Km 70

EPÍLOGO;

      Você consegue entender o que é o amor? Aquela palpitação no peito, o suor nas mãos e o pensamento direto na pessoa amada é apenas o começo de tudo o que estar por vir. Amor é mais profundo. É o mergulho no mar aberto, é o salto de paraquedas, é aquela adrenalina de uma corrida da fórmula 1. É tudo isso em apenas um único olhar, um único toque, uma sensação. E quando você tem a sorte de encontrar todas essas sensações em uma pessoa só, você encontrou o amor. Mas não pensa que só porque você já encontrou, deve parar por aí.

Amar é mais embaixo. Amar é dizer não, querendo dizer sim. É dizer sim, querendo dizer não. É torcer o braço para uma briga acabar. É respeitar as diferenças e opiniões do outro. É você saber que não está mais sozinho e que a partir de agora, a outra pessoa é uma parte integral de você.

É saber respeitar, amar, entender e ficar feliz com cada vitória feita, com cada passo em direção ao futuro sonhado juntos.

Amor é o sentimento mais belo do mundo e o que todos mais dizem estar em falta, mas que na verdade, está escondido em algum lugar em você. Para dar amor, sentir amor, retribuir amor, não é preciso nada mais do que querer, do que amar.

A frase mais verdadeira de todo o mundo é "Sorria sempre, seu sorriso pode mudar o dia de alguém". Então por que todos andam tanto com cabeça baixa, olhos no celular, e sem prestar atenção na imensidão do mundo que está ao redor?

Comodidade.

A comodidade é a coisa mais feia e fica atrás do desrespeito. Comodidade é você não fazer algo para a outra pessoa por pensar que não vale a pena. Por achar que não precisa mais, já que conseguiu o que queria. Já conquistou, já apaixonou e não precisa de mais nada. Tudo o que aconteceu já estar de bom grado.

Por que é tão difícil falar palavras carinhosas? Tão difícil se prestar a ajudar alguém, e entender o que o outro está passando?

Preguiça.

A preguiça de fazer uma surpresa para o(a) companheiro(a). De dizer palavras bonitas, de ter ações que demonstram sentimentos, de fazer qualquer coisa para o outro sem esperar nada em troca.

A preguiça, comodidade, desleixo e todos mais alguns nomes que muita gente não sabe o significado é o que fazem todos acreditarem que o amor não existe mais.

Sim, muitos acreditam nisso. Você pode pegar qualquer pessoa e perguntar se ele acredita no amor, quase 99℅ delas irão dizer que não acredita mais. Sabe por quê?

Comodidade. Infidelidade. Desleixo. Preguiça. Desrespeito. E mais um tanto de coisa que poderia passar horas falando delas.

E foi por algumas coisas como essas, que o casamento de Henrique e Júlia acabou, mas o amor não.

O amor deles nunca chegou nem perto de acabar, mas com tanta coisa atrapalhando, tentando destruir, o sentimento esfriou. Mas acabar? Não, talvez tenha até aumentado.

E era isso que Henrique pensava que tinha acontecido com o casamento deles enquanto dirigia de volta para Fortaleza e tinha Júlia dormindo ao seu lado. Já era fim de tarde e os dois tinham acabado de sair da Bahia, onde foi o começo para que eles percebessem que sentimento nenhum tinha acabado.

Ele não acreditava que tudo em sua vida tinha se ajeitado e enfim tomado rumo. Felicidade não era mais a palavra que definisse o sentimento que o moreno estava sentindo.

E Júlia dormia com o coração em paz, com a sensação de que agora, tudo estava no lugar e que a mensagem que sua mãe lhe mandou quando ela desembarcava no aeroporto aqui no Brasil, fazia todo sentindo agora.

Tudo tem seu tempo, que nada adianta apressar as coisas, se elas vem em sua devida hora.

E agora, era realmente a hora dos dois. Era a hora do casamento voltar ao normal assim como a vida dos deles.

E o amor nada mais é do que querer.

E isso todo mundo pode fazer.