Epílogo - Philia.

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1. Amizade.

2. Amor que se dedica a amigos e familiares.

3. Amor fraternal.

XXXXX

Um ano depois.

Uma menina de cabelos loiros longos abria os olhos em meio a um quarto enfeitado que não podia negar que era sua cara. Reflexo total de sua personalidade. Ela sorriu e sentou na cama virada em direção a janela, a luz do sol passando pelas cortinas, que ela fez questão de esticar os braços e abri-las.

- Bom dia sol – ela riu lembrando que Bianca sempre tirava sarro dela quando a ouvia saudar a natureza. Sua namorada era seu completo oposto, não dava atenção aos mínimos detalhes, aos simples da vida, a não ser quando era para arrumar uma pequena discussão, mas tinham algo em comum, além do amor, é claro. Ambas prezavam pela liberdade e individualidade. Nada de depois da oficialização do namoro virarem uma só.

Ela levantou, caminhou direto para o banheiro para fazer sua higiene matinal, trocou seu pijama por um vestido e foi em direção à cozinha, onde sabia que sua mãe estava.

Às vezes quando caminhava pela casa tinha uma sensação familiar, como se sempre tivesse pertencido àquele lugar. Ela sabia que era adotada, sabia que havia perdido uma irmã mais velha, logo, aquilo não era possível. Mas a sensação sempre esteve ali, desde a primeira vez que entrou naquele apartamento. Era conhecido. Acolhedor. Um lar.

- Viajando novamente minha pequena sonhadora? – ela foi desperta de seus pensamentos ao ouvir a voz sempre doce de sua mãe.

A mulher estava com um avental florido amarrado em sua cintura e um lenço da mesma cor e estampa cobriam seus cabelos.

- Mãe, já disse a você que não sou pequena, acabei de fazer dezessete – ela soou indignada ao que a senhora a sua frente riu e a puxou para um abraço e um beijo na cabeça.

- Se não é mais minha pequena então não precisa mais ganhar mimos, colos e muito menos histórias para dormir – ela soltou a menina que rapidamente a puxou de novo.

- Se quiser pode me chamar até de bebê, não posso perder nenhum desses itens – ela ri e senta à mesa esperando sua mãe fazer o mesmo – Mas por favor não fale isso na frente da Bianca e muito menos de Rodrigo, você sabe o quanto os dois podem ser um pé no saco – ela revirou os olhos e Ana ri sentando à mesa colocando uma jarra de suco de laranja entre elas.

Malu franze a testa e coloca a mão na cabeça sentindo a pontada que às vezes surgia quando alguma memória lhe tomava.

- O que posso ter de memória de um suco de laranja? – ela revira os olhos e suspira frustrada. Detestava não lembrar. Detestava essa doença, ou seja lá como chamar isso que ela tinha e que não havia cura.

- Sua irmã gostava de suco tanto quanto você – Ana sorri e estica a mão pegando a sua por cima da mesa.

- Quando vocês vão me contar a história dela? – Ana suspira e encara a menina nos olhos. O olhar brilhoso e esperanço de todos os dias.

- Nós contamos todos os dias meu amor – ela acaricia a mão da menina que franze a testa.

- Como? Não lembro de... – e elas foram interrompidas pela porta abrindo e batendo em seguida.

Então as dúvidas e confusões de Malu sumiram de seu rosto e ela saiu correndo em direção ao moreno que acabava de entrar. Ele a suspendeu um pouco do chão lhe abraçando, em seguida lhe encarou nos olhos e lhe deu um beijo na testa, como sempre.

Coração de pedraOnde histórias criam vida. Descubra agora