Jolie estava super furiosa comigo, havia ido embora de táxi por eu não ter voltado ao cactos.
Expliquei a ela o que houve mas mesmo assim ela não ligou e saiu bufando de casa.
- Pai ... - estava comendo um salgadinho
- Oi ?
- Não acha que está na hora de eu ganhar um carro ?
- Com certeza não. - ele riu
- Por que ?
- Ária minha filha, você acabou de completar 18 anos ... Com um carro vai querer sair por aí a fora rodar até altas madrugadas. - disse ele
- Nossa, quanta baboseira! - levantei. - To saindo, beijo!
Peguei um táxi e parei na casa de Joseph. Íamos até a loja.
- Oi Aria .. - ele me abraçou
- Oii. Então, vamos ? - ele assentiu e subiu numa moto, que não era lá aquelas coisas, mas dava pra andar
- Sobe aí. - subi e ele me entregou o capacete
Quando ele parou a moto na calçada, eu saí rindo e tirei o capacete. Joseph era legal e engraçado, me surpreendia o fato dele não ter muitos amigos, ou melhor, amigos.
Dei uma arrumada no cabelo e olhei em volta, do outro lado da loja, de frente para o ponto de ônibus, tinha uma lanchonete.
Foi onde vi Julian, com uma garota de pele caramelo e cabelos castanhos até a cintura. Ela tinha um sorriso lindo e parecia carismática.
Eles se abracavam, como se sentissem falta um do outro e aquele abraço fosse tudo o que precisassem.
Olhei de volta para Joseph.
- Ei, você está bem ? - ele perguntou tocando meu ombro
- To, quer dizer ... Isso explica tudo não é ? - limpei as lágrimas teimosas que caíram. - Ele já tem outra. - ri sem graça. - É claro que tem ... Ele é um lutador conhecido e as garotas fazem filas para saírem com ele.
- Relaxa ... Tenho certeza de que você vai encontrar alguém melhor. - disse ele passando as mãos em minhas costas
- É ... - suspirei
- Olha, se você quiser ir embora ...eu te levo. - disse ele
- Não, que isso. - sorri. - Vamos entrar.
(...)
Joseph conseguiu o emprego e me agradeceu por isso, disse que estava em dívida comigo.- Deixa disso Joseph. - disse a ele
- Não, é sério. Quando precisar pode me falar.
Agradeci e segui pra casa.
Diego foi em casa e desabafei com ele.
Tomávamos cerveja.
- Outra mulher ... É melhor desistir dele. - disse Diego
- Não é tão simples. - eu chorava
- Eu sei amiga ... Mas é necessário, isso só está te machucando.
- Olha ... Eu só preciso beber.
Continuei bebendo.
No dia seguinte, eu resolvi ir pra praça e beber lá mesmo, enquanto observava todas aquelas crianças felizes brincando.
- Ária ? - me virei e vi Julian
Controle, controle ... Mantenha a merda do controle.
- O que quer ? - o olhei
- Conversar ? - ele riu e sentou ao meu lado. - Eu sei que errei com você muito mais do que você errou comigo, na verdade, ainda estou decidindo se você errou de fato comigo.
- Você não tem noção do que eu passei nesses últimos tempos Julian. - minha voz saía rouca por conta do choro intalado na garganta. - Eu fiquei arrasada de verdade, e o pior foi o fato de você me ignorar e me apagar da sua vida como se eu fosse um nada. Eu quase afundei.
- Eu sei o que te fiz passar. - ele suspirou. - Sei mesmo! Ária, naquele dia que te pedi para me dar um tempo, foi porquê eu vi o que estava fazendo com você e não queria isso, não queria que você sofresse. - ele baixou a cabeça. - Eu avisei que você ia sair machucada e que eu não ia poder fazer nada. - uma lágrima brotou no canto dos seus olhos
- Não achei que ia me machucar tanto assim. - larguei a garrafa e levantei
- Espera, onde vai ?
- Não tem coisas melhor para se preocupar do que comigo ? Se é que se preocupa. - ri sem humor
- Me perdoe, Ária. - ele tocou minhas mãos. - Você acha que eu não fiquei mal com toda essa situação também ? Pois fiquei, de verdade.
- É eu vi muito bem como você ficou ontem, quando tava com aquela garota na lanchonete. - sorri pra ele
- Garota na lanchonete ? - ele pensou um pouco e me encarou. - Aquela era a minha irmã. - ele disse me olhando com cara de tédio
- Irmã ?
- Ela veio visitar nossa Nona depois que ficou sabendo que ela tinha ficado doente. Por isso eu precisei dar um tempo nas lutas porque nem minha irmã sabe.
- Devia pelo menos ter me respondido a mensagem de que não ia lutar no sábado pra me poupar ir lá. - cruzei os braços
- Eu não tenho mais celular Ária. O meu quebrou no ringue, faz um tempo.
- Ah.
- Eu sei que te fiz sofrer, mas eu não vou fazer de novo! Pelo contrário, farei de tudo pra cuidar e amar você como se fosse meu último dia na terra. - ele me abraçou e eu deixei, deixei porque precisava, deixei porque queria
- Eu te amo tanto!
- Te amo muito mais, acredite. - ele celou nossos lábios
Eu o puxei para mais perto e beijei-o com um certo desespero.
Depois, me alinhei em seus braços enquanto ele me abraçava.