∆ Oito ∆

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Domingo passou sem novidade, porém meus pensamentos estavam me deixando louca!

Eu tentei fazer o dever de casa mas eu só pensava em Julian.

Droga.

(...)
Na segunda feira, quando o intervalo chegou. Eu fui a procura de Ben.

E achei o mesmo numa área isolado de todos, com uma pilha de livros ao lado.

- Oi. - sorri

- Oi Ária. - ele sorriu

- Posso fazer uma pergunta ?

- Pode.

- Onde você consegue os ingressos que Jolie anda te pedindo ?

- Em um site. Criei uma conta falsa e compro por lá. O dinheiro eu dou para um cara que vem me entregar os ingressos. - disse ele. - Da última vez ela me pediu três ingressos, é caro. Mas eu faço qualquer coisa por ela. - ele sorriu e eu sorri também

- Você é mesmo uma pessoa e tanto. - sorri. - Bom, você consegue outro ingresso para amanhã? - perguntei

- Eu não tenho mais dinheiro ... Desculpa. É pra ela ? Diz que eu pedi perdão, mas não vou conseguir dinheiro até amanhã. - ele falou

- Não, é pra mim. Eu vou pagar ... Vou te dar o dinheiro amanhã. - falei

- Tudo bem então.

(...)
Quando cheguei ao trabalho fui falar com Phill.

- Um adiantamento ? - ele cruzou os braços

- Sim eu ... Preciso comprar uma coisa pra fazer outra coisa importante. - falei

- Você sabe que eu não po ...

- Eu faço hora extra pelo resto do mês! Por favor. - nessa hora, nem eu me reconheci

- Ta bem. - ele pegou o dinheiro e me entregou

- Obrigada. - sorri, aliviada

Continuei meu trabalho normal.

Quando deu a hora de ir embora, eu fechei o caixa e a loja.

- Oi filha. - meu pai disse quando cheguei em casa

- Oi pai ... Eu, é ... Vou fazer hora extra o resto do mês ta bom ? Então não se preocupa em ir me buscar eu pego um táxi.

- Hora extra de novo Ária, por que ??? - meu pai não gostava nada disso

- São os negócios ...

- Que mané negócios ... Você está mentindo pra mim.

- Não to não. - falei

Ele suspirou.

- Você está estranha minha filha. - eu não disse nada. - Espero que saiba o que faz. - ele beijou o topo da minha cabeça e subiu para o quarto

Comi algumas besteiras e fiz um pouco de dever.
Depois tomei um banho e deitei pra dormir.

Acordei mais cedo do que de costume, ainda estava escuro mas eu não conseguia dormir.
Desci pra baixo, me servir de café e fiquei numa coberta sentada no sofá assistindo a desenhos animados que passavam aquela hora.

(...)
Cheguei na escola e procurei por Ben, ele já estava com o ingresso na mão e eu lhe paguei o valor solicitado.

- Muito bem alunos, eu vou recolher o trabalho hoje. - o professor Gretiskey anunciou

Eu estava tão eufórica com esse lance da luta e de Julian que não tinha feito esse trabalho.

- Jolie ? - sussurrei para ela

- Oi ?

- Você fez o trabalho ? - perguntei

- Claro. - ela tirou o trabalho debaixo da mesa. - Por que ?

- Eu não fiz. - falei

- O quê ?! - ela arregalou os olhos. - Como assim você não fez ? Desde quando você fica sem entregar um trabalho sequer ?

- Eu estava pensando na luta de rua e tudo o mais.

- Ária, sinceramente eu não estou te reconhecendo mais. Você sempre fez os trabalhos e os deveres de casa, mesmo que estivesse atolada com o trabalho na loja e mil coisas na cabeça ... Mas, desde que te levei ao cactos você deixou de ser prestativa. - o professor passou e recolheu o trabalho dela

- E o seu Ária, onde está ? - ele sorriu

- Eu ... Esqueci em casa, posso trazer amanhã ? - menti

- Claro. - ele estranhou mas deixou

- Obrigada. - sorri

A noite, pedi para Lia ficar pra mim até mais tarde, não foi difícil de convence-la.

Cheguei ao cactos e o segurança me barrou por uns dez minutos, me avisando para não incomodar o Bob.
Eu disse que Bob Creed não me interessava mais e ele me deixou entrar.

Fiquei na frente, e, para isso eu saí cedo do trabalho para poder pegar as cadeiras vazias na frente.

Me sentei e esperei.

O juiz anunciou que seriam três lutas hoje, e começou a falar o nome dos lutadores.
Julian estaria na segunda luta.

O tempo foi passando e minha ansiedade de ver ele entrar no ringue aumentando.
Até que por fim, era a vez dele.

O juiz chamou seu nome e ele entrou no ringue, quando tirou o capuz, revelou um rosto machucado, com cortes e um olho inchado de tão roxo.

Ele olhou para o juiz que pareceu sentir pena dele.

Eu fiquei boquiaberta, ele estava muito machucado.

- Julian! - falei seu nome e ele pareceu ouvir porque me olhou. E então, uma lágrima caiu de seu olho inchado e roxo. Meu coração parou de bater por um momento e comecei a chorar

Ele não podia lutar desse jeito.

Infelizmente, ele lutou. E aquilo foi uma tortura sem fim! Seu adversário era mais forte e maior que ele e não pareceu sentir pena por ele estar desse jeito porque saiu o massacrando.

Julian estava manco de uma perna também e aguentou firme até onde podia, então foi tirado do ringue e levado para seu camarim.

Eu ainda chorava e estava desesperada. Passei pelas pessoas e fui em direção ao camarim.

- Julian ? - ele estava na cama. - O que houve ?

Ele me empurrou na parede.

- ISSO É TUDO CULPA SUA! - berrou. - O QUE ESTAVA PENSANDO QUANDO VEIO CONFRONTAR BOB CREED COMO SE TIVESSE ALGUMA AUTORIDADE SOBRE MIM ???

- Que ? Eu tentei te ajudar eu ...

- ENTÃO PARA DE TENTAR!

Eu fiquei ali parada, com a boca aberta, chocada.

- Julian me ... Me perdoe. - falei depois de um tempo

- Se quer me ajudar me deixa em paz. - disse ele

- Eu não po ...

- É só isso que te peço, Ária. - o olhei. - Se realmente se importa comigo, fica longe de mim. - ele falou

- Deixa só eu te ajudar uma última vez ? - pedi mas ele não respondeu então caminhei até ele e o ajudei com suas feridas. - Precisa ir ao médico. - falei

- Não. - ele falou e eu não insisti

Terminei de ajudá-lo. Meu rosto tão próximo ao dele e, de repente ele encarou minha boca tão intensamente que senti que ele queria que eu o beijasse.

Eu me aproximei um pouco mais. Meus labios a centímetros de distância, ele fechou os olhos e eu encostei minha boca na sua mas não o beijei. Ele retribuiu o "beijo" em vão.

Eu simplesmente tirei minha boca da sua e beijei sua bochecha, pedi perdão pelo o que tinha lhe causado e fui embora do cactos como se nada tivesse acontecido.

 ∆ *Por Ele* ∆Onde histórias criam vida. Descubra agora