Era quase nove horas da noite quando Júlia percebeu algo que lhes dariam uma grande dor de cabeça.
— Seu GPS ta quebrado.
— Não está não – Henrique falou sem nem mesmo olhar para o aparelho.
— Está sim! Está na mesma cidade há quase três horas.
O moreno olhou para o GPS e desligou.
— Eu não preciso disso.
Júlia riu ironicamente e cruzou os braços.
— O que foi agora?
— Você é péssimo em localização Henrique! Passou dois meses indo com GPS para o emprego porque não lembrava o caminho. – Júlia falou irritada, sentindo todo o seu bom humor sair do seu corpo. O moreno revirou os olhos e ficou calado.
— Se você se perder, eu te mato. – A ruiva disse entre os dentes.
— Isso é uma ameaça?
— Não Henrique, é uma promessa.
Ele riu e tentou não transparecer nada para Júlia, já que ele estava completamente à deriva de onde ir.
Sempre virar a direita. Pensou. É isso que sempre dizem, não é?
××
— Onde a gente ta? – A ruiva perguntou enquanto olhava as casinhas do lado de fora.
— Pela placa, perto de Montes Claros.
Júlia virou-se para ele e falou com um tom acusatório.
— Nos estamos perdidos.
— Talvez um pouco.
— Eu não acredito Henrique! Onde você comprou essa merda de GPS?
O moreno fez uma linha com os lábios e ficou calado.
— Henrique, onde você comprou? – Ela perguntou calmamente falando palavra por palavra.
— Feira da Sé* – Ele confessou e a ruiva explodiu em gritos e xingamentos.
Desde que comprava o bendito GPS pedia incontáveis vezes para que o aparelho não quebrasse. Ele não havia conseguido configurar o GPS do carro e preferiu achar outro a levar o carro para alguém arrumar, já que ele viajaria no dia seguinte e provavelmente não daria tempo.
Quando Júlia ficou calma, Henrique soltou a última notícia da noite.
— Acho que a gasolina acabou.
No lugar de gritos e xingamentos, Henrique levou um tapa cheio em seu rosto. Ele sentiu sua bochecha arder e olhou espantado para Júlia.
— Você ta louca? Por que você fez isso?
— Ah, não vamos nos perder. Eu sei o caminho, eu sou o bonzão e sei de tudo – A ruiva falou tentando imitar a voz grossa de Henrique e dizer o que ele tinha falado a respeito de se perderem.
— Pelo amor de Deus, Júlia. Dá para você ser um pouco menos histérica? – Ele gritou fazendo-a se encolher no banco e o moreno se arrependeu no mesmo instante ao ver a expressão dela. – Apenas calma tá? – Ele olhou para o lado de fora procurando alguma casa com luz acesa ou alguém do lado de fora. – Olha aquela casa laranja, tem gente lá, vamos pedir ajuda e conseguir gasolina e vamos até Montes Claros, certo?
Dessa vez, a ruiva preferiu ficar calada, Henrique tirou o carro do meio da estrada com a pouca gasolina que ainda tinha e saíram do carro.
As pessoas que estavam do lado de fora era um casal quase idoso que estavam sentados no alpendre da casa.
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Km 70
RomanceCOMPLETA Júlia e Henrique foram casados por cinco anos antes da separação conturbada, que resultou em uma grande briga que nunca tem fim. Porém, eles são obrigados a embarcar em uma viagem de carro, para conseguirem chegar a tempo do casamento dos...