Ayato tinha puxado a morena para o quarto, e depois, desapareceu.
Nem se perguntou para onde ia; pelo menos estava livre de provocações. Sentou-se na poltrona ao lado da grande janela, e observou a paisagem.
Estava completamente fora de seu corpo. Olhava para o nada, pois a sua mente localizava-se nas antigas memórias, onde vivera com as irmãs e a falecida mãe, e parecia um tanto sonâmbula, pois o seu rosto era sem expressão, e parecia que dormia, mas com os olhos abertos.
Tudo o que estava à sua volta, desaparecera para ela, e a única coisa que ouvia, era o som do piano, com a doce melodia que a sua mãe tocava todos os dias, na sala de música. Era para si e para as outras cinco irmãs, a sua canção de ninar. E retocava-a vezes sem conta, na sua mente.
- Na na na, na naa... - murmurou.
Apoiada com o cotovelo na janela, observava as àrvores dançarem, com as folhas a acompanhá-las, como se fossem um vestido largo, que seguia-a ao rodar. O céu estava na cor azul celeste, e as nuvens flutuavam, lentamente, nesse céu.
- Oe, Chichinashi! - chamou Ayato, pela décima vez.
Farto de ser ignorado, foi para o seu lado, e cutucou-a. Os seus olhos foram à procura de quem lhe tocara, e ao ver a expressão fula de Ayato, deu um salto, e gritou com o susto.
- Que merda, Ayato-kun! - reclamou.
- Isso digo eu! Tu é que me ignoraste! - reclamou, acariciando os ouvidos.
- Ahh... Desculpa. - pediu.
"Vocês são tão diferentes..." - pensou Ayato.
Depois de minutos em silêncio, o ruivo reclamou, denovo:
- Aff.. Tenho sede. - disse, olhando para a morena, olhando-o confusa.
- E eu tenho cara de bebedor? - perguntou.
O mesmo riu-se, tanto por ser uma espécie de bebedor, como por não saber ao que se referia.
- Ué, o que eu disse? - perguntou.
Ayato levantou-se, e atirou-a ao chão, e afastou os seus cabelos para um lado. Elaine debateu-se, aflita pela sua atitude, pensou, até, que ele iria abusar dela.
- Ei, o que estás a fazer?! Larga-me! - gritou.
Percebeu que o ruivo não era humano quando sentiu duas lâminas afiadas e finas que perfuraram a pele do seu pescoço. E, apesar de serem finas, a sensação era dolorosa, e piorava ao sentir o seu sangue a ser puxado.
- Mãe... - chamou, meio que como um sussurro, antes de desmaiar devido ao estar fraca.
.......
Sther estava em pânico; não fazia a mínima ideia do que Laito lhe faria. A sua vontade era tirar a mão à força, e trancar-se no quarto.
Mas tinha três coisas que a impedia.
1º - Ia perder-se na mansão;
2º - Não sabia qual era o seu quarto;
3º e última razão - Não sabia se Laito era temperado ou não, afinal, as coisas podem piorar, não é?
Passavam por alguns corredores, e estavam no segundo andar. Observava as divisões; pelo menos, o pouco que conseguia ver com a porta aberta.
Até que passaram por uma sala onde pouca luz passava, mas era o suficiente para conseguir ver um piano empoeirado e esquecido pelo tempo, como se estivesse a pedir-lhe que cuidasse dele e que tocasse.
Ousaria dizer que ouvia os seus pedidos, e estava hipnotizada por ele. A certa altura, parou de andar, e observou a divisão, o ruivo estranhou, mas quando a albina soltou a sua mão, ainda o confundiu mais.
Entrou na divisão, e afastou os cortinados também empoeirados, o que a fez tossir devido ao pó, mas deixou o sol entrar pela divisão, explorando-a e iluminando-a, e depressa a sala não ficou tão fria. Sentou-se no banco, e Laito seguiu-a, e observou os seus passos.
Tocou numa tecla, e pensou no que tocaria agora. Pensou em algumas melodias, mas apenas uma veio à sua mente com destaque.
E essa música era "Affections".
Os seus dedos finos bateram nas teclas, sujas porém afinadas, e fez com que os raios de sol mostrassem o pó que voava pela sala. Laito sorriu; tal como Sther, também gostava de piano, e sentou-se a seu lado.
Estavam em sintonia, e a música pareceu-lhe soar ainda melhor do que antigamente. O ruivo também não estava a odiar tocar com ela, e a música continuou...
Laito tocava os acordes, e a albina a sinfonia principal.'
(...)
- Não sabia que tocavas piano, Laito-kun. - disse Sther.
- Há muita coisa que não sabes sobre mim... - disse, enquanto se aproximava do rosto da albina, que recuava.
- É... - disse, recompondo-se. - Com quem aprendeste a tocar piano? - perguntou, com as mãos nos joelhos.
- Foi a minha mãe, ela gostava da voz do Kanato, então eu tocava piano. - respondeu. - E tu, Meinu-chan?
- Também aprendi com a minha! Ela adorava piano, então eu quis aprender... E ei, do que me chamaste? - perguntou, irritada.
- Mei-Nu-Chan! - respondeu, de uma forma que irritou a albina. - Engraçado, temos muito em comum... - disse, olhando para baixo do pescoço de Sther.
- P-pára!! - gritou.
O mesmo prendeu os seus braços em um abraço apertado, e lambeu o seu pescoço.
- Larga!! - gritou, fula.
- *Fu* *Fu* - riu-se.
O silêncio instalou-se naquela pequena divisão, e Laito olhava-a com uma cara maliciosa, e Sther tentou mudar de assunto.
- Ei, porque me escolheste? - perguntou.
- Porque estou levemente interessado. - respondeu, o que fez a albina corar.
Ela estava até feliz, mas ao sentir uma mão nas suas costas que descia para baixo, fez com que Laito quase ficasse com uma marca de mão na cara. Porém, conteu-se; o "abraço" de antes deu para perceber que o ruivo era mais forte que ela.
- Pervertido! - gritou, afastando-se.
"Nem viste nada..." - pensou o ruivo.
. . . . . . . . . .
Autora-chan: A música que a Sther e o Laito tocavam era "Affection - Diabolik Lovers OST" >-<!
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Vampires
VampireAs irmãs Shirakami não esperavam mudar a sua rotina tão rapidamente, mas quando deram por isso, viviam com seis vampiros! Deixem o seu comentário e votem! 💘 Se não gostarem ou tiverem algo a criticar, o Wattpad fornece-nos chat privado. Obrigada...