∆ Onze ∆

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Acordo pouco depois das nove.
Meus pais estavam tomando café e conversando.

- Bom dia. - falo, me sentando a mesa

- Bom dia querida.

- Bom dia filha. - ouço alguém bater na porta

- Abre aeee Mark! - é a voz de Fred

- Eu abro. - meu pai se levanta e vai até lá

- Ele é sempre tão barulhento ? - pergunto a minha mãe

- Sempre minha filha, não muda nunca. - ela riu

- Você chegou bem na hora do café em. - meu pai disse

- É o meu dom. - ele riu. - Mas, como já tomei café em casa eu vou aceitar só uma torrada e um pouco de leite puro. - ele se sentou e começou a pegar três torradas e encheu o copo com leite

Fred tinha uma presença notável, ele preenchia qualquer lugar silencioso.

- Eu vou tomar meu café na sala. - avisei. - Com licença.

- Claro, claro ... Vai lá. - minha mãe disse. - Então Fred, você estava no bar não é ?

  Fui pro sofá e comecei a comer. Verifiquei meu celular, tinha uma mensagem de Diego .
Só dizia que ele estava bêbado e numa festa.

Eu ri, imaginando essa nova vida dele. Festas, bebidas, drogas ... (Cigarro é droga de qualquer forma)

- Oooi. - tomei um leve susto ao ouvir a voz  de Theo

- Ai Theo, que susto. - ri

- Desculpe. - ele estava com uma latinha na mão. - Eu faço isso.

- Não é muito cedo para estar bebendo ? - perguntei, mordendo meu pão

- Nunca é cedo demais para beber. - ele disse aquilo como se fosse uma filosofia de vida

E isso me fez lembrar de Diego.

- Tenho um amigo que acha o mesmo. - sorri. - Você ia gostar dele.

- Que amigo ?

- Diego.

- Quem sabe eu não me mude pra lá ? - rimos

(...)
Duas semanas se passaram. Theo e eu viramos muito amigos.

Na segunda, ele me levou á praia.

Terça, foi vez de ir a uma festa na casa dele.

Quarta, ficamos em casa brincando, rindo e se divertindo. Com filmes e quiz sobre personalidade e tudo o mais.

Quinta, passamos na biblioteca.

E sexta, jantar num restaurante.

Na semana seguinte alternamos.

  Eu estava deitada no sofá, com as pernas em cima do colo de Theo. Estávamos assistindo Truque de mestres, quando meu celular tocou.

Era Jolie, eu atendi.

- Fala. - disse sem olhar para Theo, que estava concentrado na tevê
- Você não vai acreditar!!! - ela estava eufórica
- No que ? - ri
- Julian Brooke! - fechei o riso, o sorriso, e qualquer outro vestígio de alegria que tinha em meu rosto
- O que tem ? - perguntei um pouco mais séria
- Ele está me perseguindo a uns três dias! Me pedindo seu número de celular e me dizendo que quer conversar com você. - me sentei no sofá
- O que ele quer conversar comigo ? - perguntei confusa
- Eu não sei amiga. Mas ele parece bastante determinado.
- Ele ... Como ele te encontrou ??
- Eu fui ao cactos com o Diego.
- Por que ?
- Estava entediada e queria ver homens se batendo.
- Ele estava machucado ?
- No dia que eu fui, ele não lutou. Mas não também, ele não está machucado.
- Você passou meu número pra ele ?
- Não. Você quer que eu passe ? - pensei um pouco, eu estava quase recuperada, já tinha uns dias que eu não pensava nele. Dar meu número pra ele só iria piorar depois não é ?
- Pode passar. - falei e desliguei

- Problemas ? - Theo perguntou

- Não ..

- Qual é .. - ele começou a me fazer cócegas

Eu gostava de Theo, gostava do jeito que ele me deixava. Era tudo fácil com ele, sem complicações.

- Eu to bem. - ri. - É só ...

- Só .. ?

- Um garoto que conheci recentemente. - falei

- E você gosta dele ?

- Sim. Não. - disparei. - Eu não sei ... Pensei estar superando ele mas agora .... Ele quer conversar comigo.

- Ah ta, é seu ex ? - ele ficou meio indiferente e me odiei por ter tocado no assunto

- Não. Nem ficamos nem nada ... Só ...

- O que ?

- Esquece tá ? Não tem como ficarmos juntos mesmo e com certeza se eu ficar com ele, minha vida vai mudar completamente e está tudo em ordem. - falei e sorri

- Menos mal. - ele relaxou a postura e eu deitei

  A noite, recebi uma ligação.
Era um número desconhecido. Julian.

Me sentei na cama e atendi.

A princípio, eu só ouvi sua respiração do outro lado da linha.

- Ária ? - disse ele
- Oi. - engoli em seco
Ele respirou pesado.
- O quer quer conversar comigo ? - perguntei
- Você me deixou sem jeito da última vez que nos vimos. - ele falou e meu coração acelerou
-  Eu ..
- Ninguém fez isso antes Ária. - ele me cortou. - Naquele momento eu quis tanto te beijar. Nunca desejei tanto um beijo quanto desejei o seu.

Eu não disse nada, e nem ele. Por um tempo.

- Por que não me disse isso antes ? - falei finalmente
- Achei que fosse coisa da minha mente. Eu simplesmente tentei deixar pra lá. Mas porra, onde quer que eu estivesse você estava na minha cabeça. Eu tentei falar com você, mas você não estava mais na sua casa e eu precisava falar com você ... Então vi sua amiga no cactos  e, bem, falei com ela.
- Ela me contou. - suspirei. - O que você quer afinal Julian ?
- Quero você. Quero conversar com você. Pessoalmente. - disse ele
- E depois ?
- Veremos. - ele riu abafado
-  Daqui duas semanas então. - falei
- Daqui a duas semanas. - ele disse
Então a linha ficou muda.

 ∆ *Por Ele* ∆Onde histórias criam vida. Descubra agora