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Existem pessoas que só existem para nós mesmos. Pessoas que criamos por estarmos muito sozinhos, para fugirmos de algo, para que elas nos protejam do que somos.

Mas e o quê isso tem haver com Nina?

Nina foi uma das minhas criações. Uma criação da minha mente.
Uma fuga.

Existem pessoas que criamos na esperança de viver um amor real.

Gabriel, era tão parte de mim quanto Nina, ele também era uma das minhas criações, das criações da minha mente. Eu me apaixonei por ele assim que ele surgiu. Logo após Bruno ter me deixado. O que eu não esperava era que Nina também amasse-o.
Eu estava presente nos diálogos deles. Mas era impedida de interagir, ficava meio que inconsciente. Eles haviam tomado conta de mim.

Bruno, era real, real e amargo, um amor que fracassou, e deu espaço para que Gabriel surgisse.
Beatriz era real, e realmente se afastou, assim que descobriu que eu não era totalmente sã mentalmente.
Dâmi, era real, meu único amor que podia ser tocado com minhas mãos, mas também já não podia mais ser vivido. Meus outros “eus” haviam afastado ela. Mesmo que ela não os conhecesse, ela também sentia minhas mudanças e algumas à deixavam perdida.

Haviam dias em que eu era uma pessoa doce, enviava áudios lendo poesias, dedicava músicas da mpb para Dâmi.
Mas no outro dia eu não retornava suas mensagens, me sentia aborrecida com tudo, não me permitia sentir nenhum tipo de afeto. Era Gabriel.
E em seguida, estava transbordando dor, desamor, clamando por afeto, chorando enquanto assistia o noticiário. Era Nina.

Nas madrugadas em que eu escrevia diálogos românticos, separações, brigas, fugas… eu era os dois, Gabriel e Nina.

NinaOnde histórias criam vida. Descubra agora