CAPÍTULO CINCO;

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Olha meu book trailer mais amorzinho da vida.


         Júlia se lembrava bem da última vez que sentiu os lábios de Henrique contra os seus.

Foi na manhã do dia da grande discussão. Ela acordou no mesmo horário de sempre, enquanto o moreno ainda dormia. Ele tinha ficado acordado até bem tarde trabalhando em um projeto de uma construção que antes mesmo de ser terminado, já mostrava rachaduras e riscos de desabamento, e como sempre, Júlia ficou fazendo companhia para o amado.

Foram dormir quase às quatro horas de manhã e as oito, Júlia já estava em pé. As dez, Henrique se levantou e foi até a ruiva que estava na cozinha, a beijou e depois que separou os lábios dos dela, disse:

— Eu te amo.

A ruiva sorriu sem saber que aquele "eu te amo", também seria o último que ela ouvia.

××

— Por que você fez isso?

— Eu tava tendo um ataque de pânico.

— Você nunca teve isso.

— Começou depois da separação.

Ela não falou nada, apenas seguiu Henrique de volta para o carro. Sabia que a separação tinha sido complicada para ela, mas não imaginava o quão difícil tinha sido para ele.

— Você ta bem? Consegue dirigir?

— Feira de Santana fica só há meia hora daqui, tenho uma reserva lá.

A ruiva não falou nada e Henrique agradeceu silenciosamente por isso. Desde a separação os benditos ataques de pânico e ansiedade começaram e esse tempo que eles estavam separados, tinha sido uma grande prova de fogo para ele.

Foram inúmeras viagens no meio da noite até o hospital. Horas gastas em conversas com seu psicólogo e alguns quilos perdidos por uma dieta para seu organismo não lhe trazer mais doenças.

Mas ele se incomodou do silêncio instalado e voltou a se sentir incomodado.

— Me conta algo. - Pediu

Júlia o olhou confuso, mas logo depois começou a fazer o que ela fazia de melhor. Falar.

— Eu sofri uma lesão no tendão na minha primeira semana na Itália.

Henrique a olhou preocupado, mas logo a ruiva se explicou.

— Cai de uma calçada e fiquei quinze dias sem colocar o pé no chão.

O moreno ameaçou a rir, mas Júlia foi mais rápida.

— Se você rir, quebro sua cara.

Ele concordou e pediu para que ela continuasse.

— Encontrei sua mãe e aquela sua prima Patrícia no salão outro dia.

— Sério?

— Sim, inclusive foi sua prima que me recomendou aquela cor de esmalte... Vai ver que foi por isso que não gostei.

Henrique a olhou da mesma maneira que costumava olhar anos atrás, quando a ruiva começava a reclamar de sua prima.

— Quando você vai parar com essa implicância com a Paty? Meu Deus, Júlia, ela é 10 anos mais nova que eu.

— Quando ela largar o que é meu! E você fique sabendo que esses 10 anos não significa nada para ela.

Júlia não percebeu na hora. Só depois que Henrique ficou sério e ela foi rever o que tinha falado, que percebeu.

Mas o sentimento que se instalou no carro, não foi de constantemente como se possa imaginar. O sentimento que se instalou, foi de saudade.

Saudade da vida de casal que tinham anos atrás. Saudades dos ciúmes, brincadeiras e brigas bobas sem motivos aparente. Saudade de uma vida que eles não tinham mais, mas queriam ter.

Quando enfim a cidade começou a ser notada da estrada, Júlia perguntou o que o moreno tanto queria ouvir.

— Henrique... Se você não sabia que eu vinha com você, como você fez reserva em hotel?

— Eu não sabia que você vinha. Fiz reserva apenas para mim.

Km 70Onde histórias criam vida. Descubra agora