Máscara.

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Máscara - significado do dicionário.

1.peça com que se cobre parcial ou totalmente o rosto para ocultar a própria identidade.

2. peça desse tipo que os atores cobrem o rosto para caracterizar o personagem (p.ex., em gêneros teatrais da Antiguidade greco-romana).

3. dois símbolos (o da tragédia e o da comédia) originários do antigo teatro grego.

4. expressão que o ator imprime ao rosto em suas caracterizações.

5. cara, semblante, fisionomia.

6. falsa aparência.

7. vaidade, autoconfiança pretensiosa.


Uma semana havia passado e o dia fatídico do desfile chegou. Malu não poderia estar mais eufórica com tantas mulheres ao seu redor cuidando de seu cabelo, pele e unhas. Estava sentindo a mesma empolgação das modelos que desfilariam esta noite. Já Juliana resmungava de cinco em cinco minutos sobre o quanto aquilo tudo era desnecessário, perda de dinheiro, de tempo e além de tudo entediante.

- Será que dá pra começar a passar o batom na boca dela agora? Um que precise de contorno por favor, que isso nos dá uns bons cinco ou dez minutos de descanso dessa chatice – a mais nova revira os olhos e a loira a encara a fuzilando com o olhar.

- Ei, tu me respeita que eu sou tua ir..- e a loira foi calada pelo maquiador que atendendo, ou não, ao pedido da sua irmã estava fazendo o contorno dos lábios dela para em seguida passar um batom vinho.

Depois de duas horas e meia, contadas por Juliana no relógio, elas foram liberadas para se vestirem.

- Ainda não me conformo que tivemos que escolher um vestido dentro da marca que senhor Carlos ordenou, você viu a quantidade de zeros que estava na etiqueta de cada um? – a loira reclama enquanto pega seu celular para responder as mensagens acumuladas desde que foi amarrada na cadeira do salão improvisado em casa.

- Iih que hoje você ta insuportável hein?! Parece uma velha, só reclama, vou me arrumar em outro lugar para não me contaminar com essa energia – a mais nova pega seu vestido em cima da cama, que estava dentro de uma embalagem própria para não amassá-lo, e vai em direção a seu quarto.

- Não pareço velha, apenas sou consciente de que dinheiro não dá em árvore – Juliana grita da porta do quarto e a bate em seguida para começar a se arrumar.

A loira encarou o vestido uns bons dez minutos antes de respirar fundo e vesti-lo. Ela gostava de se arrumar, de escolher boas roupas, e de se maquiar para sair, seu mal humor não se devia a nada disso, e sim ao fato de tudo estar sendo custeado pelo seu tio e seu dinheiro misterioso que nunca tinha fim e ninguém sabia ao certo de onde vinha sempre mais. Fora que ela teria que ir a um desfile da marca dele, aquilo sim ela não gostava, pelo contrário tinha repulsa a qualquer coisa vinculada aos negócios do tio.

Mais uma hora de espera e ela ouviu os gritos do tio as apressando, pois segundo ele precisavam chegar atrasados sim, mas não tempo demais, tinha que ser tempo suficiente para que a mídia estivesse em alerta e ansiosa, mas não entediada e desesperançosa.

- E assim dá inicio ao teatro mais longo da minha vida – a loira solta assim que a abre a porta do quarto e dá de cara com Malu, que apenas revira os olhos e a puxa pelo braço em direção as escadas.

Coração de pedraOnde histórias criam vida. Descubra agora