Felipe: como é que é?- me fitou com o olhar assim como o Bruno.
Eu: eu não sei nada sobre vocês, não sei suas histórias, mas só estou falando o que é óbvio, a Samantha é uma pré-adolescente ainda, pelo que eu vejo ela não tem uma figura materna...- me interrompeu.
Felipe: ela não precisa de uma figura materna, ela já tem a mim- falou com a uma carranca no rosto.
Eu: vamos ver... quantas vezes você falou com ela sobre garotos?- cruzei os braços.
Felipe: eu já falei sim, eu disse que se ela aparecer com algum Zé Ruela eu meto bala nele- falou normalmente.
Eu: mas um dia ela vai se apaixonar, e Samantha é uma garota muito bonita, muitos garotos devem ser loucos atrás dela... e na menstruação dela? Você ajudou ela como?- arqueei uma sombrancelha.
Felipe: eu levei ela no hospital achando que podia ser alguma hemorragia- me segurei para não rir. Tenho que continuar com a pose de séria.
Eu: ela deve ter ficado com muita vergonha né... E você já conversou sobre anticoncepcional?
Felipe: claro que não né Manuela- revirou os olhos.
Eu: mas ela precisa saber, um dia ela vai ter uma vida sexual ativa, e precisará saber de tudo isso, eu sei o quanto fez falta para mim não saber de nada disso, eu tive que aprender tudo sozinha- falei sincera.
Felipe fica calado olhando para o chão e Bruno muda o canal na TV, Felipe parece que está tentando decifrar alguma coisa, ele olha para baixo, depois para cima, parece que quer perguntar alguma coisa.
Geo: ué, a Manu matou o Felipe?- perguntou voltando da cozinha.
Bruno: não, ela só deu um tapa de realidade na cara dele- encolheu os ombros.
Geo: enfim, vocês querem ir para cozinha ou preferem ficar aqui na sala?- perguntou se referindo ao jantar.
Felipe: sala.
Eu: sala- concordei.
Bruno: cozinha, porque eu sou do contra- olhamos incrédulos para ele.
Geo: por mim tanto faz, tendo comida é o que importa- deu de ombros.
Eu: a maioria venceu.
...O jantar foi agradável, Felipe não comeu tudo, disse que tinha que resolver algumas coisas, olho e vejo que são 20:00 horas, é, preciso ir embora, hoje o dia foi uma loucura.
Me despeço do Bruno e da Geovana e começo a andar, só que agora em direção a saída do morro, entro numa rua e umas cinco garotas se levantam da calçada vindo em minha direção, aí meu Deus, por onde eu ando arrumo confusão?
Jennifer: olha se não é a patricinha enojada- falou sorrindo debochada.
Eu: olha se não é a prostituta de quinta- devolvi o sorriso.
Jennifer: tu falou o que?- perguntou ficando irritada.
Eu: gaguejei por acaso?- dei um passo a frente para ficar mais perto dela.
Jennifer: você está fazendo o que aqui?- me encarou furiosa.
Eu: o que eu estou fazendo ou deixando de fazer não é da sua conta, agora desaparece da minha frente sua vadia- lhe empurrei fazendo ela cambalear para trás.
Ela fecha os punhos e vem caminhando até mim, coloquei minhas mãos na cintura e fiz minha melhor cara de deboche.
Felipe: ué Jennifer, vai bater na menina é? Por que tu não bate em mim?- falou pousando as mãos na minha costa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Patricinha e o Dono Do Morro
Novela JuvenilManuela Godoy é aquela típica patricinha, doce, meiga e arrogante, desde muito nova teve que conviver com a solidão, com o quase abandono do pai e a morte da mãe só lhe restou sua melhor amiga Geovana. Manu tem aparentemente uma vida normal, mas uma...