∆ Vinte e sete ∆

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Jolie estava super furiosa comigo, havia ido embora de táxi por eu não ter voltado ao cactos.

Expliquei a ela o que houve mas mesmo assim ela não ligou e saiu bufando de casa.

- Pai ... - estava comendo um salgadinho

- Oi ?

- Não acha que está na hora de eu ganhar um carro ?

- Com certeza não. - ele riu

- Por que ?

- Ária minha filha, você acabou de completar 18 anos ... Com um carro vai querer sair por aí a fora rodar até altas madrugadas. - disse ele

- Nossa, quanta baboseira! - levantei. - To saindo, beijo!

   Peguei um táxi e parei na casa de Joseph. Íamos até a loja.

- Oi Aria .. - ele me abraçou

- Oii. Então, vamos ? - ele assentiu e subiu numa moto, que não era lá aquelas coisas, mas dava pra andar

- Sobe aí. - subi e ele me entregou o capacete

   Quando ele parou a moto na calçada, eu saí rindo e tirei o capacete. Joseph era legal e engraçado, me surpreendia o fato dele não ter muitos amigos, ou melhor, amigos.

Dei uma arrumada no cabelo e olhei em volta, do outro lado da loja, de frente para o ponto de ônibus, tinha uma lanchonete.

Foi onde vi Julian, com uma garota de pele caramelo e cabelos castanhos até a cintura. Ela tinha um sorriso lindo e parecia carismática.

Eles se abracavam, como se sentissem falta um do outro e aquele abraço fosse tudo o que precisassem.

Olhei de volta para Joseph.

- Ei, você está bem ? - ele perguntou tocando meu ombro

- To, quer dizer ... Isso explica tudo não é ? - limpei as lágrimas teimosas que caíram. - Ele já tem outra. - ri sem graça. - É claro que tem ... Ele é um lutador conhecido e as garotas fazem filas para saírem com ele.

- Relaxa ... Tenho certeza de que você vai encontrar alguém melhor. - disse ele passando as mãos em minhas costas

- É ... - suspirei

- Olha, se você quiser ir embora ...eu te levo. - disse ele

- Não, que isso. - sorri. - Vamos entrar.

(...)
Joseph conseguiu o emprego e me agradeceu por isso, disse que estava em dívida comigo.

- Deixa disso Joseph. - disse a ele

- Não, é sério. Quando precisar pode me falar.

Agradeci e segui pra casa.

Diego foi em casa e desabafei com ele.

Tomávamos cerveja.

- Outra mulher ... É melhor desistir dele. - disse Diego

- Não é tão simples. - eu chorava

- Eu sei amiga ... Mas é necessário, isso só está te machucando.

- Olha ... Eu só preciso beber.

  Continuei bebendo.

No dia seguinte, eu resolvi ir pra praça e beber lá mesmo, enquanto observava todas aquelas crianças felizes brincando.

- Ária ? - me virei e vi Julian

Controle, controle ... Mantenha a merda do controle.

- O que quer ? - o olhei

- Conversar ? - ele riu e sentou ao meu lado. - Eu sei que errei com você muito mais do que você errou comigo, na verdade, ainda estou decidindo se você errou de fato comigo.

- Você não tem noção do que eu passei nesses últimos tempos Julian. - minha voz saía rouca por conta do choro intalado na garganta. - Eu fiquei arrasada de verdade, e o pior foi o fato de você me ignorar e me apagar da sua vida como se eu fosse um nada. Eu quase afundei.

- Eu sei o que te fiz passar. - ele suspirou. - Sei mesmo! Ária, naquele dia que te pedi para me dar um tempo, foi porquê eu vi o que estava fazendo com você e não queria isso, não queria que você sofresse. - ele baixou a cabeça. - Eu avisei que você ia sair machucada e que eu não ia poder fazer nada. - uma lágrima brotou no canto dos seus olhos

- Não achei que ia me machucar tanto assim. - larguei a garrafa e levantei

- Espera, onde vai ?

- Não tem coisas melhor para se preocupar do que comigo ? Se é que se preocupa. - ri sem humor

- Me perdoe, Ária. - ele tocou minhas mãos. - Você acha que eu não fiquei mal com toda essa situação também ? Pois fiquei, de verdade.

- É eu vi muito bem como você ficou ontem, quando tava com aquela garota na lanchonete. - sorri pra ele

- Garota na lanchonete ? - ele pensou um pouco e me encarou. - Aquela era a minha irmã. - ele disse me olhando com cara de tédio

- Irmã ?

- Ela veio visitar nossa Nona depois que ficou sabendo que ela tinha ficado doente. Por isso eu precisei dar um tempo nas lutas porque nem minha irmã sabe.

- Devia pelo menos ter me respondido a mensagem de que não ia lutar no sábado pra me poupar ir lá. - cruzei os braços

- Eu não tenho mais celular Ária. O meu quebrou no ringue, faz um tempo.

- Ah.

- Eu sei que te fiz sofrer, mas eu não vou fazer de novo! Pelo contrário, farei de tudo pra cuidar e amar você como se fosse meu último dia na terra. - ele me abraçou e eu deixei, deixei porque precisava, deixei porque queria

- Eu te amo tanto!

- Te amo muito mais, acredite. - ele celou nossos lábios

Eu o puxei para mais perto e beijei-o com um certo desespero.

Depois, me alinhei em seus braços enquanto ele me abraçava.

 ∆ *Por Ele* ∆Onde histórias criam vida. Descubra agora