Cap. 1 - Harry

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Primeiro dia de aula em uma escola nova. Respiro fundo e me olho no espelho. Vestido de alcinhas, rosa com algumas flores que fica um pouco mais para baixo da metade das minhas coxas, uma sapatilha também rosa e um choker preto de veludo.

Estou simplesmente fabuloso! Rio com meu pensamento, mas por dentro estou morrendo de medo pelo que as pessoas vão falar de mim.

- Harry, desce! O café tá pronto. - Minha mãe grita do andar de baixo.

- Já vou. - Falo e vou até o meu bidê. Pego o colar que era da minha vó e coloco no pescoço, ele é mais comprido, então fica por baixo da roupa, é uma correntinha de ouro com um S como pingente. Ela é, pra mim, como um amuleto da sorte.

Sorrio ao sentir o gelado da corrente em meu pescoço e saio correndo do meu quarto em direção à cozinha. Se demorasse demais iria me atrasar.

- Bom dia, mãe. - Falo me sentando na mesa da cozinha.

- Bom dia, querido. Pronto para o primeiro dia? - Ela pede me alcançando uma caneca com café.

- Eu nasci pronto. - Falo e ambos rimos.

- Então tome o seu café se não vamos nos atrasar. - Ela fala e eu começo a beber meu café.

Delicioso. Como sempre.

- Não está com medo de ir de vestido? - Minha mãe pergunta um pouco nervosa.

- Medo sempre tem, mas não vou colocar uma calça. Você sabe que eu me sinto mais confortável vestindo o que quero, e hoje eu tô com tanta vontade de usar vestido! - Explico e minha mãe sorri, seus olhos brilham para mim.

- Nem que eu precise te trocar de colégio mil vezes até achar um que te respeite, mas nunca mude seu jeito de ser, porque eu acho isso muito lindo e é uma das suas melhores qualidades. - Minha mãe diz e acaricia minha cabeça.

- Obrigado. Eu não sei porquê, mas eu sinto que nessa escola vai ser diferente. - Eu digo e sorrio.

- Eu aposto que sim, querido. - Minha mãe fala cheia de esperança.

- Chega de mudar de escolas, agora é pra valer. - Falo sorrindo.

- É, então vamos para não nos atrasar. - Minha mãe fala e vamos para o carro e em seguida para a escola.

Assim que minha mãe para em frente à escola e eu respiro fundo. Vejo alguns adolescentes andando em grupos para o prédio da escola. Se não der certo vamos para outra e tá tudo bem. Repito para mim mesmo algumas vezes.

- Boa sorte, querido. - Ela fala e dá um beijo na minha testa.

- Obrigado. Te amo muito. - Falo e saio do carro.

- Também te amo. - Minha mãe fala sorrindo, fecho a porta e sigo em direção à escola. Algumas cabeças se viram para mim, mas eu ignoro todos.

Assim que entro pela porta principal da escola todos os olhares se voltam para mim, as pessoas me observam confusas. Algumas, para dar um drama pra vida delas, abrem as bocas surpresas.

É, não é sempre que se vê um garoto de vestido. e é por isso que eu sou incrível. Fazer o quê?

Sorrio para meu pensamento, mas mesmo assim abaixo a cabeça um pouco envergonhado e ando até a diretoria.

- Como posso te ajudar? - A secretaria pede assim que entro na "sala de espera" que fica antes da sala da diretora.

- Sou aluno novo e preciso falar com a diretora. - Falo baixo apertando minhas mãos uma na outra.

- Claro. Vou avisá-la que você está aqui. - Ela fala se levantando e abrindo a porta atrás de si. - Pode vir, ela está te esperando. - Ela completa e ando até a sala indicada.

Boy in dresses - LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora