Tumblr - H.S. [CONCLUÍDA]

015 - POV'S

10.12.2013

Marylin Pov's

Eu tinha acabado de jantar junto com o meu pai. Lavei as louças e as sequei, logo fazendo menção para subir as escadas em direção ao meu quarto.

- Marylin, já vai se trancar no quarto de novo?! Por que não senta aqui e assiste um pouco comigo? - Meu pai me chamou a atenção.

- Ahn, ainda tenho que arrumar minha bolsa para a gente ir amanhã...

- Ah, tudo bem, depois eu passo lá, ok?

- Tudo bem, pai.

Entrei no meu quarto logo indo ao banheiro e trancando a porta de lá. Parei em frente ao espelho e levantei um pouco a blusa, deixando minha barriga de fora.

O único pensamento que eu tinha na minha cabeça era "Merda, por que eu não posso ser tão magra como elas?! Por que essas gorduras ficam me atrapalhando?!"

Então, eu colocava minha mão sobre a barriga, pegando em toda aquela região, apertando e puxando com força. Como se assim ela fosse desaparecer.

Eu estava com ódio, com raiva! Eu apertei tanto ela, a ponto de ter encravado minha unha e de tê-la rasgado, logo começando a sair um pouco de sangue.

Me sentei no chão ao lado do sanitário e passei a mão pelos meus cabelos. Eu estava tensa. Olhei para a minha prateleira e lá tinha alguns laxantes.

Eles nunca mais tinham aparecido aí, mas desde que eu tinha dado uma pausa de duas semanas da minha terapia, meu pai colocou de novo como forma de confiança em mim.

Eu sei que não estava pronta para parar de frequentar meu psicoterapeuta e de ter minhas terapias. Mas meu pai se iludia achando que sim, e eu também me iludia tentando pensar a mesma coisa.

Só havia uma coisa na minha mente "tomar os comprimidos, ou não?" Mas... Se esses comprimidos saírem daí ele vai perceber... Então, eu acho que tenho outra opção.

Com pressa abri o sanitário, e forcei um vômito, colocando tudo pra fora em seguida. Dei descarga e fiquei ali, ajoelhada e com algumas lágrimas descendo pelo meu rosto.

Sei que depois eu vou me arrepender, mas era algo que falava mais forte do que eu. Eu não conseguia controlar.

- Marylin, tá tudo bem? Já arrumou as coisas? - O tom de voz preocupado do meu pai me fez despertar.

- Tá sim, pai, só estou tomando um banho antes! - Me levantei rapidamente e liguei o chuveiro.

- Tá bom, então. Já vou dormir, ok? Amanhã nós saímos cedo! Boa noite, filha, papai te ama!

Sorri fraco com sua última frase. Percebi que ele era a única coisa que eu tinha na vida, então, não podia decepcioná-lo.