Para Daniela, sentir os lábios de Afonso nos seus novamente foi como se jogar na água num dia muito quente. Só que existia uma melhor parte: ela estava consciente para saber o que os lábios dele faziam com os dela e, com um pouco de receio, depois de sentir como ele fazia por um tempo, retribuir. Foi tudo uma explosão de cores, sons e sentidos, gostos e sentimentos. Era até difícil saber o que estava acontecendo no mundo a fora, já que a única coisa que realmente importava era ele. O chão não parecia estar perto porque, de alguma forma, ele fazia com que ela flutuasse assim como o tecido faz quando é solto ao vento. A diferença era que a sensação era muito mais completa e real. O coração dela sabia que não havia mais ninguém capaz de causar-lhe essa sensação. Só Afonso conseguia.
Talvez pelas roupas molhadas ou pela proximidade do corpo dele contra o dela ou pelo modo como a língua dele trabalhava dentro dela, ela tremia.
Ele a colocou na cama, escalando-a em seguida. Seus dedos nunca deixaram a nuca de Daniela, puxando-a para cima de seus quadris quando estava por entre os lençóis.
- Daniela... - ele murmurava eventualmente quando quebrava o beijo para conseguir respirar por alguns segundos. Tudo o que ela tinha tempo para fazer era sorrir feito uma boba antes de ele capturar os lábios dela novamente.
Ali, ela não pode deixar de perceber que tivera seu primeiro beijo. Um que realmente acontecera de verdade - de todo modo, mesmo no sonho tinha sido Afonso quem tinha beijado - então ela não se importou tanto em contar quantas vezes ele tinha repetido a mesma coisa com o marido.
Assim que ele parou, antes que perdesse completamente o controle - embora Daniela já tivesse percebido que havia um novo volume nas calças dele que com certeza não estava ali antes -, ele respirava pesadamente. Afonso manteve as mãos encobrindo o rosto da garota que ainda mantinha os olhos fechados. Uma bela visão, ele teve certeza. E riu com ele mesmo, afastando a toalha do corpo dela.
Os desafios tinham sido passados todos de uma vez, então. Ele não teria mais que lutar contra a própria Daniela. Ele ficou quase satisfeito consigo mesmo quando a ouviu murmurar o nome dele ao abrir os olhos. Ele queria mais! Queria chamá-la dele. Mesmo que fossem casados, longe da sociedade ele não tinha esse direito, porque, raios!, ele não tinha tocado o corpo dela com outro propósito que não fosse puramente inocente.
- E então? - ela o tirou dos próprios pensamentos.
- O que é, querida? - ele viu-se obrigado a repetir a palavra. Quem sabe isso não a fizesse inclinar-se novamente? Seria a oportunidade perfeita para que ele a beijasse com o consentimento dela, assim ele não ficaria se sentindo invadindo os direitos que ela tinha como uma senhorita.
Ela esperou um momento para tentar respirar coerentemente, aproveitando para passar as mãos em cima das de Afonso segurando seu rosto e colocá-las na cintura dela. O tecido molhado e muito transparente atraiu a atenção dele para os seios definidos e redondos da jovem. Ele lembrou-se de respirar por um momento, antes que se enforcasse na perfeição do corpo dela. Como estava conseguindo se controlar?
- Era deste jeito que queria me chamar de querida? - perguntou ela, a pontada de curiosidade presente em sua voz.
- Sim - ele respondeu com voz rouca.
- Qual era o problema com a senhorita Flávia? - ela lembrou-se de perguntar, afinal, pelo senso que tinha, com certeza ninguém chegava em casa gritando por nada.
- Ela tem... - ele hesitou por um momento, não querendo envolver a esposa em seus problemas. Contar só o necessário, lembrou - Me causado alguns problemas e... Eu não quero que isso recaia sobre você, querida.
- Afonso, - ela disse o nome com mais firmeza agora, como se o tivesse pronunciado desde que nascera - você já foi intimo desta senhorita?
As mãos dele deixaram a cintura dela, seus olhos desviando-se para qualquer canto do quarto numa tentativa de evitá-la, mas era impossível. O quarto fora inteiramente redecorado para parecer familiar ao dela, daquele de quando era solteira. Sentia-se culpado, todo o desejo que tinha de tomar o corpo de Daniela nos braços e deitar-se em cima dela contra o colchão desaparecendo.
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It Was Always You [EM PAUSA PARA REVISÃO]
Romance[EM PAUSA/HIATUS] Na sociedade vitoriana, a maioria esmagadora dos casamentos é arranjado pelos pais do noivo e da noiva. Com Daniela Lexfinn, isso também não seria diferente, porém, o destino se opõe as propostas que a moça recebe e faz com que a v...