- Em quanto aos garotos minha filha, algum já te interessou lá ? - estávamos jantando, minha mãe, eu e meu pai
- Beth, por favor ... - meu pai interveio. - Ária não pensa nessas coisas, ela está focada nos estudos. Não é minha querida ? - meu pai me olhou
- É sim .. - olhei para o meu prato
- Ora Mark, deixa de ser chato! - disse minha mãe. - Depois você me conta sobre seus namorinhos minha filha. - ela pegou na minha mão e sorriu
Terminei de jantar em silêncio, vez ou outra balançava a cabeça fingindo estar entendendo o que meus pais conversavam.
Até que dormir tranqüila naquela noite, nem mesmo Julian me impediu disso, e agradeci a ele mentalmente por isso.
No dia seguinte, eu estava terminando de me arrumar para esse almoço. Na verdade, minha mãe simplesmente decidiu que queria fazer um penteado em meu cabelo.
Então ela simplesmente usou o babylis e jogou uma parte do meu cabelo para o outro lado, dando um certo volume.
Eu sorri e agradeci, eu estava incrivelmente natural, mesmo com o gloss e um pouco de sombra.
As unhas pintadas da cor marrom.
- Eles já chegaram! - meu pai berrou lá de baixo
- Ta bem, vamos querida. Você está linda. - minha mãe disse
- Você também está mãe. - falei
- Obrigada.
Descemos e eu encontrei um homem que parecia ter uns 53 anos. Ele usava um chapéu e uma blusa xadrez vermelha, acompanhada de sua calça jeans com cinto e botas de calboy.
Ao seu lado, estava um rapaz, parecia ter minha idade ou dois anos a mais.
Seus olhos eram azuis, que dentro de casa pareciam escuros e seu cabelo era preto e arrepiado naturalmente.
Sua pele era clara, não tanto quanto a minha mas tinha um tom meio avermelhado.Era bonito.
- Fred, essa é a minha filha Ária. - meu pai me apresentou ao cara de chapéu
- Oh, como está linda e crescida! - ele apertou minha mão
- Obrigada.
- Esse é o meu filho, Theo. - disse ele
- Oi. - sorri
- Oi. - ele sorriu e veio me dar um abraço amigável
- Bom, podemos ir ? - minha mãe
- Claro que sim. A propósito Beth, está linda. - disse Fred
- Ora Fred hahahaha, obrigada. - minha mãe ria como se estivesse grata pelo elogio
Quando estávamos todos sentados num boteco aparentemente agradável e já com nossos pedidos, Theo resolveu que queria me conhecer um pouco.
- Está no último ano ? - ele perguntou, cortando seu pedaço de bife
- Estou. - mordi uma batatinha. - E você ? - perguntei
- Também. - ele levou a boca. - Quantos anos tem ?
- 17 ... Você ???
- 19. - franzi o cenho
- Eu repeti algumas vezes ... - ele riu como se estivesse envergonhado
- Nem imagino como seria ter que fazer tudo de novo. - falei balançando a cabeça negativamente
- É uma merda, acredite. - ele tomou um gole do seu refrigerante. - Mas eu não tive culpa totalmente ... Aconteceram várias coisas então eu .. meio que desliguei um pouco da escola.
- Eu entendo ... - falei me lembrando do meu relaxamento com as pesquisas e deveres
- Quando é seu aniversário ?
- Mês que vem. - falei. - Dia 10.
- Maneiro, vai terminar as aulas com 18.
- É, eu vou ... - tomei um gole de água
O resto do almoço foi bem agradável. Theo era gentil, engraçado e legal.
Ele não veio com nenhum papo sobre relacionamentos e muito menos falou de alguma menina que ele havia "pegado". E esse, foi o primeiro motivo de eu simpatizar com ele.Ele não falava de assuntos chatos.
Seguimos pra casa e enquanto os "adultos" estavam na cozinha tomando cerveja e batendo papo, eu estava sentada no sofá assistindo um filme de desenho animado que passava na tevê.
Kung fu panda, para ser exata.
Theo se aproximou, com uma garrafa de cerveja na mão, ele me ofereceu mas eu recusei.
- O que ta vendo ? - ele perguntou sentando ao meu lado. - O filme do panda ... Você gosta ? - ele perguntou dando um gole da cerveja
- Essa é a minha parte favorita. - falei, sem tirar o olho da tela. - Quando ele vira o dragão guerreiro.
Pude ver pelo canto do olho, que Theo me encarava, como se não acreditasse no que eu dizia.
- Ele é um gordo, me surpreendeu o fato dele ter aprendido a lutar. - eu o encarei
- Só por que é gordo não pode fazer coisas que gente magra faz ? - perguntei
- Pode. - disse ele. - Claro que pode. - ele se recostou no sofá. - Estou só brincando moça. - ele sorriu de forma preguiçosa
Revirei os olhos sem ele ver e voltei a olhar para o desenho.
A noite, eu estava de calça jeans e sutiã, indo pegar uma blusa quando meu celular começou a tocar.
Peguei o mesmo e atendi.- Alô ? - digo
- Oi amiga, sou eu. - diz Jolie
- Ah, oi Jolie. - pego uma blusa regata preta
- Como é que tá ? - ela pergunta
- Bem, bem ... As coisas tem tudo para dar certo nessas férias. - coloco a blusa. - Conheci um amigo do meu pai hoje, e o filho dele.
- O filho dele é gato ?
- Ele é bonito. - digo sem tanta importância
- Isso é bom ... - suspiro
- É ... E como estão as coisas por aí ?? - pergunto
- Nada de nada. - rio
- Dê uma semana, as coisas vão melhorar. - falo
- Com certeza. Vou desligar, talvez eu ligue amanhã. - diz ela
- Certo. Boa noite. - desligoVou pra cama e me encolho, pegando o edredom e me cobrindo. Não sei o que vou fazer amanhã mas com certeza não vai tirar Julian da minha mente.