Verossímil

491 29 8
                                    



Verossímil 

1. Que parece verdadeiro

2. Que é possível ou provável por não contrariar a verdade; plausível.


Já passava de uma da tarde quando a porta do quarto de Juliana foi escancarada e uma sorridente Maria Luiza adentrou segurando uma bandeja. A loira sorriu ao ver como sua irmã se preocupava com ela, mas ao mesmo tempo sentiu o corpo ficar tenso, pois sabia que devia uma explicação à menina sobre a noite anterior e do jeito que ela era não esqueceria disso.

- Se eu soubesse que você já estava acordada e com a cabeça enfiada nessas – ela parou para pensar – coisas, eu tinha invadido aqui mais cedo. Temos um assunto a tratar, lembra? Não engoli a história de "quis me embebedar por isso estava trancada na área de serviço" – tenta imitar a voz da irmã e o que consegue são risos da mesma.

- Posso apenas desfrutar desse café da manhã maravilhoso, terminar minhas coisas – ela ri da careta da irmã – e depois conversamos?

- Não – a mais nova cruza os braços e senta em frente a irmã depois de depositar a bandeja entre as duas – Você pode muito bem comer e explicar, não importo que seja mal educada no momento e fale de boca cheia – ela semicerra os olhos e a loira nega com a cabeça.

- Eu não sei o que você quer tanto saber se já contei o que aconteceu, eu estava entediada e fui encher a cara, é tão simples – ela fala enquanto morde o sanduiche que sua irmã havia preparado.

- E os gemidos que escutei? Sei muito bem o que está acontecendo quando ouço esses gemidos – a menina disse despreocupada tomando um gole do suco que trouxe para mais velha.

- Como assim você sabe o que acontece Maria Luisa? – o rosto da loira estava pálido e ela largou o sanduiche encarando a irmã.

- Calma Juliana, eu não transei com ninguém, pode respirar – a loira suspirou e voltou ao sanduiche – Só sei porque muitas mulheres passaram pelo quarto do titio e digamos que as paredes são finas e muito próximas.

- Ele não devia trazer as piranhas dele para essa casa – ela revira os olhos irritada.

- Não as chame assim, elas são modelos ou sócias dele normalmente, e são legais – Malu sorri –Ontem algumas estavam aqui e até conversaram comigo me incentivando a seguir essa carreira – ela sorri animada e Juliana nega com a cabeça rapidamente.

- Nem pense nisso, você metida com os negócios do Carlos? De jeito nenhum – ela encara a menina séria e Malu revira os olhos.

- Não vou discutir sobre isso, até porque nosso assunto é outro. Vamos lá, com quem você estava se agarrando na área de serviço? – a menina resolveu ser direta para não dar mais chance da irmã escapar.

Juliana ficou atônita e desviou o olhar da mais nova focando em suas mãos, tentando pensar em algum rosto de homem no meio de todos sócios idosos do seu tio, buscando alguém que pudesse lembrar o nome e dar finalmente a resposta para Maria Luiza parar com sua insistência. Ela não queria assumir que era Rodrigo, pois sabia que aquilo causaria uma euforia em sua irmã que entenderia tudo errado e faria o rapaz entender o mesmo também quando se encontrassem. E o que ela menos precisava era que Rodrigo ou seu tio achassem que ela estava caindo de amores pelo irmão da noiva dele.

- Você não pode contar a ninguém ok? – ela encarou Malu que sorriu animada por ter o segredo da irmã guardado com ela – Eu estava me agarrando com um garçom – Malu entrou em estado de choque.

Coração de pedraOnde histórias criam vida. Descubra agora