CAPÍTULO ONZE;

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 Era quase nove horas da noite quando Júlia percebeu algo que lhes dariam uma grande dor de cabeça.

— Seu GPS ta quebrado.

— Não está não – Henrique falou sem nem mesmo olhar para o aparelho.

— Está sim! Está na mesma cidade há quase três horas.

O moreno olhou para o GPS e desligou.

— Eu não preciso disso.

Júlia riu ironicamente e cruzou os braços.

— O que foi agora?

— Você é péssimo em localização Henrique! Passou dois meses indo com GPS para o emprego porque não lembrava o caminho. – Júlia falou irritada, sentindo todo o seu bom humor sair do seu corpo. O moreno revirou os olhos e ficou calado.

— Se você se perder, eu te mato. – A ruiva disse entre os dentes.

— Isso é uma ameaça?

— Não Henrique, é uma promessa.

Ele riu e tentou não transparecer nada para Júlia, já que ele estava completamente à deriva de onde ir.

Sempre virar a direita. Pensou. É isso que sempre dizem, não é?

××

— Onde a gente ta? – A ruiva perguntou enquanto olhava as casinhas do lado de fora.

— Pela placa, perto de Montes Claros.

Júlia virou-se para ele e falou com um tom acusatório.

— Nos estamos perdidos.

— Talvez um pouco.

— Eu não acredito Henrique! Onde você comprou essa merda de GPS?

O moreno fez uma linha com os lábios e ficou calado.

— Henrique, onde você comprou? – Ela perguntou calmamente falando palavra por palavra.

— Feira da Sé* – Ele confessou e a ruiva explodiu em gritos e xingamentos.

Desde que comprava o bendito GPS pedia incontáveis vezes para que o aparelho não quebrasse. Ele não havia conseguido configurar o GPS do carro e preferiu achar outro a levar o carro para alguém arrumar, já que ele viajaria no dia seguinte e provavelmente não daria tempo.

Quando Júlia ficou calma, Henrique soltou a última notícia da noite.

— Acho que a gasolina acabou.

No lugar de gritos e xingamentos, Henrique levou um tapa cheio em seu rosto. Ele sentiu sua bochecha arder e olhou espantado para Júlia.

— Você ta louca? Por que você fez isso?

— Ah, não vamos nos perder. Eu sei o caminho, eu sou o bonzão e sei de tudo – A ruiva falou tentando imitar a voz grossa de Henrique e dizer o que ele tinha falado a respeito de se perderem.

— Pelo amor de Deus, Júlia. Dá para você ser um pouco menos histérica? – Ele gritou fazendo-a se encolher no banco e o moreno se arrependeu no mesmo instante ao ver a expressão dela. – Apenas calma tá? – Ele olhou para o lado de fora procurando alguma casa com luz acesa ou alguém do lado de fora. – Olha aquela casa laranja, tem gente lá, vamos pedir ajuda e conseguir gasolina e vamos até Montes Claros, certo?

Dessa vez, a ruiva preferiu ficar calada, Henrique tirou o carro do meio da estrada com a pouca gasolina que ainda tinha e saíram do carro.

As pessoas que estavam do lado de fora era um casal quase idoso que estavam sentados no alpendre da casa.

Km 70Onde histórias criam vida. Descubra agora