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— E meu filho, doutor? Ele... — Diz Dahyn, aflita.

— Ele está bem, dona Dahyn. — Diz com Hoetaek com um grande sorriso tranquilizador nos lábios.

— Graças a Deus! — Suspira, aliviada.

— O seu filho é uma pessoa bem problemática, dona Dahyn.

— E o senhor vem falar isso pra mim, doutor? Eu já convivo com as esquisitices daquele garoto há dezesseis anos e...

— Mas agora está bem pior...

— O senhor está falando dos e-mails, das cartas?

— Exatamente.

— Eu sabia. Assim que as vi.

— Quando descobriu, dona Dahyn?

— Há algumas semanas. O senhor compreende, não? O trabalho no banco toma muito o meu tempo. Eu não tenho tempo para ver essas coisas... — Ela demonstra um certo embaraço.

— É, seu filho reclamou disso, numa de suas correspondências. Disso e de solidão. Aliás, são duas coisas influenciaram muito para a mudança de comportamento de seu filho.

— Mas o que o senhor queria, doutor? Depois que eu e meu marido nos separamos e, principalmente, depois que ele morreu, eu fiquei com toda a responsabilidade da casa. Eu tive que trabalhar. Do que ele está reclamando? Eu tenho lhe dado tudo o que precisa. Nunca lhe faltou nada.

— Parece que não é bem assim, dona Dahyn... — Hoetaek dirige um olhar de censura para Dahyn.

— O que disse?

— Bem, não foi para discutirmos isso que eu a chamei aqui.

— É, não foi. Como está meu filho? Toda aquela história de Namjoon e Seokjin...

— Infelizmente as coisas continuam como estavam há duas semanas...

— Absurdo! O senhor está querendo me dizer que não conseguiu convencê-lo do despropósito de toda essa história? Por favor, doutor.

— Quando lhe falei sobre a extrema solidão em que seu filho vive nos últimos anos e dos malefícios que ela poderia causar ao seu desenvolvimento intelectual e psicológico, não estava exagerando. Ela produziu uma fragmentação em sua personalidade.

— Está querendo dizer que Seokjin é fruto da imaginação de meu filho, doutor?

— Tanto ela quanto o Namjoon dos e-mails e cartas. Bem, talvez eu pudesse dizer, de certa forma, os dois são seus filhos...

— Não entendi.

— Duas partes de uma mesma personalidade. Namjoon, o mais parecido com seu filho, e Seokjin, a pessoa que ele gostaria de ser. O interessante em tudo isso é que os dois tinham mães inteiramente antagônicas aos personagens que criou. Enquanto a mãe de Namjoon era a mãe que ele gostaria de ter, a mãe de Seokjin era o próprio retrato da senhora e Seokjin a detestava.

— Eu não posso acreditar.

— Realmente, é uma caso interessantíssimo... Seu filho passou os últimos meses numa realidade própria, a realidade de Namjoon e Seokjin.

— Eu achei estranho seus e-mails e cartas, mas não imaginava que seria isso, que ele estivesse falando com si mesmo.

— Ainda não sei ao certo, mas tenho grandes esperanças de ajudar seu filho a se recuperar.

— O senhor acha isso possível?

— Quem sabe? Nós vamos tentar. Não se preocupe, dona Dahyn, seu filho está em boas mãos.

Silêncio.

— A senhora gostaria de vê-lo agora?

— Eu posso?

— Claro... a senhora é mãe dele, não?

nevermind ☹ namjinOnde histórias criam vida. Descubra agora