Narrado por Helena

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Ricardo simplesmente saiu e deixou eu e Walter ali. Eu assinava os papéis sem olhar pra Walter, também com vergonha da cena que Ricardo havia feito.
W: Ele estava aqui... Sei que não é da minha conta, mas o que ele estava fazendo aqui?
H: É... Ele veio atrás da Laura, iam almoçar juntos, só que a Laura esqueceu de avisar pra ele que teve que ir mais cedo pra faculdade hoje de última hora.
W: Ah, sim. Certo...
O silêncio dominou aquela sala até que eu terminasse de assinar os papéis, quando terminei, me levantei e estendi as mãos com os papéis para Walter. Ele olhou nos meus olhos e tomou os papéis de mim.
W: Eu só queria que você me dissesse que posso continuar seguindo esse caminho, mesmo que seja da boca pra fora, porque sei o que seus olhos dizem. Mas eu queria ter uma certeza. Eu queria que um dia você gostasse de mim, nem sei se como gosta dele, mas queria que você me dissesse que há chance em nós dois e que não vai só me usar, como um brinquedo.
H: Walter! Eu não sou mulher pra estar fazendo homem nenhum de brinquedo!
W: E quanto a haver uma chance pra nós dois, Helena?
H: Walter, não me entenda mal, mas poderíamos ir lá pro meu quarto? – Olhei ao redor e falei sem prestar atenção nele – Porque além de ter uma empregada tenho uma fofoqueira de plantão. – eu ri, o puxei pelo braço e levei-o até meu quarto.
H: Walter, eu tenho por você um carinho imenso. Eu gosto de estar com você, de ficar com você, acredite! Não vou usar você e nenhum outro homem como brinquedo, não sou mulher pra isso e, por favor, nem fale mais nisso. Ah, e quanto à Jô, minha empregada e amiga, eu não estava mentindo... Ela sempre fica do lado de Ricardo. Está aqui desde o começo de nosso casamento.
W: Eu fico totalmente inseguro com essa ideia de que a todo momento ele está com você, Helena. Mesmo que você diga o contrário, sei que ainda gosta dele.
H: Não vou mentir, gosto. Gosto mesmo. E no dia que você nos viu no bistrô, era mesmo um encontro. Pronto! – falei me movimentando de um lado pro outro, gesticulando e passando a mão na minha testa – Era isso que você queria ouvir? – estava de costas olhando pro teto, me virei.
W: Eu sabia, Helena. Eu sabia. Mas só queria que você me dissesse se há chances em mim e em você. Porque você sabe, querendo eu ou não, você é livre e desimpedida. E eu não posso te obrigar a não gostar dele. Mas eu sei que quero insistir em você porque eu gosto de você! – me aproximei de Walter, cheguei mais perto, olhei profundamente em seus olhos, o beijei, adentrei sua boca com fugacidade, sem pedir licença. Parei o beijo depois de alguns minutos.
H: Isso responde sua pergunta? – sorri e lhe dei um selinho, ele me sorriu de volta.
W: Perguntas? Que pergunta? Eu nem lembro mais... Você me faz esquecer tudo. – ele deu um sorriso largo. Ah! Seu sorriso! Eu amo esse sorriso, confesso. Das coisas que eu mais gosto nele. O abracei forte, coloquei minha cabeça sob seu ombro.
H: Obrigada por me entender, Walter. De verdade.
W: Eu quem agradeço por você estar aqui e me deixar estar também. Agora me diga, vai aceitar o meu convite para jantarmos amanhã?
H: Vou! Não vou nem pensar, só digo que vou. Pronto. – sorri
W: Então nos vemos amanhã, não é? – estávamos descendo as escadas de mãos dadas
H: Com certeza. Nos vemos amanhã! – ele me deu um selinho – Aqui não, seu louco! Se a Jô nos pega...
W: Eu não ligo! Agora vou indo, tchau.
Walter saiu e eu acenei da porta pra ele, assim que fechei a porta, Jô apareceu.
H: Ai que susto, Jô! Eu hein...
J: Esse daí ainda estava aqui? Pensei que já tinha ido.
H: Estava. Aproveitei pra olhar uns emails com ele, antecipar as coisas, já que vou viajar.
J: E vocês estavam lá em cima? – Jô me olhava cinicamente – Espera aí... Viajar?
H: Isso mesmo. Viajar. Vou visitar mamãe em Curitiba na quinta feira, posso?
J: Ah, pode. É que a Laura não comentou nada... Nem a senhora...
H: Decidi isso hoje. Nem falei com ela ainda. Ela não vai, tem faculdade, melhor ficar.
J: Ah, sim.

Paralelas [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora