Trégua
substantivo feminino
1.suspensão temporária de hostilidades, por acordo entre as forças contrárias.
2. cessação temporária de estado ou ação desagradável.
3. cessação de atividade; férias, descanso.
Uma hora da manhã. Essa era a hora que piscava na tela do celular de Juliana da última vez que ela o verificou. Cinco minutos atrás. Já era a décima vez que ela verificava as horas sem conseguir dormir, com uma insônia que há muito tempo não a atingia.
- Eu desisto – a loira respirou fundo saindo debaixo das cobertas, alcançou uma blusa comprida que estava em cima da sua penteadeira, a vestiu enquanto ia até o quarto da irmã ver se conseguia um espaço para dormir ao seu lado.
Assim que ela abriu a porta encontrou a mais nova esparramada, a coberta no chão, enquanto a mesma ressonava baixinho. Ela sorriu vendo a cena e desejou ter essa facilidade, dormir a tarde toda e ainda assim ter sono a noite. E a verdade é que ela deveria estar tão exausta quanto a irmã, pois não havia dormido direito de madrugada e seu dia foi repleto de acontecimentos que esgotaram seu físico e emocional.
A loira suspirou enquanto andava até a cama da irmã, pegou a coberta do chão e a cobriu depositando um beijo na testa da mesma. Então ela soltou um suspiro em agradecimento por ter sua irmã de volta, visto que elas estavam distanciadas, e se retirou do local deixando a porta fechada.
Ela decidiu voltar para o quarto, mas ao ver uma luz forte no andar debaixo lembrou que Rodrigo também estava na casa e resolveu espiar o que o moreno estava fazendo. Desceu as escadas lentamente para não alertá-lo e o que encontrou foi o mesmo em frente ao notebook com vários papeis sobre a mesa de centro.
- Insônia? – o moreno perguntou sem olhar pra trás assustando a loira que deu um pulo no local.
- Porra, quer me matar? – ela coloca a mão no peito enquanto se aproxima de onde ele estava.
- Eu que deveria fazer essa pergunta, você que estava me espreitando – ele levanta o rosto a encarando com a sobrancelha arqueada – Vai cumprir seu juramento agora? Se for, avise pra eu me defender – ele sorri de canto para ela que revira os olhos.
- Deixe de ser ridículo Rodrigo – ela senta na poltrona próxima ao sofá – Quando eu fizer isso vai ser sem aviso, obviamente – ela boceja e ele a encara.
- Acho que percebeu que nunca sou pego desprevenido – ele arqueia a sobrancelha e ela faz uma careta – Mas me diga a que devo a honra da sua companhia?
- Insônia, como você mesmo suspeitou – ela respira fundo impaciente.
- Já tentou contar carneirinhos? Funciona com as crianças – ele segura um sorriso irônico e ela joga uma almofada nele – O que? É verdade, meus pais falavam isso pra minha...- ele para de falar ao perceber o assunto que estava iniciando. Íntimo demais. Revelador demais.
- Para sua irmã? – a loira o encara e ele desvia o olhar fechando o notebook e guardando os papéis espalhados.
- Acho melhor nós dois irmos dormir Juliana, amanhã você tem aula e eu trabalho – a loira respirou fundo e deu de ombros indo em direção a cozinha. O moreno desviou o olhar para ela, mais precisamente para as coxas dela que estavam expostas pela blusa.
Ela resolveu fazer um chá, bebida que não era muito fã, mas ouvia dizer que acalmava. Então colocou a água no fogo e começou a procurar pelos armários uma caixa de chá de camomila.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Coração de pedra
FanficÉ quase uma roleta russa, em que a dor é a motivação para o dedo pressionar o gatilho, quem vai sucumbir e soltá-lo primeiro? Então simplesmente, aperte o gatilho.