CAPITULO SETE;

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Henrique terminava de pedir seu jantar pelo telefone, quando alguém bateu na porta.

— Por que você é tão insuportável? - A ruiva falou assim que ele abriu.

— O que você tá fazendo aqui?

— Eu cansei de esperar no bar - falou com a voz arrastada que a denunciando.

— Você bebeu Júlia?

Ela riu e abriu passagem por Henrique para dentro do quarto.

— Só um pouquinho - confessou enquanto sentava-se na cama.

— Você passou a tarde inteira sem comer nada e foi beber? - Ele perguntou irritado logo depois de fechar a porta do quarto.

— Eu tava cansada e com raiva de você, seu irritadinho. - A ruiva acusou e vendo que a expressão de Henrique não era nem um pouco agradável, ela pediu - Não briga comigo, amor.

Ele parou no meio do quarto. Ser chamado de "amor" por Júlia, para ele, era demais. Recuperou logo todo o controle do corpo e sentou-se em uma das pontas da cama.

— Quando seu quarto fica pronto?

— Não sei, só sei que faz um bom tempo que eu tava lá em baixo e acabei cansando de esperar. - Ela falou enquanto tentava tirar os saltos altos de uma maneira engraçada.

— E você simplesmente subiu para o meu quarto?

— Dormir no sofá da recepção é que eu não ia.

— Você bebeu quantas, Júlia?

— Cinco Margaritas.

Henrique balançou a cabeça negativamente enquanto a olhava. Sabia que a ruiva gostava de beber, mas que seu organismo não tinha tolerância nenhuma para isso.

— Vai tomar um banho para melhorar.

— Se eu tomar banho, eu vou dormir.

— E não foi isso que você veio fazer aqui?

Shiii! Eu posso dormir assim. - A ruiva falou enquanto se aconchegava na cama.

— Não, não pode - o moreno saiu de onde estava e foi até o outro lado da cama para levantar Júlia. - Vai para o banheiro que vou pedir pra trazerem sua mala.

— Eu já falei o quanto você é insuportável?

Henrique riu enquanto a escoltava para o banheiro.

— Minha mala está no corredor - A ruiva falou enquanto tirava sua blusa e jogava no chão.

O moreno ficou na porta observando enquanto ela lutava desajeitadamente para tirar a calça jeans. Ele sentia falta dos toques, dos beijos, de sentir a pele dá ruiva contra a sua. Sentia a saudade de ama-la, e tocá-la como costumava fazer. E quando ele levou os dedos até o elástico da própria calcinha, ele saiu do banheiro. Foi à procura da mala e a encontrou no meio do corredor.

Quando voltou para o quarto, deu de cara com Júlia vestida com uma camisa que ele tinha separado para usar amanhã.

— Você quer jantar? - O moreno pergunto tentando não olhar para as pernas desnudas dela.

— Não - respondeu enquanto caminhava cambaleando até a cama.

Henrique, que estava tentando se manter em sã consciência, vacilou. Pensou nas coisas que eles poderiam fazer há anos atrás. Beijos, carinho e sexo. Ele sentia falta de tudo isso e para não fazer algo que se arrependesse depois, ele saiu do quarto e preferiu jantar em outro lugar.

O moreno acabou jantando sozinho em um dos restaurantes que tinha no shopping ao lado. Só voltou para o hotel, quando o mesmo recepcionista que lhe atendeu, ligou perguntando se ele não sabia onde que estava à senhorita que tinha chegado com ele.

Quando Henrique enfim deitou na cama, sentiu os braços da ruiva ao redor do seu corpo e a ouviu sussurrar:

— Dorme bem, meu amor. Eu te amo.

Fechou os olhos tentando ignorar o "boa noite" igual ao que ele recebeu todas as noite por mais de cinco anos.  

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