
- Por que você foge de mim? - Luan perguntava com os olhos brilhantes.
- Luan você ta bêbado. Vai se arrepender amanhã.
Se aproximou de mim deixando nossos rostos bem próximos.
- Deixa eu me arrepender então. - disse antes de colar nossos lábios num beijo.
Um ano e meio. Essa é a data desde a última vez que eu o beijei e depois desse dia outras bocas percorreram a minha e por incrível que pareça nenhuma foi como a dele. Se antes eu achava que estava apaixonada por ele, agora tenho certeza.
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Contrato - Luan Santana
RomantikSe houvesse um prêmio para histórias complicadas essa aqui com certeza estaria no top 3. Rafaela com seus 20 anos nunca sentiu um amor que lhe causasse frio na barriga. Cantora em uma banda de garagem terá a chance de mudar sua vida e a de seus trê...