pelo jeito que o sol nasceu
considerei que o culpado não era eu
afinal de contas minha mãe não fez na maldade
ela tentou segurar as pontas mas quem me criou foi a cidade
meu pai sumiu cedo
só me deixou o sobrenome "macedo"
já a dona francisca se virou na dela
abandonada e sozinha nas viela da favela
fiquei assim por falta de opção
ou tu era traidor ou tu era ladrão
decidi ter dinheiro pra comprar mortadela pro pão
mal sabia que não teria como depois pedir perdão
pelo barulho do sapato dos guarda
soube logo que era uma quarta
quarta era dia de visita
e ficávamos nas grades como iscas
mas nesse dia foi mais especial
iria acontecer algo digno do jornal nacional
o presídio pertencerá a bandidagem
e quem for contra vai levar sacanagem
enquanto via meus parceiro
apontando a pistola na cara do porteiro
eu queria defender e falar
"libera aí pra nós ninguém nasce pra matar"
é difícil nascer às margens da cidade
e tentar de fora pra dentro uma chance na sociedade
os playboy te olha de cima pra baixo
e as mulher te trata como fosse capacho
não escolhi não senhor
quem olha de perto vê que ainda teve quem tentou
e os cara ainda teoriza sobre o problema
nas faculdade como se preto e pobre tivesse entrada no sistema
no crime não nasci mas aqui me criei
o único conforto que encontreifoi transgredindo a lei
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HOWL // poesia
Puisia forma mais crua de tudo que fui. (C) ITMEANSWAR, art on the cover "Saturno devorando a un hijo" (1819-1823), by Francisco Goya.