Ceder

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1. tornar-se menos intenso; abrandar.

2. tornar-se mais largo, mais solto; afrouxar.

3. sofrer abalo ou deslocamento; perder a resistência.

- O que você fez com a minha irmã Rodrigo? – seu tom sai com uma mistura de raiva, preocupação e medo.

- Juliana? O que você ta fazendo aqui? – ele a encara por inteiro franzindo a testa em seguida.

- Me fala onde está a minha irmã Rodrigo – a loira altera o tom de voz.

- Você quer fazer o favor de se acalmar e falar baixo? – o moreno a segura pelo braço firme e ela tenta se soltar do aperto.

- Pra merda com essa de me acalmar, eu quero ver a minha irmã Rodrigo se não faço um barraco nessa porra de prédio – ela se debate para se soltar dele que aumenta o aperto.

- Está tudo bem aí seu Rodrigo? – a voz do porteiro interrompe os dois e o moreno encara o funcionário.

- Está sim seu Manoel, não se preocupe – ele retorna o olhar para loira – Eu vou liberar a sua entrada e te levar até sua irmã, mas você vai em silêncio e como uma pessoa civilizada. É a minha reputação que está em jogo aqui – ele aproxima a boca do ouvido dela e sussurra – E a vida da sua irmã também.

A loira fez menção que ia retrucar, mas ele retirou o óculos e a encarou sério, o que fez ela concordar com a cabeça e cumprimentar o porteiro educadamente assim que eles passaram do segundo portão.

- A minha vontade é explodir você Rodrigo, o que caralhos você está fazendo com a minha irmã? – ela resmunga com raiva assim que eles entram no elevador.

O moreno aperta o botão da cobertura e a loira franze a testa, em seguida desvia o olhar para não encará-lo e demonstrar surpresa.

- Vamos conversar quando passarmos pela porta do apartamento, até porque não sei se você qual vai ser sua reação ao que vou contar- a loira o encara com a expressão fechada- E aqui fora precisamos manter as aparências de seres civilizados ou você esqueceu e quer que eu relembre? – ele se aproximou dela apertando seu braço, mas o barulho do elevador parando e anunciando o andar o fez se colocar atrás da loira a abraçando pela cintura, ato que a fez empurrá-lo para se afastar, mas ao notar uma senhora entrando no elevador os cumprimentando entendeu o motivo e respirou fundo colocando um sorriso falso no rosto.

- Que casal bonito, como nunca vi vocês por aqui? – a senhora falou os encarando com um sorriso enorme no rosto – Foi um belo bom dia pra mim ver essa juventude logo cedo – ela continua sorrindo enquanto o "casal" a frente deles sorria de forma falsa querendo internamente matar um ao outro.

- Obrigada, mas não somos um casal, eu seria uma pessoa...- ela sente o aperto na cintura e sorri – estamos nos conhecendo ainda, indo devagar, sabe como é né, está difícil confiar nos homens hoje em dia.

A senhora ia prolongar o assunto, mas assim que a voz robótica do elevador anunciou a chegada na cobertura e a porta mal abriu, a loira acenou e saiu correndo enquanto puxava o moreno pela mão.

- Você definitivamente não sabe o que é ser civilizada – ele fala calmamente enquanto caminha em direção a porta do apartamento fingindo procurar as chaves.

- Abre logo essa merda Rodrigo, ou eu te...

- Você o que Juliana Paiva?- pronuncia o nome dela com desdém – Não esqueça que quem está aí dentro é sua querida irmãzinha , que está com muita raiva de você – ele chega os lábios próximos aos da loira – e que confia em mim o suficiente para pedir para buscá-la bêbada em uma festa e trazê-la para o meu apartamento – ele sorri cafajeste e Juliana ia dá um tapa na cara dele, mas ele a segura com a outra mão a fazendo soltar o ar com raiva.

Coração de pedraOnde histórias criam vida. Descubra agora