∆ Quinze ∆

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No dia seguinte, fui pra escola ...feliz ?

Ou talvez culpada ?

- Ooooi amiga! - Jolie berrou ao me ver

- Tenho novidades. - falei

- O que ? Me conta tudo! - ela me puxou para a sua mesa e me sentou

- Eu fiquei com Julian ontem. - falei

- Ficou com ... JULIAN BROOKE ?!

- Shhhh!!!!! - tapei sua boca

  Comecei a contar pra ela sobre tudo e a cada palavra ela parecia mais eufórica.

- Caraca mané, teu namorado é simplesmente um dos melhores lutadores do cactos. - ela sorriu

- Ele não é meu namorado. - falei

- Contou a ele sobre o Theo ?

- Que? Não. É claro que não ... - cruzei os braços

- Não vai contar ?

- Não tem pra que contar. - olhei para a porta e vi o professor entrar

(...)
No intervalo, estávamos indo para a cantina comprar um lanche.

- Isso não é justo. - Jolie falou assim que mordeu seu sanduíche

- O que não é justo ? - perguntei dando um gole do meu refrigerante

- Você ter alguém pra se atracar e eu não. - ela se encolheu e mordeu outro pedaço

- Talvez devesse ir pra algum lugar e cuidar de um desconhecido qualquer. - rimos

- Essa é uma ótima idéia. - ela sorriu

- Não inventa Jolie. - ela bufou. - Quando tiver que acontecer, vai acontecer e você vai conhecer alguém legal.

- Ahh para, isso é papo pra pessoas encalhadas. - ela revirou os olhos

- Só to dizendo pra não pegar qualquer um que aparecer por pura carência. - me levantei, beijei o topo de sua cabeça e saí

(...)
  Fui para o trabalho e comecei a etiquetar algumas roupas.

Olhei de relance para fora e vi Julian parado  na porta da loja.

Ele usava uma camisa de manga cinza escura e uma calça jeans largada.

- Oi ... - sorri

- Oi Watson. - ele sorriu

- Como sabe que meu sobrenome é Watson ? - ele se aproximou

- Fiz o dever de casa. - ele me deu um beijo rápido

- Você não faz mais nada além da luta ? - perguntei

- Eu sou um cara multiuso. - o encarei e ele abriu um sorriso

- Tenho até medo de perguntar. - sorri

- Rum ... - ele começou a andar pela loja

  Foi na sessão feminina e eu o segui.

- Desculpe funcionária, eu queria minha privacidade de olhar as peças. - eu me afastei e o mesmo segurou meu pulso e me puxou para um beijo

- Julian ... Estou no meu local de trabalho. - sorri e ele me soltou

- Ta bem ... - voltei e o beijei de novo

- Fique a vontade, senhor. - fui para trás do balcão

  Ele ficou ainda um tempo olhando as roupas, deu tempo de eu atender três fregueses, etiquetar mais blusas e organizar os tênis em destaque.

Por fim, ele veio até o balcão com um vestido nas mãos.

- Vai ficar lindo em você. - falei rindo

- Não é pra mim. - ele sorriu

- É pra quem ?

- Pra você. - o encarei

- Quê ? Não, não ... Julian ... Estamos juntos desde ontem eu não posso ....

- Ária. - eu calei a boca e o olhei. - Estou te dando um vestido, não te pedindo em casamento. Até porque não sou um homem disso. - ele riu

- Por que está me dando esse vestido ?

- Para sairmos, é claro. - o vestido era muito fino e sofisticado. A ocasião deve ser especial

- Sair ? - estava nervosa

- Isso aí. Toma. - ele colocou uma nota de cem reais e começou a caminhar pra fora da loja. - Eu te busco a noite, guarde bem o vestido.

- Espera! - ele não esperou

Como ele podia fazer isso ? Eu já estava totalmente na dele. Caidinha.

(...)
Quando fecho a loja, vejo a picape dele do outro lado da rua.

Ele já está me olhando.

Vou até o mesmo e entro.

- Guardou o vestido ? - ele perguntou num tom casual

- Aqui. - estendi a mão com a sacola

- Vamos sair no sábado. - isso não foi uma pergunta. Ele estava afirmando

- Tenho que ver minha agenda. - falei e ele me olhou

- Vamos no sábado, benzinho. - ele ligou o motor e começou a andar

- Qual sua idade ? - coloquei os pés nos bancos e envolvi meus braços nos joelhos

- 20.

- Com quantos anos começou a lutar ? - eu queria o conhecer melhor mas não parecia ter outra estratégia que não fosse perguntando diretamente

- 15.

- Nossa, você luta a cinco anos! - engoli em seco. - Vai me dizer por que não tem escolha de sair daquela joça ?

- Não, provavelmente não. - ele não me olhava

- Por que ? - então ele me olhou e senti um arrepio na espinha

Ok. Era hora de mudar de assunto.

- Mora com sua avó só ?

- Uhum. Ela meio que foi uma das únicas pessoas que me restaram. - ele olhava fixo para a estrada

- Sua mãe ...

- Me abandonou quando eu tinha quatro anos. - ele soltou uma risada amarga. - E antes que pergunte, a porra do meu pai não serviu nem para assumir o que fez.

- Julian eu .. sinto muito. - toquei seu ombro

- E você benzinho ? Me fala de você ... Fiz meu dever mas nem tanto assim.

- Hã ... Meus pais  são divorciados porém continuam amigos ... E eu achava que era uma escolha deles mas ... Agora acho que eles continuam amigos por minha causa. - engoli em seco. - Eu decidi morar com meu pai quando estava no primeiro ano do ensino médio, deixando minha mãe lá em forx com a casa e as .. Lembranças. - ri. - E vou visitar minha mãe sempre que estou de férias ou que tem feriados prolongados.

Ele estacionou o carro.

- Sua vida parece boa. - diz ele

- E é. - sorri

- A minha devia ter sido assim também. - ele tocou meu rosto

- Já passou, vai ficar tudo bem agora. - puxei sua nuca e o beijei

 ∆ *Por Ele* ∆Onde histórias criam vida. Descubra agora