∆ Dezenove ∆

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  Sim, definitivamente Julian não estava brincando quando disse que meu pai não o mataria se não o visse.

Ele entrou pela janela do meu quarto e eu tranquei a porta.

Estava machucado também. Seu lábio sangrava e tinha um corte na sobrancelha.

- Mas que merda Julian! Você vai acabar se matando! - eu gritei, meu pai ainda não estava em casa. - Eu sei que você deve ter ideias na mente para se livrar disso!

- É muito perigoso, baby. - ele sentou na minha cama e eu fui até ele com um pano molhado

- Foda-se! - ele me encarou. - Estou disposta a te ajudar no que for preciso.

- Tss ..

- Falo sério, Julian. - falei

- Ta bem. - ele suspirou. - Vou falar com Bob.

- Vai mesmo ? - perguntei

- Vou. - sorri e o beijei

- Obrigada.

  Ficamos conversando mais um tempo, até que ouvimos o barulho do carro do meu pai.

- É melhor você ir. - falei. - Meu pai vai subir aqui.

- Ta bem. - ele levantou. - Eu te amo.

- Espera! - me apressei pra chegar até ele,na janela

- O que foi ? - eu celei nossos lábios. Ele disse que me ama! Julian Brooke, me ama!

Eu beijei ele com muita vontade.

- Eu te amo muito. - respondi

Ele sorriu, e então meu pai bateu na porta.

Me afastei de Julian e o observei saindo pela janela.

Fui até a porta e abri a mesma, ficando parada na frente.

- Que ? - perguntei

- Está tudo bem aí ? - ele perguntou

- Sim, está. Por que ?

- Ária minha filha .. eu não queria ter que te deixar de castigo mas você passou dos limites ... - ele parecia exausto

Eu não disse nada.

- Eu vou reduzir seu castigo para três semanas.

- Eu tenho uma festa pra ir no sábado. - comentei. - Da Lia, a menina que trabalha na loja também ... É o aniversário dela e ela me pediu para falar com você se eu podia ir.

- Eu não sei não ..

- Pai, eu volto a hora que o senhor mandar. - falei séria

- Que horas vai começar essa festa ?

- Ela ainda não me disse. Mas tenho quase certeza que será de noite.

- Bom, não importa a hora que vai começar ... 01:30 eu quero você aqui. - ele disse

- Ta bom. - sorri forçado

- Agora vem aqui. - ele abriu os braços e eu o abracei

  O jantar foi bem agradável com meu pai. Senti falta da minha mãe hoje, reunida com a gente.

Imaginei as notícias que ela me diria quando eu voltasse a vê-la.

(...)

   Na sexta feira, eu não tinha ido ao trabalho por simplesmente ter sentido dor no corpo todo e não consegui me manter em pé por mais de cinco minutos.

Meu pai estava no trabalho. Eu ouvi alguém na porta. Com certeza não era Julian, ele só vinha a noite pela janela.

- Entra! - Jolie quem entrou. Eu não tinha falado com ela a alguns dias, quando ela deu aquela crise

- Oi ... - disse ela

- Oi. - eu estava no sofá assistindo tevê, coberta por um edredom de pelos

- Eu queria me desculpar. - ela sentou devagar no sofá

- Sem problemas. - falei

- É sério Ária. - ela me encarou. - Eu me senti muito estúpida por ter te falado aquelas coisas ...

- Ta tudo bem, você só queria me proteger. - eu não acreditei em nenhuma palavra sequer

- Foi exatamente isso. - ela sorriu, parecendo aliviada. - Eu só estava com medo do pior acontecer.

- O pior pode acontecer amanhã. - falei

- Como assim ?

- Eu pedi à Julian pra fazer alguma coisa a respeito da luta. E ele disse que ia falar com o cara que gerencia isso ...

- E aí ?

- E aí que, Bob Credd vai liberar Julian se ele lutar com os cinco melhores lutadores de lá numa só noite.

- Que é amanhã ? - assenti. - Isso ... Isso não me parece justo.

- Porque não é! Bob não quer que Julian saía, por isso ele está dificultando as coisas ... A luta de amanhã será histórica! - tossi um pouco e funguei. - É aí que você entra ...

- Precisa dos ingressos. - ele sorriu

- Isso.

- E se eu não viesse aqui hoje?

- Eu iria atrás de você. - falei

- Interesseira! - ela riu. - Vem aqui.

- Não, eu tô doente. - falei

- Foda-se. - ela me abraçou, e eu retribuí

  Ficamos conversando um pouco mais, até que ela decidiu me fazer uma sopa.

Uma deliciosa sopa de legumes.

- Estava realmente uma delícia. - falei

- Eu entendo das sopas. Foi a única coisa que minha mãe me ensinou direito. -  rimos

- Agora vem cá ... Amanhã é aniversário da Lia. Você e Diego estão mais do que convidados a ir comigo!

- Então .. você vai na luta e depois ...

- Venho pra casa me arrumar, e depois passo na casa de Julian e vamos todos para a festa. - falei

- Está certo. - ela levantou. - Bom, eu vou pra casa ... Tenho uns ingressos pra comprar. - ri. - Amanhã eu passo aqui então trate de ficar boa logo!

- Sim senhora. - ela me abraçou de novo e saiu

   Enfim amanhã, Julian ia conseguir lutar e ia finalmente largar essa vida.

É claro que ele ia conseguir, Julian era forte e tinha vontade de sair daquela merda tanto quanto eu queria que ele saísse.

Depois disso, minha vida iria entrar nos eixos novamente. Eu ia focar mais na escola, não que eu não esteja. Mas ia me concentrar 100% nela ao invés de viajar os pensamentos em Julian metade do tempo.

Fora, que ia trabalhar tranquilamente e quando chegasse em casa e ele viesse me ver, eu não teria que ter medo de encontrá-lo com o rosto machucado e nem sentindo dores pelo corpo.

Tudo finalmente ia acabar bem!!

 ∆ *Por Ele* ∆Onde histórias criam vida. Descubra agora